Teologia e Alteridade




TEOLOGIA E ALTERIDADE

Mateus 25, 31 a 46

        Nesta palavra de Mateus, Jesus aparece como Senhor da vida e da história, o justo juiz, como Pastor das ovelhas nos oferece a justa recompensa.
Jesus é representado como o pastor que procura as ovelhas feridas e marginalizadas. Orienta-nos qual a postura que espera de cada um de nós como cristão ao relatar a passagem escatológica da sua volta!
Aqui não se discute o que é mais importante: a oração ou a ação? Mas deixa claro que toda oração que se preza leva a pessoa a ação do amor concreto, o amor aos mais sofridos.
Jesus deixa claro nesta palavra o grande critério que utiliza para o julgamento que é o amor para com os mais necessitados e marginalizados, nos quais as pessoas são convidadas a identificar sua presença.
Portanto temos que ter a coragem de assumir de uma vez por toda que religião não se faz com discursos e belas pregações e sim com atitude de amor a quem urgentemente e emergencialmente precisa de libertação.
        A pergunta e a resposta da passagem do evangelho de Mateus devem ressoar fortemente em nossos corações e nos levar a insistir decididamente ao encontro verdadeiro com Cristo acolhendo-o nos que sofrem injustiças.
Perguntar-lhe-ão os justos: “Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, com sede e te demos de beber, peregrino e te acolhemos, nu e te vestimos, enfermo ou na prisão e te visitamos?”.
Responderá o Rei: “Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizestes isso a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizeste”.
Eis o grande critério para o julgamento: 
      O Pastor separará as ovelhas (os que acolheram os pequeninos) e dirá:
  “Vinde, benditos de meu Pai, recebei por herança o reino preparado para vós desde a fundação do mundo”.
        Aos cabritos (os que desprezaram os pequeninos) e dirá: “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno preparado para o diabo e para os seus anjos”.
Não se trata aqui de um julgamento arbitrário, O Rei apenas mostra a verdade! Onde todos nós perderemos nossas máscaras e nos veremos como realmente somos. 
        Deus vai além dos rótulos, Ele vê o produto. Vai além das aparências, Ele vê os frutos. 
        Quem julga e dá a sentença somos nós mesmos, porque diante da evidência não há como escapar. 
Não há como fugir desta realidade, escondendo-se em uma espiritualidade convencional, descomprometida e alienante. 
        O mesmo Cristo que disse: “Isto é meu corpo”, disse também: “... todas as vezes que fizestes isto a um dos meus irmãos mais pequeninos foi a mim mesmo que o fizestes”.
        A Adoração verdadeira a Jesus é a que nos leva ao amor aos mais pequeninos. 
        Toda espiritualidade equilibrada leva-nos necessariamente ao encontro do Cristo na face do irmão que sofre.
        O cerne da religião é a prática justiça!

       Alteridade (ou outridade) é a concepção que parte do pressuposto básico de que todo o homem social interage e interdepende de outros indivíduos. Assim, como muitos antropólogos e cientistas sociais afirmam, a existência do "eu-individual" só é permitida mediante um contato com o outro (que em uma visão expandida se torna o Outro - a própria sociedade diferente do indivíduo). (Fonte: Wikipédia)
        Na relação alteritária, está sempre presente os fenômenos holísticos da complementaridade e da interdependência, no modo de pensar, de sentir e de agir, onde o nicho ecológico, as experiências particulares são preservadas e consideradas, sem que haja a preocupação com a sobreposição, assimilação ou destruição destas.
        A prática da alteridade conduz da diferença à soma nas relações interpessoais entre os seres humanos revestidos de cidadania.

        “Ou aprendemos a viver como irmãos, ou vamos morrer juntos como idiotas” (Martin Luther King).

         "Para que haja respeito entre todos é necessário que em todos haja um muito de alteridade". (Murilo Moiana)

A foto acima traz duas belíssimas imagens de São Francisco de Assis, na primeira à frente, uma escultura em barro do artesão alagoano, e um dos gênios da arte popular brasileira, Beto Pezão (José Roberto Freitas), com 30 centímetros de altura.
A imagem de fundo é um maravilhoso quadro de São Francisco, em óleo sobre tela, nas dimensões de 27 x 19 cm, com assinatura no canto inferior direito e no verso, do grande artista ítalo-brasileiro, Inos Corradin.
Nascido em Piemonte, começou a estudar pintura ainda na Itália, em 1945. Desembarcou no Brasil em 1950, aos 21 anos de idade, residindo inicialmente em Jundiaí. Sua primeira mostra individual ocorre na Galeria Oxumaré, na Bahia em 1953. Ao longo dos anos foram exposições Brasil a dentro, além de países como Estados Unidos, Argentina, Canadá, Alemanha, França, Israel, Holanda, etc.

