Por Levi B. Santos
Disse certa vez, Carl
Jung, sobre o rico imaginário religioso: “A certeza interior do parentesco da psique com Deus baseia-se numa
experiência arquetípica comprovada, em todas as épocas, pelas pessoas
religiosas e criativas”.
Bernard Lewis, em seu livro: “O que Deu Errado no Oriente Médio” (página 79), afirma que “na tradição islâmica, a Trindade, cujo culto o Islã condena como uma blasfêmia quase politeísta, era formada por Deus, Jesus e Maria”
Parece que no Cristianismo e Judaísmo
que dominam a cultura ocidental, o lado feminino foi esquecido ou reprimido,
tanto é que, nos seus dogmas não há lugar para a deusa mãe. Essas duas principais religiões de nossa cultura se
concentram mais no masculino: Deus-Pai e Deus-Filho. Porém, é na
vertente católica que surge a figura da “mulher
santa”, como que para manter o equilíbrio entre os arquétipos masculino e
feminino do mundo interior psíquico.
Jung sustentava que a ausência da figura
arquetípica feminina no dogma religioso deixava a simbologia da psique capenga.
Segundo ele, reprimir o feminino seria o mesmo que ferir a ALMA.
David E. Elkins, em “Além da Religião” (página 56) faz uma alusão muito curiosa sobre a
mulher, em contraposição ao arquétipo patriarcal. Diz ele: “A Alma é associada às sombras, à lua e as coisas da noite”.
Carl Jung falava da alma como aquela ‘noite primitiva do cosmos’, antes que
houvesse um ego consciente. Em nossa cultura tendemos associar as sombras com o mal. Mas as sombras são também associadas à força,
à substância, ao mistério e ao princípio feminino. Por exemplo, a Madona Negra, uma imagem que sobreviveu
ao catolicismo, é muito reverenciada como possuidora de um grande poder
espiritual. O místico São João da Cruz disse que, ‘revelações e experiências espirituais
acontecem à noite. Jung, falava do arquétipo da SOMBRA, sabendo de seu perigo tanto como fonte de paixão como de
poder. Poetas e outros artistas descobriram que a criatividade autêntica
geralmente provém do lado sombrio da alma’.
É sabido que as mulheres da Grécia Antiga
prestavam oferendas às deusas a guisa de proteção. O Matriarcado, que precedeu
ao Patriarcado, tinha o arquétipo da “Grande
Mãe” em lugar de maior destaque.
Resquícios desse arquétipo
matriarcal primitivo da civilização helênica mantém suas ressonâncias na
religião católica: O movimento de renovação carismática, apesar de ter muitas
características do pentecostalismo, por exemplo, enaltece e roga a virgem Maria.
A Maria retratada pelos
pintores da antiguidade, assim como as imagens que ornam os templos católicos,
configura-se numa mãe dócil e graciosa aconchegando o seu pequenino “menino-deus” nos braços. O fiel,
inconscientemente, mitiga o seu desamparo e se sente confortado ao se vê
refletido naquele bebê, como que
re-experimentando a sensação do tempo em que se percebia como a própria extensão
materna que lhe fornecia a seiva da vida, ― o leite.
Há quem diga que foi logo após a queda do
império romano, que a igreja primitiva helenizou Maria, “mãe de Jesus”, colocando-a no pedestal que antes era
o da deusa Diana de Éfeso.
Joseph Campbell, em seu livro ― ‘As Máscaras de Deus’, (página 63) diz
que “na ‘cidade-templo’ da Ásia Menor, Éfeso
(430 dC), teria se declarado que a virgem
Maria fora verdadeiramente o berço
de Deus, a grande deusa, a mãe
de todas as coisas, representada por Àrtemis
(Diana) com inúmeros seios. De acordo com a tradição grega, a Deusa
dissera: ‘Eu sou a mãe sem consorte,
a Mãe Original; todos são meus filhos, por isso ninguém jamais ousou
aproximar-se de mim.’ ”
A humanidade na pré-história ―, dizem
alguns historiadores ― passou por uma fase em que o feminino e o materno
reinavam com toda sua força de atração simbólica, sexual e materna. Para o
antropólogo suíço, Bachofen (1815 -1887), a figura de uma mãe bondosa e
protetora da época do Matriarcado, pode ter impregnado o inconsciente do “homus religiosus”. O lado feminino e
meigo, como ressonância desse tempo, pode ser percebido na oração da “Ave Maria” recitada solenemente nas
escolas, igrejas, festas religiosas e em velórios:
“Ave Maria cheia de graça
Bendita sois vós entre as
mulheres
E bendito é o fruto do
vosso ventre
Jesus.
Santa Maria Mãe de Deus
Rogai por nós pecadores
Agora e na hora de nossa
morte. Amém”
Goethe foi um que também, sucumbiu à
sublimidade desse arquétipo, ao escrever o poema: “O Eterno Feminino”:
‘Todo o efêmero
é apenas uma aparência.
O inacessível
aqui se torna acontecimento.
O indescritível
aqui é feito.
O ‘Eterno-Feminino’
para o alto nos arrasta.”
Edward F. Edinger, em seu livro “O Arquétipo Cristão”, a respeito do mito da “Virgem Maria”, diz algo emblemático: “A virgindade de Maria configura-se como importante parte do
simbolismo. Parece haver uma conexão arquetípica entre a virgindade e a
capacidade de lidar com o “Fogo Sagrado” (energia transpessoal). Na Roma Antiga
as virgens vestais eram as guardiãs da chama sagrada. Entre os incas peruanos
mulheres virgens mantinham no templo um fogo santo”.
