Presente numa posse presidencial histórica



Passei meu final de ano em Brasília aproveitando não só a companhia de familiares como também a oportunidade de assistir, pela primeira vez presencialmente, a posse de um Presidente da República.


Já havia prestigiado pessoalmente a posse de alguns prefeitos, porém nada como a cerimônia de uma posse presidencial que reuniu um grande público na Praça dos Três Poderes e na Esplanada dos Ministérios. Pois foi um evento que reuniu pessoas do Brasil inteiro vindas de suas respectivas cidades em caravanas populares, autoridades de outros países e dos Três Poderes da República, sempre com o tradicional cortejo que parte da Catedral rumo ao Congresso.


Certamente que, na prática, "sumi" no meio daquela multidão, não conseguindo entrar na Praça dos Três Poderes, de modo que apenas consegui alcançar as proximidades de umas das grades próximas à via por onde passou o cortejo. E registrei a alegria de pessoas que comemoravam a libertação do Brasil de um governo que promoveu retrocessos nas áreas ambientais, sociais e de direitos humanos, destruindo terras e mais terras na Amazônia, sem consideração pelos povos originários e nem pelas comunidades quilombolas.


Por esses e outros motivos, não seria equivocado falar que o evento do último domingo (01/01/2023) foi muito mais do que uma mera solenidade de troca de comando entre Chefes de Estado, como temos assistido desde 1985, mas, sim, o símbolo de um acontecimento histórico. Talvez o momento mais importante dessa República após o movimento popular das "Diretas Já" (1983/1984) pois consagrou o resgate da democracia brasileira.


De todos os atos documentados durante a posse de Luís Inácio Lula da Silva e do seu vice Geraldo Alckmin, o que mais chamou a atenção foi a subida da rampa com a entrega da faixa presidencial já que o ex-presidente se ausentou do país dois dias antes. Diante da disso, a faixa foi recebida de representantes da sociedade civil brasileira que simbolizam sua diversidade. São eles: 

- Francisco, 10 anos, morador de Itaquera;

- Aline Sousa, 33 anos, catadora;

- Cacique Raoni (90 anos?);

- Wesley Rocha, 36 anos, metalúrgico;

- Murilo Jesus, 28 anos, professor;

- Jucimara Santos, cozinheira

- Ivan Baron, influencer PcD;

- Flávio Pereira, 50 anos, artesão.



Tudo isso foi muito bom e significou que Brasília agora já respira novos ares. Porém, importante dizer que muito mais do que um simbolismo numa formalidade cerimonial, essa presença da sociedade civil em sua diversidade precisa se tornar realmente a representação do nosso país com um amplo espaço para todas e todos dentro das instituições democráticas, o que significa diálogo com o povo e o atendimento às demandas coletivas por meio de políticas públicas. 


Apesar dos shows e atrações culturais da programação, as quais durariam até a madrugada, saí cedo do local pois, no dia 02/01 já voltaria para casa embarcando num voo da Azul logo pela manhã no aeroporto de Brasília. 


Agora já em minha casa, no litoral fluminense, passo a acompanhar os principais fatos do novo governo e pensando em propostas que possam melhorar o nosso país na expectativa de que conseguiremos aproveitar as oportunidades para reconstruir o Brasil nesses quatro anos de mandato.


Um feliz 2023 a todas e todos!


OBS: Créditos da segunda imagem atribuídos ao fotógrafo Ricardo Stuckert.

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