Comentários

  1. Caros confrades há tempo queria discutir esta passagem aqui na confraria e em um dos comentários anteriores o EDU não sei se vai se lembrar citou esta passagem o que inspirou colocá-la já que a maioria dos teólogos que conheci citam como a única passagem da escritura que fala claramente sobre a condenação eterna? Por isso a dica de escatologia.

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  2. Gil, você esqueceu de escrever o título da postagem. Volto depois para destrincharmos esse instigante texto do evangelho.

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  3. GIL.

    Um texto que nos coloca em contato com o principal programa de Jesus, a libertação.

    Em meus tempos de pentecostal-fundamentalista-dispensacionalista, tempos em que minhas principais leituras eram obras do Donald Stamps e Scofield, sempre tive em minha mente a ideia desse julgamento, que apesar de ser escatológico seria inevitavelmente literal em seus detalhes. O problema dessa imagem de julgamento, é que nos remete inevitavelmente ao velho Deus vingativo da Torá. Quando na verdade o anúncio de Jesus postulam uma nova imagem de Deus conectado a um novo programa de acesso a Ele. Ou seja, um Deus de infinita bondade que ama os ingratos e maus. (Lc 6:35). Não sei se é sua proposta discutir esta questão.

    Mas como é legal saber GIL, que existem pessoas como você. Que ideologiza, mas que procura ver esta ideologia convertida em prática, e que não se convence que é apenas mais uma utopia humana impossível. Mas que pode ser uma realidade visível no mundo.

    Penso que a liderança cristã tem muitas boas intenções. Até apresentam propostas de um maior envolvimento com o outro. O problema que geralmente emerge, é que para tanto, faz- se necessário romper com este paradigma vigente de discursos com apelos à abstração e subjetividades apenas, como se estivessem prestes a transcender, e se esquecem da vida real.

    O cristão precisa externar seu campo de ação para além de sua escrivaninha e elucubrações metafísicas, (como é nosso caso) rsrs, e enxergamos a realidade nua e crua que nos circunda. Creio que nesse quesito você está KMs de distancia à minha frente. Rsrs

    Abraços.

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  4. Doni meu caro

    Fique a vontade para destrinchar o texto que apesar de entendê-lo a partir de uma prática pastoral que optei, me traz estas dúvidas, a maior dela citada por você:

    "O problema dessa imagem de julgamento, é que nos remete inevitavelmente ao velho Deus vingativo da Torá."

    O segundo questionamento a dificuldade que temos enquanto religiosos de equilibrar a ação com a espitualidade.

    E neste quesito concordo com o que disse:

    "Penso que a liderança cristã tem muitas boas intenções. Até apresentam propostas de um maior envolvimento com o outro. O problema que geralmente emerge, é que para tanto, faz- se necessário romper com este paradigma vigente de discursos com apelos à abstração e subjetividades apenas, como se estivessem prestes a transcender, e se esquecem da vida real."

    DONI Se puder trabalhar mais com estas ideias seria pra mim de imenso aproveitamento! Neste quesito você está KMs de distância à minha frente rsrsrs

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  5. Essa passagem de Mateus é muito significativa pois ela contraria o entendimento de que a salvação é exclusiva pela fé e que a condenação está ligada à falta dela e a erros morais. A fé aqui não é nada e a atitude (obras?) é tudo.

    O elemento usado no tempo escatológico do julgamento das nações é a atitude que as pessoas tiveram para com os "pequenos".

    Isso concorda também com o dito de Jesus em Mt 16.27:

    "Pois o Filho do Homem virá na glória do seu Pai, com os seus anjos, e então retribuirá a cada um de acordo com a sua conduta. Em verdade, vos digo: alguns dos que estão aqui não provarão a morte sem antes terem visto o Filho do Homem vindo com o seu Reino".

    A teologia cristã posterior fez uma separação artificial entre a salvação que seria exclusivamente pela fé e o julgamento do salvo segundo suas boas obras para recebimento exclusivo de recompensas.

    Esse é um artifício pobre.

    É claro que há também no versículo citado uma afirmação de Jesus que não se cumpriu, pois todos seus contemporâneos morreram e ninguém viu o Reino chegar. Mas isso pode ficar para uma outra discussão.