Adam Mclean, em seu livro “A Deusa Tríplice: Em Busca do Feminino
Arquetípico” (página 7), diz algo significativo para nossa reflexão:
“A Deusa é um arquétipo eterno da psique humana, embora a desprezamos e reprimamos ou neguemos exteriormente a sua existência. Desde os primórdios de nossa civilização ela se revela a nós em desenhos rupestres e em esculturas primitivas, nas grandes mitologias, manifestando-se na nossa cultura atual sob os mais diversos disfarces. Ela faz parte do tecido de nosso ser, com o qual toda a humanidade tem de se relacionar interiormente se desejarmos ter em nossas almas um equilíbrio de base. Ela é parte tão essencial da humanidade que, mesmo se, nos próximos séculos nos tornarmos filhos do Cosmo, deixando a Terra para trás em sua viagem para as estrelas, sem dúvida a encontraremos nas escuras profundezas do espaço”.
“A Deusa é um arquétipo eterno da psique humana, embora a desprezamos e reprimamos ou neguemos exteriormente a sua existência. Desde os primórdios de nossa civilização ela se revela a nós em desenhos rupestres e em esculturas primitivas, nas grandes mitologias, manifestando-se na nossa cultura atual sob os mais diversos disfarces. Ela faz parte do tecido de nosso ser, com o qual toda a humanidade tem de se relacionar interiormente se desejarmos ter em nossas almas um equilíbrio de base. Ela é parte tão essencial da humanidade que, mesmo se, nos próximos séculos nos tornarmos filhos do Cosmo, deixando a Terra para trás em sua viagem para as estrelas, sem dúvida a encontraremos nas escuras profundezas do espaço”.
Site
da imagem: capelasaobenedito.org.br
Levi, muito pano para as mangas, tem seu texto. rsrs
ResponderExcluirÉ interessante perceber que nem os discípulos, nem Paulo ou outro personagem bíblico, dá a Maria a natureza de divindade. A própria bíblia católica, ainda que tente negar que Jesus teve irmãos, não pode sustentar seu argumento embasada em alguma passagem da bíblia, como também não pode sustentar que Maria tenha sido elevada aos céus.
Os espíritos são assexuados, certo? Que importância tem o indicativo se feminino ou masculino? Com certeza, se estivesse apenas no feminino, teríamos os outros questionamentos.
Gosto quando Jesus diz: "Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, e apedrejas os que te são enviados! quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e tu não quiseste!" (Mateus 23:37).
Jesus sabia ser mãe.
Beijo, amigo.
Guiomar, gostei da expressão "Jesus sabia ser mãe"!
ExcluirPoderíamos também dizer: JESUS SABIA SER GALINHA! rsrsrs
Amiga,
ExcluirConcordo contigo que a veneração de Maria assim como muitos pontos da mariologia católica e o dogma da assunção, não são bíblicos. Se debatermos com um teólogo católico conhecedor das doutrinas ensinadas pelo magisterium eclesiástico, certamente ele vai tremendos malabarismos para tentar criar relações com as Escrituras. Aquela passagem de que Maria "pede" a Jesus para transformar água em vinho (Jo 2.3) mais o diálogo na cruz com o discípulo amado em que ele diz "Eis aí tua mãe" (Jo 19.25-27) tornaram-se fontes de uma mitologização que só veio a ser desenvolvida em séculos posteriores à redação dos evangelhos e do NT. E aí, por volta do século VI da era comum, é que tornou-se corrente o mito da assunção de Maria, coisa que, só no século XX, foi que a Igreja Católica dogmatizou de vez.
Entretanto, o que o texto do Levi nos mostra foi a necessidade de elaboração de um arquétipo feminino pelo cristianismo assim como houve em outras culturas. Para o Levi parece não haver a preocupação se toda esta mariolatria foi bíblica ou não. Ele quer é explorar o comportamento humano de um ponto de vista mais psico-analítico.
"Jesus sabia ser mãe".
Assim como o Franklin, gostei do que colocou. Jesus, embora fosse homem, soube dialogar com os seus dois lados (o masculino e o feminino). Com isto, ele pôde compreender melhor as mulheres e conquistar o coração delas para o discipulado, coisa que outros mestres de sua época talvez não conseguissem.
Eu mesmo já percebi o quanto meu discurso, por vezes, torna-se masculinizado. É quando fico no meu papo de homem falando com outros caras sobre teologia, política, história e economia, sendo que minha esposa, mesmo sendo conhecedora de muitos desses assuntos, simplesmente nos deixa a debater num cômodo da casa e vai abordar a vida de uma outra maneira com suas amigas e amigos gays numa conversa mais feminina e sensível a outros aspectos da existência. Com Jesus, era possível um homem conversar com as mulheres (Jo 4.27).
Rodrigo estou de pleno acordo com seu comentário! Sobre os papos, eu sempre fi cava p... da vida, pois queria participar dos debates e "teologar" junto com meu esposo e seus amigos, mas, tinha que fazer sala "e fingir" ouvir tudo que as carolas falavam comigo rsrs, por vezes me perdia, ficava sem graça e com um sorriso amarelo pedia desculpas.
ExcluirAté que chamei meu esposo e conversei com ele. Então passaram a ir lá em casa em duas etapas: na 1° iam sozinhos (3x p/ semana). na 2° etapa, iam com as esposas nos sábados no período da tarde. Assim eu podia "tricotar" sobre panos de prato, cozinha, receitas... enfim, este universo feminino que as mulheres amam (eu adoro cozinha e sou excepcional cozinheira), mas ficar falando de receitas enquanto podia estar discutindo teologia pra mim era um sacrifício!!! rsrsrs
Em relação ao que vc fala sobre Jesus, é por isto que eu vejo Jesus homem com singular admiração, enquanto o costume era de tratar a mulher com indiferença ou inda menos que isto, ele......... nem preciso completar...
Você foi certeira Guiomar: o lado ou a dimensão feminina de Jesus, foi expressa de forma inconfundível quando ele se viu na figura de uma GALINHA ― metáfora de MÃE.
