Por Donizete.
Para quem já teve contato com as construções teológicas que fez Leonardo Boff, a partir do Cristo libertador, esta afirmação contida no tema, não soa de maneira antitética.
De acordo com o pensador católico, a estrutura crística
pré-existia dentro da história da humanidade, e é anterior ao Jesus histórico
de Nazaré. Disse ele:
“Todas as
vezes que o homem se abre para Deus e para o outro, sempre que realiza
verdadeiro amor e superação do egoísmo, quando o homem busca justiça,
solidariedade, reconciliação e perdão, aí se dá verdadeiro cristianismo e
emerge dentro da história humana a estrutura crística. Assim pois, o
cristianismo pode existir antes do cristianismo; e mais, cristianismo pode se
verificar também fora dos limites cristãos”.
Agostinho tinha uma cosmovisão semelhante quando afirmou:
“A substância daquilo que hoje
chamamos de cristianismo, existia já nos antigos, e estava presente desde os
primórdios da humanidade. Finalmente quando Cristo apareceu em carne,
começou-se a chamar àquilo que sempre existia de religião cristã”.
Com essa concepção, podemos por inferência concluir que o
cristianismo se realiza não somente onde ele é professado explicitamente e
vivido ortodoxamente. Mas surge sempre e onde o homem diz sim ao bem, à verdade
e ao amor.
Antes de Cristo o cristianismo era anônimo e latente. Não
possuía ainda um nome, embora existisse e fosse vivido pelos homens. Com Jesus
o cristianismo ganhou um nome. Jesus o viveu com tal profundidade e
absolutidade que por antonomásia passou a chamar-se Cristo. Por que não se
chamava de cristianismo, não significa que era inexistente. Existia, mas na
forma abscôndita, anônima e latente. Com Jesus chegou a sua máxima patência,
explicitação e revelação.
Daí podermos asseverar que o cristianismo é tão vasto como o
mundo humano. Ele pode se realizar ontem, antes de Cristo, e pode se realizar
ainda hoje fora dos limites “cristãos”, lá onde a palavra cristianismo não é
empregada e conhecida. Mais ainda: cristianismo pode se encontrar lá, onde ele
é, por uma consciência errônea, combatido e perseguido. Por isso cristianismo
não é simplesmente uma cosmovisão mais perfeita. Nem uma religião mais sublime,
muito menos uma ideologia.
Com toda razão dizia o primeiro filósofo cristão Justino: “Todos os que vivem conforme o Logos são cristãos. Assim
entre os gregos Sócrates, Heráclito e outros; e entre os não gregos Abraão,
Ananias, Azarias, Elias e muitos outros cuja citação dos nomes e obras nos
levaria longe demais”
Não é por acaso que Joseph Ratzinger em consonância
com esse pensamento exprimia com felicidade: “Não
é verdadeiro cristão o membro confessional do partido, mas aquele que se tornou
realmente humano pela vivência cristã. Não aquele que observa de maneira servil
um sistema de normas e leis, apenas com vistas para si mesmo, mas aquele que se
tornou livre para a simples bondade humana”.
Seguindo ainda nesta mesma linha de pensamento, ser cristão,
segundo Boff, é viver a vida humana naquela profundidade e radicalidade onde
ela se abre e comunga o mistério de Deus. Cristianismo é a vivência
concreta e conseqüente na estrutura crística, daquilo que Jesus de Nazaré viveu
com total abertura ao outro e ao grande outro, amor indiscriminado, fidelidade
inabalável à voz da consciência e superação daquilo que amarra o homem ao seu
próprio egoísmo. De modo que não é o que é cristão que é bom, verdadeiro e
justo. Mas o bom, verdadeiro e justo é que é cristão...
Com a visão cristológica "diferente" que
possuímos, confessamos um cristianismo moderno centrado apenas na ortodoxia, em
detrimento, com raras exceções da ortopraxia. Vivemos um apego demasiado ao
ritualismo e ao espiritualismo, e marginalizamos àquilo que é essência do
evangelho: A empatia, o altruísmo, o compartilhamento, a sensibilidade às
necessidades do outro. Ou seja, as coisas que fundamentalmente condizem com a
proposta inicial do Jesus histórico. Como se o mundo em que vivemos hoje, a
opressão, a pobreza e a desvalides já tivessem sido erradicadas à tempos. E com
o agravante de desqualificarmos as intenções e ações de pessoas com propostas
inclusivas e de libertação, simplesmente por não estarem ligadas ao nosso
arcabouço de fé.
