Por Donizete Vieira
Há grupos cristãos que sustentam a ideia da não existência
de um mundo porvir. Para estes não existem nem
“paraíso” e nem “inferno”. Ou seja, comungam a ideia de
uma salvação essencialmente materialista, como
na visão vétero-testamentária por exemplo. Para outros, a
salvação representa a redenção de almas
individuais no além, o que acontecerá por ocasião do
apocalipse ou da morte individual do crente. Outros
ainda, advogam que a salvação se dá em termos holísticos.
E assim por diante!
Na soteriologia, é elementar a compreensão dos diferentes
modelos de salvação adotada pela igreja. Por
exemplo, em dado momento da história cristã, a salvação
era projetada para o âmbito da objetividade e da
prática, (sou salvo por “fazer”, por “ser”) em outros para a
subjetividade e abstração. (por “crer” por
“assentimento”) Durante a maior parte do tempo a salvação
esteve ligada ao campo físico e tangível, em
outros a salvação é sempre associada à esfera espiritual,
metafísica. (como crê a tradição protestante por
exemplo). Grupos cristãos advogam que a salvação é
holística, (Teologias da libertação) abarca o indivíduo
na sua plenitude, enquanto outros defendem a tricotomia
na composição humana, e que a parte onde à
salvação é levada ao efeito, é apenas a espiritual. (teologia
clássica)
Salvação em Jesus concretizava-se em termos holísticos.
Não era apenas metafísica, ou um convite à
transcendência. O aspecto transcendente da salvação surgiu
na voz, ou melhor na pena de Paulo.
Paradoxalmente, Paulo não esboçou nenhuma “doutrina de
inferno”. Isso ocorreu nas narrativas dos
evangelhos, com palavras supostamente atribuídas a Jesus.
Este é um tema riquíssimo de nuances que vale muito a
pena se aprofundar.
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