ExcluirEssa passagem dos evangelhos mostra um messias sentindo em suas entranhas o desejo materno de amamentar os seus rebentos e protegê-los dos perigos que rondam a ESCURIDÃO da noite. É quando chega a noite, que a galinha recolhe seus pintinhos debaixo das asas.(rsrs)
Já dizia Jung: “Cada ser humano é em proporções diferentes ANIMA e ANIMUS, feminino e masculino”
“Assim como o Franklin, gostei do que colocou. Jesus, embora fosse homem, soube dialogar com os seus dois lados (o masculino e o feminino). Com isto, ele pôde compreender melhor as mulheres e conquistar o coração delas para o discipulado, coisa que outros mestres de sua época talvez não conseguissem” (Rodrigo)
ExcluirNietzsche no Fragmento 399 – Vita Feminina – da GAIA CIÊNCIA, disse: “Sim, a Vida é uma mulher”
Wagner, disse: “Porque a música é uma mulher...”
Rodrigo,
Dizem que a feminização da cultura começou com a revolução francesa. Mas eu diria que ela começou com o início da Era Cristã. Maria Madalena que o diga (rsrs)
Guio, adorei essa:"Que importância tem o indicativo se feminino ou masculino? Com certeza, se estivesse apenas no feminino, teríamos os outros questionamentos"
ExcluirVerdade!!!Somos questionadores por natureza,herdamos isso da mãe Eva cheia de inquietações rs...
Bjins.
Também gostei da expressão:"Jesus sabia ser mãe."
ExcluirSim, Ele sabia.
Um abraço
Sandra
Então o profeta Pepeu Gomes tinha razão Nobre Mago?!
ResponderExcluirSer um homem feminino
Não fere o meu lado masculino
Se Deus é menina e menino
Sou Masculino e Feminino...
Deus deveria ser uma figura assexuada mas foi tipificado pelo arquétipo masculino devido a elaboração ultra masculinizada da cultura judaica?!
Franklin,
ExcluirTenho lá minhas dúvidas se a cultura judaica era tão ultra masculinizada.
No judaísmo sempre houve a consciência de dependência do feminino ao passo que, na cultura helênica, por exemplo, a relação homem e mulher não gozava de tanto status a ponto dos sábidos preferirem se relacionar com meninos. E o próprio Aristóteles dizia que a mulher "é um homem capado".
Porém, concordo contido de que, dentro de nós, existem os lados masculino e feminino e daí eu considerar uma aberração um homem ser misógena ou uma mulher ter aversão por homens.
Franklin, para descontrair: Edu falou que o lado feminino dele é sapatão kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
ExcluirFalei é?? rsss
ExcluirÉ sapatão sim, mas não deixa de ser "fêmea" né? rssssss
E concordo com Rodrigo: a mulher no judaísmo antigo tem um status bem superior do que as pobres "mulheres de Atenas"
Mas brincadeira à parte, o nobre quitarrista Pepeu acertou em cheio no verso da sua música...
Pois é Edu, sapatão gosta de mulher kkkkkkkkkkkkkkkk
ExcluirSOLTAPIPALOVSKINABRATINOVA!!! Não resisti a linguagem esquisita!!! rsrsrs
ExcluirKCT Nobre Herege Mor, saindo do armário na caruda véio!!! rsrsrs
PELOS PODERES DE SARAH SHEEVA!!!rsrsrs
kkkkkkk
ExcluirCaro Levi,
ResponderExcluirParabéns pelo excelente texto, o qual ajudei a divulgar pelo Facebook.
O Universo é masculino e feminino. Negar isto seria ir contra a existência de dois polos, da luz e das trevas, da escuridão ou sombras sem o que não brilharia o sol.
Embora hoje a humanidade não precise mais da imagística da religião, penso ser sempre necessário conversarmos com os lados feminino e masculino que existem dentro de nós. E, assim, aproximamo-nos de Deus que é o nosso Pai-Mãe Eterno, bendito seja.
Quando os povos primitivos cultuavam a Grande Mãe teria sido porque ainda viviam na era do matriarcalismo do período neolítico. Naquele estágio em que os filhos honravam mais a figura materna, certamente era através de uma idealização feminina que eles experimentariam Deus.
"Parece que no Cristianismo e Judaísmo que dominam a cultura ocidental, o lado feminino foi esquecido ou reprimido, tanto é que, nos seus dogmas não há lugar para a deusa mãe. Essas duas principais religiões de nossa cultura se concentram mais no masculino: Deus-Pai e Deus-Filho."
Eu diria que reprimido, mas jamais esquecido. Penso que o último milênio antes de Cristo teria sido o auge do patriarcalismo com a necessidade de reis guerreiros que empunhassem a espada. Principalmente na Idade do Ferro. Daí as Escrituras hebraicas terem sido compostas sob a influência desse momento da humanidade. Porém, não podemos negar o domínio patriarcalista na Grécia e em Roma, culturas onde a deusa continuou sendo reverenciada até o cristianismo, porém com expressar bem menor do que em séculos anteriores.
As vestais da Roma Antiga, que você cita em seu texto, não poderiam ser vistas como mulheres livres e independentes. As sacerdotisas do fogo, além de não viverem plenamente a feminilidade, deixando o contato com o varão e a criação de filhos, encontravam-se sujeitas a um pontífice. Uma espécie de papa do politeísmo romano.
No entanto, a coincidência entre as vestais de Roma e as sacerdotisas incas parecem-me que decorreram de uma decadência ética das respectivas sociedades, uma infâmia para a concepção judaica. Tanto é que a filha de Jefté, ao saber que seria sacrificada pelo pai, vai com as amigas chorar a virgindade pelos montes (Juízes 11.37).
Para clarear a confusão mental da humanidade, surgiu a lâmpada da Torá. Graças à Palavra, os povos podem sair da escuridão gerada pelo apego demasiado aos arquétipos a ponto do homem antigo ter se esquecido que seus deuses nada mais eram do que meras representações construídas pela mão humana através das quais seus ancestrais tentaram compreender aspectos da Realidade Suprema.