Não tenho a pretensão de fazer apologia à cristologia de
Boff. Visto ter ela aceitação minoritária entre os cristãos. Não entro nesse
mérito! Mas sim para levar-nos a refletir sobre duas verdades:
Primeira é em relação a nossa indiferença pela práxis cristã.
As vezes ela é tão crônica, que quando um grupo ou uma pessoa que não tem a
comunhão de idéias do cristianismo, apresenta propostas de auxílio ao outro,
suas intenções e motivações são postas em cheque.
Segunda é que Jesus veio derrubar as barreiras sectárias que
dividem os homens e que fazem ver irmãos somente naqueles que aderem ao seu
credo. Quando na verdade todos aqueles que aderem à causa de Jesus estão
irmanados com Ele e Ele está agindo neles para que haja um mundo melhor.
Partindo desse pressuposto que Paulo Freire dizia que Marx
era um cristão inconsciente.
Abraços.
Bibliografia:
Jesus Cristo Libertador, Boff, Leonardo
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirDonizete,
ExcluirMeus parabéns pela conivência com a pérola:
" De modo que não é o que é cristão que é bom, verdadeiro e justo. Mas o bom, verdadeiro e justo é que é cristão..."
Meu comentário; #$%&*§!?}ª
Não podemos deixar de considerar que Jesus já existia antes da criação do mundo. Portanto nos influencia desde sempre.
ResponderExcluiressa ideia de um cristianismo antes do cristianismo é boa por que tira o cristianismo histórico como referência única do Cristo; abala a ideia de que sem ser cristão não se pode refletir o Cristo. Mas gosto mais ainda da ideia de um Cristo antes do cristianismo. O Cristo do cristianismo quase sempre é um Cristo que não condiz com o Cristo dos evangelhos.
ResponderExcluirMas se o "Jesus cristão" já existia antes da criação do mundo, é preciso considerar outros messias que existiram na época de Jesus e que foram muito parecidos com ele como Apolônio de tiana. E o mais semelhante de todos era o messias essênio, descoberto nos manuscritos do mar morto; ali fala-se de um messias, uma geração antes de Jesus, que fora rejeitado, foi morto e ressuscitado após 3 dias.
ResponderExcluiro professor Israel Knohl, catedrático do departamento bíblico da universidade hebraica, em um livro muito interessante (O messias antes de Jesus, ed Imago) defende a tese de que Jesus de Nazaré é herdeiro espiritual desde messias essênio.
Bem, mais isso é outra conversa, né, estou saindo do cerne do tema....
Eduardo,
ResponderExcluirHá uns dois anos atras você fez o seguinte comentário que tem tudo ver como texto e que Achei fantástico. Assim segue:
"a cristologia do Boff é em minha opinião, superior às cristologias fundamentalistas, tão engessadas num ufanismo absolutista e excludente.
gosto da ideia de que há cristianismo antes do cristianismo do mesmo modo que havia cristo antes do cristianismo. é um pensamento que promove o diálogo inter-religioso num nível mais profundo, mais respeitoso, porém, ainda com resquícios daquele centrismo conservador.
por exemplo, ver cristianismo no budismo não seria diminuir o budismo? por que não considerar o budismo tão válido em si mesmo como o cristianismo ou qualquer outra religião?
sabemos como o sistema religioso pode aprisionar as pessoas que dele vivem. sou um admirador das tradições religiosas do mundo mas não sou tão admirador assim da religiosidade doentia que essas tradições podem gerir. isso estamos cansados de ver em nossa casa(cristianismo).
então, para mim, num futuro possível onde as religiões sejam instâncias que engrandeçam o ser humano e não o escravizem, não cabe nem o sectarismo que diz "só aqui tem salvação" nem a religiosidade castrante do ser e da liberdade do ser."
