A lição da caverna para esse momento que vivemos...

 



Gosto muito de uma passagem bíblica no capítulo 19 do primeiro livro de Reis, a qual fala da experiência de Elias quando foi para a caverna do Monte Horebe, fugindo da perversa rainha Jezabel que pretendia matá-lo. Trata-se de um momento de terapia interior em que o profeta se restabelece para continuar a sua luta contra os opressores de seu povo daquela época. E acho muito interessante a maneira como Deus é percebido por ele ali, não na força do "vento", do "terremoto" ou do "fogo":


"O Senhor lhe disse: "Saia e fique no monte, na presença do Senhor, pois o Senhor vai passar". Então veio um vento fortíssimo que separou os montes e esmigalhou as rochas diante do Senhor, mas o Senhor não estava no vento. Depois do vento houve um terremoto, mas o Senhor não estava no terremoto. Depois do terremoto houve um fogo, mas o Senhor não estava nele. E depois do fogo houve o murmúrio de uma brisa suave" (1 Reis 19:11-12; NVI)


Curioso que foi nesse mesmo lugar, séculos antes de Elias, que Moisés teria recebido os Dez Mandamentos, onde a Presença Divina havia se manifestado justamente com uma demonstração visível de poder (Ex 19:18-19). Porém, dessa vez, foi diferente. A "brisa suave" revelou a maneira delicada como o profeta foi tocado, levando-o a entender sobre o propósito peregrino de sua missão na Terra.


Neste ano de 2020, tenho observado no mundo uma mudança nas diversas situações da vida, impactadas pela pandemia, e que obrigaram a humanidade trocar o furacão pela brisa. E isso de certo modo se aplica até mesmo às eleições!


Pois bem. Dentro dessa realidade, hoje quem é candidato já não mais irá convencer os seus eleitores pelo barulho dos carros de som nas ruas, comícios ou passeatas com aglomerações, nem com o excesso de pessoas panfletando em massa ou balançando bandeiras. Todo o trabalho dos que pretendem sair vitoriosos precisará ser empreendido com a suavidade do diálogo, ouvindo e conversando com cada eleitor (inclusive pela internet), mostrando aquilo que já fez no passado e como pretende realizar novas coisas. 


É dentro dessa visão que precisamos caminhar, onde a verdadeira força não se encontra na aparência das coisas, compreendendo qual a nova realidade desse momento diferente que agora vivemos. 


Estejamos atentos!

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