Tenho pra mim que, assim como os povos pagãos, o cristianismo veio a se perder quando resolveu transformar Maria na "Mãe de Deus". Ao invés dos padres verem em Maria uma manifestação feminina do Criador, assim como qualquer mulher, resolveram adorá-la como uma deusa intercessora. E isto pra mim foi um tipo de fuga do relacionamento com o Eterno. Mais um bezerro de ouro da religião assim como o é a cristolatria protestante e da maioria dos cristãos obviamente.
Abraços.
Em relação ao texto, Levi, gostaria de publica-lo em meu blog, se me autorizasse. E vou postar um texto que está em meu blog de Priscila Anjo (uma das colaboradoras de meu blog e amiga pessoal):
ExcluirReimaginar Deus como feminino
Sobre o texto de Carol P. Christ, “Re-imaginando o divino no mundo como ela que muda”,
In: “O Imaginário Feminino da Divindade”, Mandrágora, Ano XI, nº 11, S. Bernardo do Campo, UMESP
Neste texto, Carol P. Christ trabalha a questão de Deusa/Deus não apenas como uma mudança de nomenclatura, mas na forma de pensar e se relacionar com o divino. Ela traz uma nova visão da filosofia processual em contraste com a filosofia clássica.
No lugar de um Deus masculino, imutável, julgador, distante, opressor, tempo uma Deusa/Deus presente, que muda conforme Seu amor pelos seres humanos, e é presente.
Ela apresenta o poder divino como “poder com” e não “poder sobre”. Não é a Deusa/Deus que cria o bem e também cria o mal, e livra da guerra, como a filosofia clássica ensina, pelo contrário, os próprios seres humanos criam o mal e as guerras, mas a Deusa/Deus está presente para nos ajudar a mudarmos essa situação, nos ensinar a viver bem e criar a paz.
Pra mim, é de grande importância a recriação de Deusa/Deus no nosso imaginário, e a idéia de uma Deusa/Deus presente, não-autoritária, ao lado, que não pré definiu todas as coisas, mas re-cria ao nosso lado. Entretanto, talvez por causa de minha educação patriarcal de um Deus que tem tudo sob controle e que pode mudar as coisas sem o nosso “auxílio”, tenho dificuldade em re-criar uma Deusa/Deus tão mutável e sem a onipotência que sempre me trouxe segurança – mesmo que falsa.
A imagem masculina de Deus como “o todo-Poderoso” e “o totalmente Outro”, sacramentada há tanto tempo em nossas culturas e imaginário religiosos, legitima a dominação masculina e a imagem de Deus como aquele que julga, que exclui.
Re-imaginar Deusa/Deus é abrir a possibilidade de alcançar a igualdade, a inclusão e uma real relacionamento com o divino. Não é apenas falar de Deus como feminino, mas mudar a forma de imaginar e se relacionar com Deusa/Deus.
Re-inventar imagens de Deusa/Deus é necessário para que nosso sistema social e religioso seja inclusivo, igualitário, e para que uma nova relação com o divino, agora presente, seja re-estabelecida.
“Oh, Deusa, Mãe Criadora, cuidadora, presente em minhas ações.
Me ensina a me relacionar mais com você, a te compreender verdadeiramente e confiar em seu cuidado materno.
Me ensina a sentir paz ao Teu lado, e que, ao me deitar em Teu colo, eu me aconchegue em Teus braços e descanse em Teu amor. Amém”
rsrs desculpa Rodrigo, postei como resposta e era para postar como novo comment para o Levi rsrs mas Rodrigo, vou responder apenas este pqno trecho de seu comment:
Excluir"Eu diria que reprimido[(???) APENAS REPRIMIDO??? aff rsrs], mas jamais esquecido. Penso que o último milênio antes de Cristo teria sido o auge do patriarcalismo com a necessidade de reis guerreiros que empunhassem a espada. Principalmente na Idade do Ferro. Daí as Escrituras hebraicas terem sido compostas sob a influência desse momento da humanidade. Porém, não podemos negar o domínio patriarcalista na Grécia e em Roma, culturas onde a deusa continuou sendo reverenciada até o cristianismo, porém com expressar bem menor do que em séculos anteriores."
Tirando o colchete (acho que é este o nome disso[] né rsrs) que inseri, no restante concordo com vc rsrs e até vou postar um outro trecho de um texto do meu blog:
[…]"Mãe: a palavra mais bela pronunciada pelo ser humano", escreveu o poeta Kahil Gibran. É lugar comum ouvir que nada se compara ao amor de mãe. E isso não é de agora. Platão lamentava a perda de sua mãe com essas palavras: "Tenho irmãos, pai, mas não tenho mãe. Quem não tem mãe, não tem família." Se a figura feminina é o grande símbolo de amor e ternura, como então é que foi estabelecido o culto ao deus pai?
A figura masculina advém das culturas de guerra. Em tais culturas, o amor e a ternura não eram os mais importantes. Fazia-se necessário cultivar o orgulho, a bravura e o ódio. A figura que cuida e que nutre não convinha ao ideal da guerra. Para incitar o desejo de conquista, um deus macho foi criado e a ele deram vários nomes-títulos bem apropriados: Skanda (deus hindu, "Senhor da Guerra"), El (deus cananeu, "Soberano"), Baal (deus cananeu, "Senhor da Guerra"), Elohim Tzevaot (deus hebreu, "Senhor dos Exércitos"), Ares (deus grego, "Senhor da Guerra")... Todos esses deuses personificavam o desejo por poder e sede de conquista. E, embora muitas nações cultuavam tanto a Deusa quanto o Deus, teve casos em que os líderes se esforçaram ao máximo para banir quaisquer resquício do culto à Deusa. Notavelmente, os sacerdotes do Judaísmo muito se esforçaram para que Astarote – um dos nomes da Deusa Mãe –, fosse banida, afim de que o culto fosse prestado unicamente ao Elohim Tzevaot (Juízes 2:13; 1 Samuel 31:10; 1 Reis 11:5). De fato, todo o esforço era para que a nação fosse construída sob o ideal da guerra – Deuteronômio 20:20; 21:10.