Neste comentário você disse:
ResponderExcluir“gosto da ideia de que há cristianismo antes do cristianismo do mesmo modo que havia cristo antes do cristianismo.”
A abertura do diálogo deve iniciar exatamente neste ponto. Em seus argumentos, Boff trabalha no sentido de ampliar o conceito de cristianismo vigente. Vejo de forma explícita sua crítica à religião institucionalizada. Apesar do seu viés católico, ele mostra que a institucionalização da religião é indiretamente responsável pela indiferença à desigualdade existente entre os homens. E como conhecedores da história que somos, tudo se dá com pressupostos teológicos. Traduzindo em miúdos, de forme simplista, o cristão não concebe a ideia de que àquilo que Boff chamou de estrutura crística, esteja presente onde não há cristianismo. Contudo de forma latente lá está ele.
Outra coisa interessante que destaco em sua fala:
“por exemplo, ver cristianismo no budismo não seria diminuir o budismo? por que não considerar o budismo tão válido em si mesmo como o cristianismo ou qualquer outra religião?”
Quem comunga contigo essa ideia é Rousseau (século XVIII). Ele coloca a revelação cristã no mesmo nível das revelações das outras religiões. Para o teólogo/filósofo, a revelação nos moldes cristão não serve como uniformizador do culto a Deus, uma vez que não há consenso entre os homens sobre "a maneira como Deus queria ser servido" Porém baseia seu conceito na teologia natural, que causa calafrios até mesmo nos liberais.
Já Boff concebe a ideia de que o fator “consciência crística” quem realiza tudo isso.
“Cristianismo é a vivência concreta e conseqüente na estrutura crística, daquilo que Jesus de Nazaré viveu com total abertura ao outro e ao grande Outro”
ResponderExcluirO pensamento de Boff, exposto acima, se coaduna rigorosamente com os pressupostos da psicanálise Lacaniana. Lacan quando, em seus famosos seminários, falava no Grande Outro ou no radicalmente Outro queria evidenciar com esta expressão o lugar simbólico do Pai, Mestre, Orientador, do discípulo e do servo.
O outro, ou o diferente ― é aquele que de perto nos afeta, que nos possibilita o desenvolvimento da alteridade . O homem não existe isolado sem a palavra do OUTRO. O EU, diria Lacan, está no campo do Outro. A citação neotestamentária “Sem mim nada podereis fazer” ― indica, acima de tudo, a impossibilidade do EU existir sem o TU.
Doni,
ResponderExcluireu lembrava que tinha comentado esse teu post mas não me lembrava o quê. Foi bom você publicar o meu comentário para reforçar o que eu já disse. Só pode haver diálogo inter-religioso se nós abrirmos mão de que nossa verdade religiosa deve ser parâmetro para todas as demais.
Doni, interessante como o cristianismo que, mesmo vindo depois de todas as outras, se faz dono e mentor de todos, como por exemplo, o Budismo, dizendo ser um “cristianismo antes de Cristo anônimo e latente” (rsrs) ANÔNIMO?????
ResponderExcluir” não é o que é cristão que é bom, verdadeiro e justo. Mas o bom, verdadeiro e justo é que é cristão...” Esta fala está em perfeita sintonia com Jesus que, segundo a fala que lhe é atribuída, disse: EU SOU O CAMINHO A VERDADE E A VIDA E NINGUÉM VEM AO PAI A NÃO SER POR MIM...
O que eu solenemente discordo.
É bem estranho tentar não fazer-se dono da verdade assumindo que, antes de cristo e do cristianismo, existia um “cristianismo anônimo”, fazendo do cristianismo e seus inúmeros semideuses e deuses, o que estava por vir, e, o único NÃO-ANÔNIMO, bem ousado tais afirmações para quem diz haver salvação fora das “muralhas do cristianismo”.
