Os cristãos em geral, têm no Estado de Israel o cumprimento da profecia de que os judeus seriam outra vez reunidos em sua terra por Deus, e que isso seria um sinal do Fim dos Tempos. Sendo assim, costumam defender qualquer ato de Israel e não se preocupam muito com o drama dos palestinos. Para se ter uma visão mais clara desse drama é preciso conhecer a história. Conhecer o que foi o SIONISMO e por que tantos judeus são contra o Estado de Israel. Antes de entrar no assunto "sionismo", vamos fazer uma síntese histórica dos judeus desde a DIÁSPORA.
O rei Davi conquistou Jerusalém há 3 mil anos. Seu filho Salomão construiu o Templo que foi destruído pela primeira vez em 600 aC pelos babilônicos. Foi reconstruído para novamente ser totalmente arrasado pelos romanos em 66 dC. depois de uma rebelião dos judeus. Derrotados, os judeus foram espalhados pelo mundo, o que chamamos de "Diáspora". O atual Muro das Lamentações é o que restou do Templo de Jerusalém. Até 570 o domínio romano continuou na Palestina. A palestina, Jerusalém e a Síria são conquistadas pelo califa Omar em 738, estendo o domínio muçulmano.
O messianismo é a crença judaica na vinda do messias que estabelecerá a paz e a justiça universal. O sionismo não é a mesma coisa que messianismo. O sionismo foi um movimento político, nacionalista, expansionista e secular.
Vamos nos ater um pouco mais no movimento sionista.
O sionismo
O sionismo é o movimento nacional que advoga o princípio do
repatriamento dos judeus a seu lar nacional - a Terra de Israel - e o recomeço
da soberania judaica neste país. Foi Teodoro Herzl que consolidou o sionismo em movimento político, com a
convocação do Primeiro Congresso Sionista em 1897. Herzl foi o primeiro a
despertar a atenção da opinião pública mundial. O movimento sionista, que se
desenvolveu a partir de sua iniciativa, criou também os instrumentos
organizacionais, políticos e econômicos que possibilitaram a implementação de
sua visão ideológica.
Outro episódio que deu
maior sustentação para o movimento sionista foi a Declaração de Balfour,
realizada pelo lorde inglês Balfour e que favorecia a criação do
Estado de Israel como um lar nacional para os judeus na Palestina. Outro fator
decisivo foi a autorização dada pela Liga das Nações em 1922.
A declarção de Vladimir Jabotinsky, líder sionista, no livro “A muralha de ferro”, dá mostras do que seria o sionismo:
"Não cabe pensar em uma reconciliação voluntária entre nós e os árabes,
nem agora nem num futuro previsível, Todas as pessoas bem intencionadas, salvo
os cegos de nascimento, compreenderam há muito a completa impossibilidade de se
chegar a um acordo voluntário com os árabes da Palestina para transformar a
Palestina de país árabe em um país de maioria judia. (…) Tente achar ao menos
um exemplo de colonização de um país que aconteceu com o acordo da população
nativa".
A
DIFERENÇA ENTRE JUDAÍSMO E SIONISMO
De acordo com a tradição judaica, existem sete leis Noachide
que se aplicam a todos os seres humanos. São os Dez Mandamentos que formam a
regra básica de moralidade e conduta para os adeptos de todas as religiões
monoteístas; além desses, existem 613 leis obrigatórias para os judeus e cada
judeu tem que observar aquilo que se aplica a ele ou ela, de acordo com
Halacha. É o cumprimento daqueles mandamentos que constitui a essência de ser
judeu e, portanto, do povo judeu e de seu pacto com Deus.
Segundo o judeu G.
Neuburger,
A grandeza e o mérito de uma pessoa não são medidos por sua
aparência externa. Os judeus acreditam que Adão foi criado à imagem de Deus e
que ele é o ancestral comum de toda a humanidade. Nesta etapa da história
humana, não há espaço para povos privilegiados que possam agir em relação aos
outros como bem entendem. A vida humana é sagrada e os direitos humanos não
podem ser negados por aqueles que os distorcem em nome da "segurança
nacional" ou de qualquer outra coisa. Ninguém sabe disso melhor do que os judeus,
que, por tantas vezes e por tanto tempo, foram considerados cidadãos de segunda
classe. No entanto, alguns sionistas divergem quanto a isso e é compreensível
porque judaísmo e sionismo em hipótese alguma são a mesma coisa. Na verdade,
eles são incompatíveis. Se uma pessoa é um bom judeu, não pode ser um sionista
e se for um sionista não pode ser um bom judeu.
E de forma dura ele ataca o sionismo:
o sionismo é uma doença que só pode ser curada quando
diagnosticada corretamente. Como judeu, ( afirmo ) que é a
revolta contra Deus e a traição do povo judeu.