Quero abrir aqui um parêntese de suma importância. O leitor atento que conferiu em sua Bíblia as passagens referidas acima, pôde ver que Salomão tornou-se um adorador da Deusa Mãe. O interessante é que o reinado de Salomão foram dias de paz. Não havia guerra. Então que sentido havia em adorar Elohim Tzevaot? Nenhum. Embora o escriba jeovista tenha escrito, e isso bem posteriormente, que "as mulheres corromperam o coração de Salomão" (1 Reis 11:2 a 4 - note bem em quem o escriba machista colocou a culpa), o homem dito "o mais sábio da Terra" viu que havia mais favor em adorar a Deusa Mãe, que representava a paz e a celebração da vida, do que em adorar ao ranzinza deus Jeová, "o Senhor dos Exércitos". Fecha parêntese.[…]
http://omundodaanja.blogspot.com.br/2012/01/o-poder-do-sangue-deus-ou-deusa.html
Seja bem vinda ao nosso meio, cara Anja Arcanja.
ExcluirFique a vontade para republicar o texto em pauta . Aliás, autorizo-lhe a republicar qualquer texto que porventura se interessar, dos que postei lá no meu blog “Ensaios & Prosas” .
Abraços,
Levi
“Re-inventar imagens de Deusa/Deus é necessário para que nosso sistema social e religioso seja inclusivo, igualitário, e para que uma nova relação com o divino, agora presente, seja re-estabelecida” (Cara Arcanja)
ExcluirEsta emblemática inserção em que você ressalta sistema social inclusivo e igualitário , me fez lembrar do que muitos historiadores falam: eles consideram a Revolução Francesa como o momento histórico em que a civilização ocidental descobre que a mulher pode ter um lugar na sociedade.
O espírito da modernidade tem como apanágio a FEMINILIDADE revolta. (rsrs)
Grata querido, e já estive hoje visitando sua casa, lendo seus ensaios e ouvindo sua prosa!
ExcluirPaz
Anja
Vive la révolution! Leberdade et égalité (rsrs) ou ainda:
ExcluirLibertas quae sera tamen!
Levi, adorei a ideia do texto sobre Maria.Adorei seu texto do início ao fim ,e achei especialmente interessante esse trecho " Jung sustentava que a ausência da figura arquetípica feminina no dogma religioso deixava a simbologia da psique capenga. Segundo ele, reprimir o feminino seria o mesmo que ferir a ALMA."
ResponderExcluirNão sou devota de Maria pois desde muito cedo aprendi que não se venera santos, mas observo um grande orgulho em meus amigos católicos em ostentar uma mãe. Os evangélicos tem um pai que como disse a Guiomar, sabe ser mãe. Mas acho lindo, do ponto de vista da observação quando vejo uma mãe pedir a Mãe maior apelando pela dor que só as mães conhecem! Certa vez li alguém dizendo que Deus deu seu filho, por que não foi ele que o pariu. (Achei brutal, mas cabe no comentário) - Só quem pari sabe a dor, talvez seja isso.
Segundo crença Cristã Jesus entrou "pela porta das ovelhas" veio por Maria- mãe nos falar do Pai, não nos disse nada sobre a mãe, mas dizem uns católicos que conheço que quando Jesus na cruz disse a um de seus discipulos, eis aí a sua mãe, ele estava entregando a maternidade de Maria aos seus seguidores. Será?
Abraços, Fica com Deus!!!
“mas dizem uns católicos que conheço que quando Jesus na cruz disse a um de seus discipulos, eis aí a sua mãe, ele estava entregando a maternidade de Maria aos seus seguidores. Será?” (Mariani)
ExcluirA sua inserção foi perfeita, Mariani
A psicanálise diria que Jesus estaria demonstrando ou reforçando que esse arquétipo feminino era um componente inseparável na psique dos seus seguidores.
A mãe é a protetora que acolhe e ama o filho mesmo que ele esteja sendo imputado como um herege ou transgressor da lei, como foi o caso do messias.
Com muita propriedade a poeta Guiomar definiu Jesus: Ele era uma mãe
No mito judaico da criação (que representa a psique), Eva (o lado feminino) foi entendida como a transgressora – a que se opôs a Adão (o lado masculino) que simboliza o dogmatismo e o autoritarismo.
A Maria-mãe (do catolicismo) e o Jesus-mãe (do protestantismo), na modernidade, veio re-integrar os nossos dois lados aparentemente opostos que foram desintegrados na história da nossa gênese.
P.S::
Possivelmente amanhã, no “Ensaios & Prosas”, eu estarei fazendo um contraponto a este texto, ressaltando o sentimento do Filho abandonado pelo Pai.
ERRATA:
ExcluirOnde está escrito: "veio", leia-se "vieram"
"A mãe é a protetora que acolhe e ama o filho mesmo que ele esteja sendo imputado como um herege ou transgressor da lei, como foi o caso do messias." (levi)
ExcluirEssa tua citação me fez viajar agora rs... enquanto ele clamava para que o pai não o abandonasse, a mãe estava aos seus pés, bela imagem!
Amanhã vou lá conferi seu texto.
Abração. Fica com Deus.
Estamos bem sintonizados, Mariani (rsrs)
ExcluirHá quem diga que a igreja nasceu de Maria.
Ela foi a primeira a receber Cristo em suas entranhas.
O seu filho foi condenado à morte, mas ela não arredou o pé, permanecendo junto a ele até o último momento, quando quase todos que o seguiam haviam o abandonado, inclusive o pai.
Ou será que Maria não seria também uma representação da propria Igreja?
ExcluirFiz esta indagação lembrando aqui do nosso colaborador Ivani... (rsrsrs)
Rodrigo
ExcluirO colaborador Ivani bem que poderia aparecer aqui para esquentar o debate, com suas lúcidas observações.