Bjux..... Anja
"cristianismo pode se verificar também fora dos limites cristãos”. (rsrs) Desta afirmação dá até pra gargalhar, pois, o budismo é cristianismo; o hinduísmo, é cristianismo; o judaísmo, é cristianismo... (claro que um cristianismo "anônimo")e assim sucessivamente chegando enfim, ao ateísmo, que, possivelmente também é CRISTIANISMO rsrs
ExcluirReligião monoteísta? Será mesmo? Mas nunca! O cristianismo, sendo assim, é além de politeísta, ateísta.
Anja,
ResponderExcluirE você quer explicar o inexplicável para quem acredita no improvável. Não perca seu tempo fazendo chover no mar. Daqui há pouco eles irão dizer que o homem de Java, cro magno, ou o neanderthal eram encarnações do outro eu de Jesus, o Jesus anônimo. O "histórico".
Sem dúvida, a Anja tem razão no que diz, como eu também no meu comentário exponho a mesma tese: dizer que havia cristianismo antes do cristianismo é sem dúvida, colocar o cristianismo como centro de tudo. Por outro lado, não deixa de ser uma tentativa de expandir a essência do cristianismo a outras tradições religiosas; nesse sentido, o argumento é louvável.
ResponderExcluirMas estas tradições religiosas já não tinham sua própria essência e que serviu de arcabouço para o cristianismo Edu?
ExcluirAfinal, o que o cristianismo apresenta de tão inovador e diferente das demais tradições (ou invenções ou ainda, construções)?
Nada!
“havia cristianismo antes do cristianismo” ― parece uma redundância. Porém, na lingüística e na Mitologia esta expressão não é tida como um paradoxo, se prestando a muitos significados.
ResponderExcluirPor exemplo: o relato de Jesus, filho de Deus e nascido de uma virgem é a retomada de um mito que ocorreu dezessete séculos antes de Cristo no conto egípcio em que o deus Sol Rá fecunda uma rainha. Do ponto de vista simbólico há uma identidade entre a religião dos cristãos e a religião dos antigos egípcios.
Nesse ponto, trocando em miúdos a expressão do título da postagem de Doni, então eu diria que a essência do mito presente na história do cristianismo, já existia em outras culturas que o antecederam.
Jung, grande estudioso dos mitos, diz que nas religiões existe um núcleo idêntico de retorno arquetípico, ou seja, existe uma sequência de signos recalcados inconscientes que se exteriorizam na consciência como uma fantasia paterno-divina representada por um ser-filho que vem trazer salvação para o homem. Na cultura grega há o nascimento de Asclépio ― o Salvador, graças a uma mulher escolhida pelo deus Apolo ― em tudo parecida com a narrativa grega que após ser sedimentada por algumas décadas deu à luz ao mito cristão.
Mircea Elíade em “ORIGENS, diz algo emblemático: “o homem primitivo assumiu à sua maneira uma história da qual ele é, simultaneamente o centro e a vítima”. (rsrs)
Do alto da minha "Santa ignorância" eu vejo a história do cristianismo como um verdadeiro engôdo. A lenda do seu personagem principal foi gerada nos mesmos moldes de lendas ancestrais e todos os seu ensinamentos filosóficos já havia sido escrito pelos essênios e outros messias anteriores. Por necessidade política criaram uma lenda e lhe imputou leis inerentes à cultura contemporâneas. O Papa Francisco usará estes preceitos para atrair fiéis no terceiro mundo.
ResponderExcluirTome como exemplo a Suécia. Como mostra Phil Zuckerman, menos de 20% dos suecos acreditam em um Deus pessoal. E este país nórdico, não custa lembrar, é um dos melhores lugares do mundo para se viver, com uma democracia sólida, muita riqueza e bem distribuída, um amplo sistema de seguridade social, baixíssimas taxas de criminalidade, ótima educação etc.
ExcluirNo outro extremo, países mais pobres tendem a ser os mais carolas. Pesquisa Gallup de 2009 classificou 114 nações pelo valor que suas populações atribuíam à fé. No topo, com 99% ou mais afirmando que a religião é importante em suas vidas, temos Bangladesh, Níger e Iêmen.
Correlação, como se sabe, não é sinônimo de causa, mas a prioridade que o papa Francisco quer dar aos pobres pode ser, mais do que uma opção, uma questão de sobrevivência. Exemplos espelhados no início da decadência do império romano, na guerra dos cem anos entre França e Inglaterra. A igreja, agora, vai olhar para os pobres e incultos."Pobres e incultos é um pleonasmo".