O que é um judeu? É qualquer pessoa que tenha a mãe judia ou
que tenha se convertido ao judaísmo, de acordo com Halacha, a lei religiosa
judaica. Esta definição, por si só, exclui o racismo. O judaísmo não procura os
convertidos, mas aqueles que se convertem são aceitos com base na igualdade
Existe um povo judeu?
A nação judaica nasceu no Monte Sinai, quando os judeus
adotaram a Torá dada a eles por Deus para as gerações futuras, e não por obra
de alguns políticos sionistas de uma geração anterior à atual. A afirmação
"Hoje vocês se tornaram um povo", embora seja válida até hoje, foi
dita há milhares de anos atrás.
Alguns dos mais eminentes e respeitados rabinos eram
convertidos ao judaísmo. Os pais judeus em todo o mundo abençoam suas crianças
todo Sabbath e feriados e o fazem da mesma forma há séculos. Se for menina, a
bênção é "Que Deus a abençoe como Sara, Rebeca, Raquel e Léa."
Nenhuma dessas matriarcas eram judias de nascimento, todas eram convertidas ao
judaísmo. Se for menino, a bênção é "Que Deus o faça como Efraim e Menashe".
A mãe desses dois era uma egípcia que se converteu ao judaísmo e se casou com
José. O próprio Moisés, o maior judeu que já existiu, casou-se com uma
medianita que se tornou judia.
Afora os sionistas, os únicos que consideraram os judeus
como uma raça foram os nazistas. E isto só prova a estupidez e irracionalidade
do racismo. Não havia meios de se provar que uma sra. Muller ou uma sra. Meyer
eram judias ou arianas (termo nazista para os alemães não judeus). A única
forma de definir se uma pessoa era judia era investigar a filiação religiosa de
seus pais ou avós. Muito, para esse absurdo racial.
O orgulho racial foi a ruína daqueles judeus do passado que
estavam enceguecidos por um estreito chauvinismo.
De
que forma os judeus são um "povo escolhido"?
Todo judeu homem de
qualquer lugar e de qualquer época quando chamado para ler a Torá diz
"Quem nos escolheu de todos os povos e nos concedeu Sua Torá". Esta é
a forma pela qual os judeus são escolhidos. O povo judeu foi escolhido não para
dominar os outros, nem conquistar ou guerrear, mas pra servir a Deus e, por
consequência, servir à humanidade.
Um meio de desencaminhar judeus e também os não judeus é o
mau uso sionista dos nomes e símbolos sagrados do judaísmo. Eles usam o santo
nome de Israel para seu estado sionista. Denominaram o seu fundo de aquisição
de terra com um termo que tradicionalmente significa a recompensa pela piedade,
boas ações e trabalho caritativo. Eles adotaram como um símbolo do estado o
menorah (candelabro). Quanta hipocrisia, quanta perversão que é o exército
israelense lutar sob um emblema, cujo significado é explicado no Tenach (por
ocasião de um retorno anterior à Terra Santa) como "não pela força ou
poder, mas em Meu Espírito diz o Senhor dos Exércitos."
G. Neuburger, continua:
O infame fundador do sionismo político, que seu nome seja
amaldiçoado, que só foi descobrir suas próprias origens judaicas por causa do
anti-semitismo mostrado no julgamento do caso Dreyfus, na França, apresentou
várias soluções para o que ele chamava de "problema judaico". De uma
vez, ele propôs reassentar os judeus em Uganda. De outra ele propôs
convertê-los ao catolicismo. Finalmente ele teve a idéia de um Judenstaat, um
estado exclusivamente judeu. Assim, nos seus primórdios, o sionismo foi a
consequência do anti-semitismo e, na verdade, é inteiramente compatível com
esta idéia, porque os sionistas e anti-semitas tinham (e têm) uma meta comum.
Trazer todos os judeus de seus lugares de origem para o estado sionista,
extirpando as comunidades judaicas que existiam há centenas e até há milhares
de anos. A lealdade ao estado sionista substituiu a lealdade a Deus e o estado
foi transformado no moderno "bezerro de ouro".
Nem o fundador do sionismo político nem qualquer dos
primeiros-ministros do estado sionista acreditam na origem divina da Torá e nem
mesmo na existência de Deus. Todos os primeiros-ministros foram membros de um
partido que se opôs à religião em princípio e que considerava a Bíblia um
documento do folclore antigo, destituído de qualquer sentido religioso. E, no
entanto, estes mesmos sionistas fundamentam suas alegações sobre a Terra Santa
nesta mesma Bíblia, cuja origem divina renegam. Ao mesmo tempo, convenientemente
esquecem a prece judaica "e por causa de nossos pecados fomos exilados de
nossa terra" e ignoram o fato de
que o exílio atual do povo judeu tem origem divina e que o povo judeu não foi
ordenado e nem teve permissão para conquistar ou governar a Terra Santa antes
da chegada do Messias.
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fontes:
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