    A questão é: em nenhum lugar do evangelho se diz que alguém possa herdar o Reino "apenas pela fé".

    Quando o jovem rico perguntou a Jesus o que deveria fazer para herdar a Vida, ele não disse: "Creia em mim e serás salvo". Ele diz: "conheces os mandamentos..."

    Essa é mais uma questão que gera crises teológicas quando se tentam fazer uma "harmonização" com o pensamento de Paulo e da teologia cristã protestante.

    Passo a bola...rss

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  6. Sobre a frase destacada do DONI:

    "O problema dessa imagem de julgamento, é que nos remete inevitavelmente ao velho Deus vingativo da Torá."

    A ideia de um julgamento escatológico é tema recorrente na literatura apocalíptica que sofreu influências da teologia Persa(salvo distúrbio da minha memória). Aqui Deus é colocado como o Juiz soberano. Parece que os hebreus e antigos cristãos não tinham problemas com a vingança, já que rogam a Deus para que se vinguem dos seus inimigos. "Minha é a vingança" é uma afirmação atribuída a Deus.

    Pode-se argumentar que a vingança de Deus é "perfeita" pois ele é perfeito. Mas não tenho dúvidas que aí elementos do sentimento humano foram postos em Deus.

    Temos que ultrapassar esse entendimento negativo da personalidade divina.

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  7. Os profetas clássicos também conhecidos como profetas maiores e menores ou os grandes profetas que atuaram entre 750 a 450 A.C. pautavam suas missões em duas vertentes: o anúncio e a denúncia.

    Eram profetas atuante na realidade do povo e participavam também juntamente com oráculos voltados ao rei.

    Há profetas que foram chamados como por exemplo Amós do campo só para denunciar diante do rei suas injustiças.

    Para os profetas clássicos não havia uma separação do "espiritual" e "material". A paz e libertação do povo só acontecia na visão destes profetas se houvessem justiça social e fidelidade ao Javismo. Duas vertentes inseparáveis para constatar que o povo estava em consonância à vontade de Deus.

    Já na épóca do Novo Testamento a ideia de pobreza fora visto como castigo enquanto a riqueza era sinônimo de benção e proteção divina. Os saduceus grupo aristocrata da época que faziam parte do sinédrio se apoiavam nesta ideia de benção e retribuição aqui em terra através dos bens acumulados.

    Jesus enfrenta diversas vezes esta visão equivocada e se faz pobre. Jesus não fala tanto dos pobres, pois era pobre como os pobres.

    o próprio exemplo do jovem (?) rico citado pelo Edu é típico daqueles que ao acharem que praticavam a Lei e tinham dinheiro seria suficiente por se acharem mais puro que os outros.

    O que o entristeceu foi quando Jesus mandou-lhe vender tudo e dar aos pobres.

    Outra fato interessante segundo os teólogos era a possibilidade de um embate e discussão entre Tiago e Paulo.

    Enquanto para Paulo a fé seria suficiente para salvação, Tiago por sua vez diz que a fé sem obras era invalida.

    Alguns religiosos ao querer justificar "as obras" a denominou como se fosse o trabalho de evangelização e anúncio. A carta de Tiago deixa bem claro que se referia aos pobres.

    O que me intriga é esta resistência interior e exterior da maioria religioso em refutar ou colocar em prática a caridade aos mais necessitados. Há alguns que afirmam que não tem dom pra isso. Pergunto quem possui vontade em querer ver pobres e acolhê-los por gostar ou ter dom?

    Não só em relação à caridade, mas se formos realistas veremos que quase tudo que se aproxima de algo concreto quase sempre está distanciado dos que professam fé.

    Eu entendo que a missão da igreja não é promover caridade com os pobres, esta responsabilidade cabe ao estado, porém como cristão não podemos calar a voz ou deixar de ser voz dos que não tem voz quando o estado não faz sua parte.

    Depois gostaria de falar da justiça no sentido teológico o que representa a Justiça de Deus?