Mas quem dos confrades sabe aonde foi parar o comandante da nave, Eduardo?
Antes de mais nada, MARI, o que você escreveu daria um belo poema-teológico:
ResponderExcluir"enquanto ele clamava para que o pai não o abandonasse, a mãe estava aos seus pés"
Te desafio a desenvolver essa imagem seja numa prosa reflexiva ou num poema.
Desfio lançado! rs...
ExcluirSenti sua falta!!
Levi,
ResponderExcluirtodo mundo que já entrou nos "enta" já deve ter ouvido a seguinte frase da mãe:
"Quando seu pai chegar você vai ver..."
Ouvi isso algumas vezes e era assustador. Não que meu pai fosse extremamente autoritário ou duro, pelo contrário, era muito amável com os filhos; lembro-me com saudades as nossas brincadeiras de "luta livre" quando rolávamos pelo chão e eu tentando "dominá-lo"!
Mas é que a figura do pai exalava mesmo essa autoridade que a mãe não tinha. Curiosamente, minha mãe era bem mais dada a bater nos filhos do que meu pai; dele só apanhei em duas ocasiões: quando ajudei meu irmão a tocar fogo no quintal de uma prima e quando eu tentei "nivelar" o muro que separava nossa casa do vizinho a marteladas...rss
LEVI,
teu texto é muito rico, cheio de alternativas reflexivas; os comentários da ANJA também são muito bons. A questão não é DESTRONAR O PAI(DEUS) E ENTRONIZAR A MÃE(DEUSA), pois como você aponta no texto, há de se equilibrar os dois polos em nossa psiqué.
De que adianta um pai "banana" sem autoridade alguma para com o filho? de que adianta apenas os carinhos amorosos da mãe que não chama à responsabilidade do filho diante da vida?
Autoridade e amorosidade precisam estar juntas; não se deseja nem uma autoridade castradora nem uma amorosidade irresponsável.
ANJA,
ResponderExcluirJavé não era "ranzinza"; Javé era o que era quando precisava ser. A psiqué dos profetas projetaram muito bem essa imagem equilibrada de Javé, mas é verdade que nem todos alcançaram tal imagem.
Ao mesmo tempo que Javé era o "Senhor dos Exércitos"(quando o povo precisava de vitória na guerra) Javé também era o "marido traído" que brotou da psiqué de Oséias; ou do Pai que desiste de impor sua Lei aos filhos e promete a si mesmo escrever tais leis nos corações desses filhos, que brotou da psiqué de Jeremias.
Mas de fato, o cristianismo precisa ver nesse Deus que é Pai, também esse Deus que é mãe. Então se fará a paz!
Quanto ao que você escreveu
"os sacerdotes do Judaísmo muito se esforçaram para que Astarote – um dos nomes da Deusa Mãe –, fosse banida, afim de que o culto fosse prestado unicamente ao Elohim Tzevaot (Juízes 2:13; 1 Samuel 31:10; 1 Reis 11:5). De fato, todo o esforço era para que a nação fosse construída sob o ideal da guerra – Deuteronômio 20:20; 21:10."
Eu não quero discordar, quero olhar a questão por outro ângulo.
O que se vê na história do javismo é um corpo sacerdotal tentando estabelecer de uma vez por todas a religião javista nas bases do "O Senhor Deus é o único Deus" e de que esse Deus não pode ser representado por imagens, pois a imagem limita.
Sem dúvida, tal estabelecimento se fez pela guerra, pela conquista, bem à moda das sociedades guerreiras da época.
Astarote(ou Astorete ou Astarte) também era uma deusa guerreira. Quando os filisteus venceram a guerra contra os hebreus, mataram a Saul e seus filhos, decapitaram-nos e tomaram suas armas que foram enviadas ao templo de Astarote (1 Samuel 31.8-11).
De mamãezinha bondosa e pacífica, Astarote não tinha nada.
Não havia "inocentes" nessa guerra religiosa; nem "Javé"(hebreus) nem "Astarote"(cananeus).
Concordo com a visão do Edu em relação a Astarot.
ExcluirAinda não encontrei fundamentos e comprovações que me levem a acreditar na tese de que Astarot teria sido a esposa de HaShem, bendito seja Ele.
Penso que não se descobre a verdade histórica apenas lendo um texto oficial às avessas. Deve-se dispor de fontes confiáveis.
Astarot parece ter sido uma divindade cultuada por outras nações que os israelitas, em seus momentos de apostasia passaram a adorar. E a Bíblia diz que Salomão pagou caro por ter adorado outros deuses. Aquele homem sábio permitiu que suas esposas ESTRANGEIRAS desviassem o seu coração. E não foi porque elas era mulheres, mas sim pertencentes a povos corrompidos e que invejavam/odiavam Israel.
HaShem não tem sexo! Ele é a Inteligência SUperior que criou o Universo! Ele tanto é percebido pelo homem com características masculinas quanto femininas, não havendo outro deus além Dele. E, sendo Ele justo, santo e verdadeiro, não pode jamais ser confundido com a mesquinhez daqueles que usam o seu Nome para fins errados.
Assim como houve falsos profetas que falaram usando o nome do Eterno, outros homens, autores de livros, sacerdotes, abinos, padres e pastores também usaram indevidamente HaShem para justificarem seus propósitos vãos. Uns puramente por falta de temor e outros por ignorância. E reconheço que até eu sou capaz de agir com ignorância ou falta de reverência dizendo o que não é reto a respeito Dele.
O Nome do Eterno foi um presente de sua graça a Israel, permitindo que o povo tivesse acesso a Ele através da adoração, o que se distingue de um ídolo. Por isto, HaShem deve ser reverenciado, pelo que devemos evitar qualquer falsidade do uso do Nome na nossa adoração. E, sem pensarmos ampliativamente, adoração não é a atitude praticada apenas quando estamos nas nossas congregações louvando a Deus.É algo que ocorre também quando falamos a respeito Dele para justificativas, fazer juramentos, profetizarmos, celebrarmos a convivência com o nosso irmão. Logo, o Nome do Eterno não pode ser invocado para encobrir falsidades humanas e aí, lamentavelmente, a história de Israel e da Igreja estão cheia de hipocrisias.