Pois então rapaziada do bem e do mau rsrsrsrsrs
ResponderExcluirEu ando com uma preguiça de escrever, ando numa morgadeira, que só de ler o texto me deu um desanimo...
O texto é ruim??? Não.
Estou cansado mentalmente mesmo, sem condições de refletir. Mas como não costumo comentar nada, sem antes refletir na proposta, e no que já foi mencionado, vou descansar e reler novamente o texto no final da tarde. Mas uma coisa eu preciso dizer... Afirmar que cristianismo existe antes do cristianismo de forma "anonima" me parece um mecanismo voltado para o convencimento da autenticidade do credo. Sei lá, tipo, uma forma de divinizar a humanização da fé institucional, no caso aqui, o cristianismo.
Vou refletir sobre e, com tempo e animo retornarei.
Abraços.
Caros confrades,
ResponderExcluirQuando Boff escreveu seu Jesus Cristo libertador ele não o fez na perspectiva salvacionista clássica e praticada pela igreja. Ele pensou num sentimento crístico atuante, objetivo e prático. Em um Cristo que fugia absolutamente do transcendentalismo e se envolvia e se identificava com as comunidades carentes e oprimidas.
Apesar dele colocar Cristo como a chave da interpretação teológica de toda a história, o que absolutamente natural por se tratar de um teólogo cristão, sua tese central é de que todo aquele que se abre para o outro, no sentido de socorro e todas as religiões que adotam modelos humanitários demonstram ao que ele chamava de estrutura crística. Isto é, estão perfeitamente afinados com aquilo que o Jesus histórico fez, ensinou e praticou. Neste espírito se incluem budistas, confuccionista, hinduístas e todos os “istas” imaginados.
Há quarenta anos atrás Boff já dizia que todas as religiões são caminhos ordinários pelas quais o homem se dirige a Deus. Ele via as religiões como uma resposta humana a proposta de Deus. Mas muitas por apresentarem erros e interpretações inadequadas à estas propostas podiam ser invalidadas no tocante a praxis. Por isso é que ele advertia de que era na religião cristã que o homem poderia encontrar a totalidade dos meios salvíficos. (não que não houvesse nas demais) Pois ela mais do que as outras, através do exemplo de Cristo poderia sair da teoria para a ortopraxia.
Penso ser esta a fronteira que limita o pensamento do universalismo cristão.
Doni, bonita matéria.
ResponderExcluirTrouxe-me a lembrança quando Pedro diz: Da qual salvação inquiriram e trataram diligentemente os profetas que profetizaram da graça que vos foi dada,
Indagando que tempo ou que ocasião de tempo o Espírito de Cristo, que estava neles, indicava, anteriormente testificando os sofrimentos que a Cristo haviam de vir, e a glória que se lhes havia de seguir. 1 Pedro 1:10,11.
A construção teológica do Boff é perfeitamente compatível com a doutrina do Logos amplamente difundida pela filosofia grega.
ResponderExcluirHeráclito, um dos pré-socráticos disse que: “Tudo acontece de acordo com o Logos”. De maneira sintética, Heráclito queria dizer que o logos era "o princípio organizacional, segundo o qual o cosmo se ordena a si próprio". O archê, para Heráclito era o fogo mas teria que haver um processo de organização orquestrado por alguém, no caso “deus”. Para Heráclito Deus é uma força impessoal, uma força universal a que ele chamava de Logos.
De acordo com esta posição, pode-se ver que 'logos' é uma forma explicativa da causa do que acontece.
Pode estar aí raiz filosófica do conceito “logos” do qual João se apropriou para definir a pessoa pré-existente e eterna da divindade que se encarnou, mas que antes participou da história de forma abscôndita e latente. Aí está o fundamento para esta teologia do Boff
Mas para entender melhor o pensamento do teólogo quanto ao tema do texto, é importante saber o que ele intenta transmitir com aquilo que ele chama de “estrutura crística”.