Vale ressaltar que Yeshua honrou o 3º mandamento como se vê na oração do Pai Nosso quando se diz "santificado seja o teu Nome".
Bendito seja Deus e que Ele nos perdoe a nossa ignorância pelas vezes em que tomamos o seu santo Nome em vão, mesmo sem pronunciá-Lo.
Edu e Levi!
ResponderExcluirEdu,Desculpe os erros teológicos,mas eis os versinhos que fiz a seu pedido.
Levi,fiquei pensando assim depois do teu texto:
Dizem alguns:
Deus não é mãe.
Mãe é Maria.
Pois se Deus fosse mãe não daria
Seu filho pra morrer por ninguém!
Jesus, Deus encarnado
Morreu na cruz crucificado
Tendo aos pés a mãe Maria
Que por ele morreria
Mesmo tão necessitada.
Da cruz Jesus a mirava
Com olhos de salvador
Do chão ela sofria
Pelo filho do seu amor.
Deus do céu esconde a face?
Do que a mãe certamente via?
Jesus padecendo na cruz
No chão padeceu Maria!
Mas quem estava ao redor
Diz que a mãe não teve medo
Jesus antes de partir
Compartilhara um segredo
"Mãezinha,na cruz sou eu , Deus!"
E ela de mãe fez-se filha
Agora ela compreendia:
Deus sabia ser mãe * :
se entregara por Maria.!
(Mariani Lima)
Guio,roubei sua frase que achei legal. rs...roubo santo!
Sorvi de um trago. Se você mandar para algum biata com certeza vão por música e se tornará uma canção conhecida, cantada por toda a irmandade católica.
ExcluirComo sou devota de olhos fechados ou abertos, de Deus, rsrs o último verso em que sua crença deixou claro que Deus teve a mesma dor de Maria, kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk respirei aliviada.
Te amo amigona.
Amiga, ficou ótimo!!!
ExcluirDeve ir lá para o recanto poético de vocês(Mar e Poesias)
(aceitou mesmo o desafio, né? menina, você é ótima!)
Edu, tu ainda me amas? Como podes abandonar a gente assim? Estou muito triste com a tua ausência silenciosa.
ExcluirEdu, vou melhorá-lo agora e colocar lá rs... A leitura está truncadinha, mas dá pra mexer.
ExcluirGuio, cuidei do final! rs... puxei a brasa.
Meus sinceros aplausos, Mariani
ExcluirComo o seu lado católico falou forte, hein!
Mas aqui pra nós, tem alguma base se dizer que o judaísmo é a religião do Pai, o protestantismo é a religião do Filho, e o catolicismo a religião da mãe?
Levi, quanta devoção, viu?
ExcluirEsse negócio de mãe é coisa séria. rsrs...
Com certeza o Eterno estava manifesto em Yeshua e também em sua mãe Miriam.
ExcluirMuito bom seu poema, Mariani. Digno de ser apreciado mesmo por aqueles que não acreditam literalmente no dogma da encarnação de Deus no Cristo Jesus ou na virgindade de Maria.
Abraços.
Valeu, Rodrigo!! Nem sempre escrevo o que creio, as vezes só o que flui. (Freud explica)
ExcluirAbração.
Rodrigão, o que Levi disse, eu entendi, mas penso que não fugi do texto de uma vez que quem fabricou este arquétipo, foi o cristianismo.
ResponderExcluirAbraço.
Levi, gostaria que você falasse mais sobre a criação do arquétipo feminino como uma necessidade.
ResponderExcluirTenho dificuldade neste aspecto, já que a figura feminina para mim foi representada por meu pai, que apesar da sua criação antiga, durão, bravo, ele era uma manteiga quando ouvia choro. Como o Edu, só lembro de levar surra dele uma vez, mesmo assim, instigado por minha mãe. Com certeza eu não era virada como o Edu que levou duas e muito bem merecida kkkkkkkkkk
Beijo.
Guiomar
ExcluirPara falar sobre o arquétipo feminino temos que entrar no mundo das metáforas. A metáfora escolhida para simbolizar ― Eva, no mito da criação foi uma costela ou Vértebra. (rsrs)
Nas minhas aulas de Anatomia, quando estudante de Medicina, eu me lembro muito bem do que dizia o Dr. Asdrúbal (de saudosa memória), em suas extraordinárias aulas no Instituto de Medicina Legal em João Pessoa. Ele discorrendo sobre a importância do esqueleto, argumentava naquela ocasião que, o ser humano jamais poderia manter-se de pé, andar ou sentar, se não fosse a presença desse arcabouço ósseo de sustentação. E entre esses ósseos vitais em questão, estavam as vértebras que formam a coluna, e as costelas. Acho ter encontrado desse modo, através dessa simbologia, uma das principais características da mulher, entre outras. Como costelas articuladas à coluna, ela teria a função de ajudar o homem a se por de pé para caminhar.
Tenho ouvido relatos de sonhos e visões no meio religioso, em que a mulher é vista como uma “coluna”. Estes fenômenos do inconsciente coletivo vêm corroborar o fundamento científico, que o meu grande mestre Asdrúbal tão detalhadamente ensinava.
“Tu és a coluna da tua casa” ─, já ouvi mais de uma vez, este tipo de predição ou constatação, direcionada as esposas, seres mais sensíveis ao mundo metafísico.
Muito explicativo. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk Se o mundo está desgovernado significa que tem coluna demais, esfrangalhada.
Excluir"Tenho ouvido relatos de sonhos e visões no meio religioso, em que a mulher é vista como uma “coluna”."
Deve ser próprio do meio religioso aonde a mulher continua lutando pelo seu espaço. Embora creio que deveria ser, desde que não lhe falte o recheio. rsrs
Obrigada amigão, você realmente ama a "metade" kkkkkkk
TESTE. TESTANDO.123 XXX
ExcluirLevi,
ExcluirExcelente a explicação do Dr. Asdrúbal.
As mulheres na igreja são consideradas colunas em função da sua disposição para orar.
Elas vão ficar felizes por mais esta rica informação.
Abraços.
Rodrigo,
ResponderExcluiressa questão do NOME do Eterno daria uma bela postagem, não acha? se habilita? rss
GUIOMAR,
minha linda, eu tô na área e se derrubar é penalti!!!!!! Não sumi não; mas discutir longamente sobre as origens do cristianismo com o Ivani me deixou com ressaca mental...heeeeeee tanto que postei um texto leve, até devocional...rss
Muito interessante essa simbologia da mulher como coluna. Sem coluna, a casa cai...
ResponderExcluirlembrei-me da música "Dona" do Roupa Nova, que retrata tão bem esse poder feminino. Sexo frágil? Que coisa mais absurda!
Dona desses traiçoeiros
Sonhos sempre verdadeiros
Oh! Dona desses animais
Dona dos seus ideais
Pelas ruas onde andas
Onde mandas todos nós
Somos sempre mensageiros
Esperando tua voz
Teus desejos, uma ordem
Nada é nunca, nunca é não
Porque tens essa certeza
Dentro do teu coração
Tan, tan, tan, batem na porta
Não precisa ver quem é
Pra sentir a impaciência
Do teu pulso de mulher
Um olhar me atira à cama
Um beijo me faz amar
Não levanto, não me escondo
Porque sei que és minha
Dona!!!
Dona desses traiçoeiros
Sonhos sempre verdadeiros
Oh! Dona desses animais
Dona dos seus ideais
Não há pedra em teu caminho
Não há ondas no teu mar
Não há vento ou tempestade
Que te impeçam de voar
Entre a cobra e o passarinho
Entre a pomba e o gavião
Ou teu ódio ou teu carinho
Nos carregam pela mão
É a moça da Cantiga
A mulher da Criação
Umas vezes nossa amiga
Outras nossa perdição
O poder que nos levanta
A força, que nos faz cair
Qual de nós ainda não sabe
Que isso tudo te faz
Dona! Dona!
Dona! Dona! Dona!
Pois é,
O poder que nos levanta
A força, que nos faz cair
Algum homem duvida?
No final das contas, Levi, chego à conclusão que os protestantes precisam muito de uma "mãe celestial"...rsss
Eduardo
ExcluirEu diria que o protestante reprime seu lado “GALINHA”, com medo do seu lado “GALO”.
Estou com a Guiomar e o Franklin: Cristo, ao observar atentamente a Galinha juntando sob suas asas pintinhos de variadas tonalidades ―, se viu nela.
O catolicismo até que acha isso normal, já o protestantismo... (rsrs)
Bem, caros confrades
ExcluirO canto do GALO (cale-se!!!), ou o nosso lado galo, já se encontra postado lá no “Ensaios & Prosas” (rsrs). Fechei a postagem com uma bela frase da poeta Mariani, que tão bem soube expressar o outro lado da “moeda”. (rsrs)
Dona, uma das músicas que mais me fala ao coração de mulher.
ExcluirLembro-me que quando em Bolívia, despertei pela madrugada com um rapaz numa voz belíssima, dedilhando um violão, me fez uma serenata em um português quase limpo, com esta música e eu me debulhei em lágrimas.
Edu sentimental.
"SEntimental eu sou,
Excluireu sou demaiissss...."
Já cantava o grande...Levi, qual era mesmo o nome dele?? rssssss
Edu
ExcluirO saudoso Altemar Dutra só aparecia em nosso repertório depois das duas da madrugada, por ocasião das cervejadas, que tomava com amigos ao redor de uma mesa com violão, cavaquinho, um pandeiro e um tamborim.(rsrs)
heeeeee..é ele mesmo, o Altemar. Vi um CD dele esses dias na casa do meu pai e brinquei dizendo que ele estava resgatando seus gostos musicais antigos que ele tinha abandonado depois que se conveteu...rss
ExcluirEssa conversa de GALINHAGEM vai acabar naquele negócio dos que estão em cima e os que estão embaixo do PULEIRO!!! rsrsrs
ExcluirAinda absorvendo tão profundo texto...obrigada por compartilhar...
ResponderExcluirAltemar Dutra (só acrescentaria Zeca Pagodinho e alguns outros) com cervejada,amigos ao redor de uma mesa com violão, cavaquinho, pandeiro e tamborim, É NÓIS NA FITA!!! Mexeu profundo com minhas emoções Nobre Mago!!! rsrsrs
ResponderExcluirRosa - pixinguinha
ResponderExcluirPixinguinha
Rosa
Tu és, divina e graciosa
Estátua majestosa do amor
Por Deus esculturada
E formada com ardor
Da alma da mais linda flor
De mais ativo olor
Que na vida é preferida pelo beija-flor
Se Deus me fora tão clemente
Aqui nesse ambiente de luz
Formada numa tela deslumbrante e bela
Teu coração junto ao meu lanceado
Pregado e crucificado sobre a rósea cruz
Do arfante peito seu
GUI
ExcluirJá que essa linda letra de Pixinguinha, fala de Amor, de Deus, de coração e de Crucificação, que tal substituir a Rosa por Maria, mãe de Deus?
Freud explica: inconscientemente (ou sem querer querendo) você trouxe a Rosa que simboliza a Maria santíssima que está lá no topo dessa postagem - numa tela deslumbrante e bela (rsrs)
Sincronicidades, Levi, sincronicidades...rss
ResponderExcluirDe tudo que se disse, não há como não concordar que os cristãos protestantes deveriam dar mais atenção ao lado "feminino de Deus", pois ao que parece, ele está carregado de significados psíquicos importantes para um bom equilíbrio espiritual.