“A estrutura crística é uma possibilidade de existência humana. (...) Deus está sempre inserido onde quer que haja amor, solidariedade, união e crescimento verdadeiramente humanos. Salva-se não simplesmente aquele que se filiou à confissão cristã, mas aquele que viveu a estrutura crística. Não aquele que professou Senhor, Senhor! E com isso construiu toda uma expressão de mundo, mas aquele que agiu em conformidade com a realidade crística.”
Neste sentido é que ele diz que todas as religiões que ensinam e vivem isso são formas concretas que o cristianismo universal pode assumir.
Mirandinha, é exatamente onde se busca a Deus que os espíritos malignos atuam com toda classe de maldade. Onde Deus não é invocado, o diabo e suas hostes não necessitam fazer guerra. Ele é bem mais esperto que imagina a nossa pretensa sabedoria sobre o mundo espiritual.
ResponderExcluirOs incrédulos pensam que isto significa uma cultura desenvolvida.
Concordo contigo,
ExcluirAté para discernir o que é desenvolvimento cultural necessita-se um pouquinho de raciocínio. Para acreditar, não. O tangível não precisa de cérebro.
Num país onde não se busca deus, a paz reina, posso afirmar isto pela sua fala Guio rsrs onde deus não est´[a, existe amor, dinheiro, saúde e escola para o povo rsrs que deusinho fajuto viu?
ExcluirMirandinha, não é o cérebro que nos revela o mundo espiritual...
Excluir"Se esperarmos só por esta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens".
Roz, você não entendeu nada que eu escrevi.
Tudo anda bem porque as hostes infernais não trabalham para destruir aquilo que está iludindo o povo. Veja se Dilma vai tirar a bolsa escola, auxilio família, minha casa minha vida...
No entanto, não estou ignorando que temos corrupção suficiente para vivermos aquém de outros países mais desenvolvidos. As hostes atuam de acordo com a ignorância espiritual do povo.
Você não entendeu nada do que eu disse Roz.
Então guiomar, o Sueco é um ignorante espiritual. O Brasileiro, o Ruandence e o Nigeriano são intelectuais espírituais. Eu já não sei mais o que significa retardamento mental. Devo sofrer de um mal parecido por não entender isto.
Excluir"Guiomar"... perdão.
ExcluirMirandinha, "O temor ao Senhor é o princípio da sabedoria". Infelizmente, muitos, estão inculcando-se por sábios e excluindo Deus das suas vidas. Isto realmente é ignorância espiritual, arrogância intelectual.
ExcluirO sueco teve a sorte de ter educação de qualidade, governos que não são corruptos. Por outro lado, já li sobre o auto índice de suicídios que acontecem nos países ateus. O que levaria pessoas com uma qualidade de vida invejável, cometer suicídios mais que nos países em que há religião?
Se todas as nações buscassem realmente ter a Deus como seu Senhor e guia, teríamos outra classe de vida. Veja na própria Bíblia como Deus exigia de Israel responsabilidade com os pobres, com estrangeiros...
Se os O Brasileiro, o Ruandense e o Nigeriano fossem sábios espiritualmente, viviam outra realidade.
O que eu disse foi que: Se na Suécia o povo está vivendo uma boa qualidade de vida e acreditam que sem religião funciona melhor, então, espíritos malignos não vão perturbar a vida deles neste sentido, eles querem que o sueco continue acreditando assim.
Não precisa pedir perdão, você não me feriu. rsrs
Guiomar,
ExcluirNão tive a intenção de te ferir. Te pedi perdão por haver escrito seu nome com minúscula. He, he,,,
Este comentário foi removido pelo autor.
Excluirkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk Na verdade, eu nem percebi.
ExcluirDoni, querer dizer que cristo é o centro de tudo, que antes dele havia um cristianismo "anônimo" e dizer que TODAS AS RELIGIÕES LEVAM A DEUS, mas desprezar suas tradições, seus gurus, e empacota-las como cristianismo anônimo está perfeitamente dentro da visão unilateral e egocentrica do cristianismo.
ResponderExcluirCristo é cristo o resto é o resto, ou melhor, o resto representava cristo, um cristo anônimo.
Desculpe, o texto é bom sim, mas mostra e afirma que o cristianismo é o centro de tudo (como todo texto cristão) e todos os outros estão errados ou no mínimo, eram uma tipificação de cristo dentro dum conceito de "cristianismo anônimo". Tentar dizer que seu texto abre ou tenta abrir um diálogo amplo com outras tradições como sugere o Eduardo, é inaceitável, uma vez que, para haver tal diálogo é necessário que as outras tradições curvem a cristo como sendo o centro. Inclusive é necessário que o ateísmo se curve, uma vez que o texto sugere que tudo que é bom é cristão rsrsrs como sou boa, sou uma ateia "cristã" rsrs
Eu disse que o pensamento do Boff é um avanço, pois de fato o é, em relação à cristologia ortodoxa; mas também concordo que põe o cristianismo no centro: o cristianismo está em todas as religiões onde há temáticas "crísticas". Eu sou da opinião que toda religião deve ser aceita no que ela tem de diferente e que pode até mesmo ter a mesma essência crística do cristianismo, mas isso por certo, por que o cristianismo também herdou delas muito das suas próprias consciências "não crísticas" que se transformaram no cristianismo, "crísticas".
ResponderExcluirserá que ficou confuso ou deu para entender??? hehh
Mirandinha,
ResponderExcluiressa ideia de que existe uma relação necessária e direta entre religião e riqueza ou a falta dela é falsa.
Ora, a suécia não nasceu como país com menos de 20% da sua população não crendo num deus pessoal. Inclusive, não crer num deus pessoal não significa necessariamente que não se creia em deus algum ou que se tenha aberto mão totalmente da espiritualidade.
Eu acredito que a religião do futuro terá como deus um ser não pessoal - o que sem dúvida, será uma evolução nas estruturas das religiões monoteístas. mas essa evolução no terceiro mundo e no mundo islâmico vai demorar muitoooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo para acontecer.
Max Weber pensou exatamente o contrário: teria sido o cristianismo reformado o principal agente de propulsão do capitalismo que viria a gerar riqueza.
Edu meu caro,
ExcluirA relação da religião é proporcional ao nível de conhecimento ou de ignorância. O primeiro norteia a riqueza enquanto o segundo aprisiona a ignorância. Eu estou dizendo que a qualidadeda fé é proporcional ao conhecimento independente do local, data ou sociedade.Citei a Suécia porque é sabido que lá existem menos imbecís do que em muitos outros lugares do mundo.
Gui,
ResponderExcluireu acho que você formulou muito mal a sua tese de que em países economicamente justos e sem miséria é assim por que os demônios querem que todo mundo viva bem, e por isso, deixe de crer em Deus.
Se foi isso realmente que você quis dizer, para mim é uma tese absurda que nem mesmo tem base alguma na Bíblia.
Edu, você entendeu erradíssimo, já voltei a explicar... Veja meu último comentário para o Mirandinha. Seria até estupidez se eu pensasse desta forma.
ResponderExcluirGui, então realmente, não entendi o que você quis dizer com
ResponderExcluirO que eu disse foi que: Se na Suécia o povo está vivendo uma boa qualidade de vida e acreditam que sem religião funciona melhor, então, espíritos malignos não vão perturbar a vida deles neste sentido, eles querem que o sueco continue acreditando assim.
os espíritos não vão perturbar os suecos para que eles continuem acreditando que não precisam de Deus, já que eles já possuem tudo o que precisam. E em assim fazendo, os espíritos ajudam os suecos a se enganarem de que não precisam de Deus...bem, foi isso que entendi.
ou realmente uma sociedade socialmente justa não precisa de Deus?
Muito bem meu caro Edu,
ResponderExcluirAs sociedades justas e sábias não necessitam de nenhum Deus. Sabem que seu sucesso ou seu fracasso e exclusivamente por seu mérito. Não tem que agradecer a ninguém pelo carro adiquirido nem por ter sido salvo de um deslizamento catastrófico. Não existe um Deus para dar nem para tirar. Nunca existiu este ser que premia para castigar. Iato é masoquismo.
Isto é masoquismo.
Excluir