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  8. Temos no Novo Testamento a referência de três julgamentos, que na perspectiva dispensacionalista são distintos. E acontecerão na seguinte ordem:

    1. O TRIBUNAL DE CRISTO. Ocorrerá logo após o arrebatamento da igreja em algum ponto do espaço sideral. Nele, serão julgadas as obras dos salvos para efeito de recompensa. O salvo será julgado pelo que ele tiver feito por meio do corpo. Alguns receberão pela sua dedicação e trabalhos a medalha de ouro, alguns, a de prata. Outros o bronze. Enquanto outros, apenas um bem vindo, e parabéns por ter chegado até aqui. Rsrs

    2. O JULGAMENTO DAS NAÇÕES. Ocorrerá sete anos depois da grande tribulação, provavelmente em Jerusalém. Nele não serão julgadas as pessoas individualmente, mas sim as nações como nações. Ali será decidido quais são os povos que darão inicio à uma nova fase da existência humana na terra. O chamado milênio. Nesse entendimento, as ovelhas são vistas como nações que de alguma forma ajudaram os “pequeninos" (Israel), enquanto que os bodes são as nações que foram indiferente ou se opuseram aos “pequeninos” (Israel

    3. O JUÍZO FINAL. Ocorrerá no final do milênio. O temível julgamento do grande trono branco. Nele será declarado o castigo eterno da besta, do falso profeta, do anti-cristo, e de todas os incrédulos. Aqueles que não tiverem seus nomes constando no livro da vida. A partir dali uma nova ordem será instaurada. Chamado de eterno e perfeito estado.

    Alguns teólogos mais criativos conseguem visualizar pelo menos mais quatro julgamentos nas escrituras. Com significativas diferenças com relação aos participantes, o local, o tempo e o resultado de cada um deles.

    Enquanto outros, também por inferência, afirmam que não haverá mais do que um julgamento. Ou seja, que todos os detalhes apresentados de forma singular serão agrupados num único evento. No chamado “grande dia do senhor”.

    Indiferente à todo tipo de juízos divinos, estão aqueles que advogam a expiação ilimitada e o alcance universal da graça Deus. Os universalistas. Inclusive, em sua teologia, o próprio Paulo opera com duas imagens de Deus, uma de juiz e outra de rei. Enquanto que o “Deus-juíz” separa, o “Deus rei” une a todos em seu reinado.

    Para finalizar, existe no âmbito religioso, quer seja cristão ou qualquer outro, uma pluralidade de conceitos no tocante à escatologia. E a incongruência é ponto alto dessa doutrina. Tudo que for falado não passa de especulação.

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  9. Edu,

    Fica claro que Paulo e Tiago apresenta concepções opostas em relação ao “caminho” da salvação. Não é por acaso que Lutero classificava a epístola de Tiago como sendo espúria.

    A ortodoxia, na tentativa de harmonizar a discrepância entre os dois, em relação aos meios da salvação, numa eisegese de Efésios 2:8, fazem a seguinte ilustração:

    “é como uma passagem com duas vias. Sendo que uma (fé) perde sua validade se destacada da outra” (obras).

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  10. Pois é, DONI, lembro-me dos muitos "seminários escatológicos" do qual participei na igreja e sempre ficava empolgado com as mirabolantes construções do dispensacionalismo. Lembro-me que jovem ainda, li de um palestrante que o Anti-Cristo seria gerado pelo Diabo que iria engravidar uma mulher(querendo se assemelhar ao nascimento de Jesus, gerado por Deus).

    Tudo isso eu joguei na lata do lixo.

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  11. EDU e DONI aqui um breve resumo da escatologia no CIC da ICAR

    E.19 ESCATOLOGIA

    §676 Esta impostura anticrística já se esboça no mundo toda vez que se pretende realizar na história a esperança messiânica que só pode realiza-se para além dela, por meio do juízo escatológico: mesmo em sua forma mitigada, a Igreja rejeitou esta falsificação do Reino vindouro sob o nome de milenarismo, sobretudo sob a forma política de um messianismo secularizado, "intrinsecamente perverso".

    §1186 Finalmente, a igreja tem um significado escatológico. Para entrar na casa de Deus, é preciso atravessar um limiar, símbolo da passagem do mundo ferido pelo pecado para o mundo da vida nova ao qual todos os homens são chamados. A igreja visível simboliza a casa paterna para a qual o povo de Deus está a caminho e na qual o Pai "enxugará toda lágrima de seus olhos" (Ap 21,4). Por isso, a igreja também é a casa de todos os filhos de Deus, amplamente aberta e acolhedora.

    §2771 Na Eucaristia, a Oração do Senhor manifesta também o caráter escatológico de seus pedidos. E a oração própria dos "últimos tempos", dos tempos da salvação que começaram com a efusão do Espírito Santo e que terminarão com a Volta do Senhor. Os pedidos ao nosso Pai, ao contrário das orações da Antiga Aliança, apoiam-se sobre o mistério da salvação já realizada, uma vez por todas, em Cristo crucificado e ressuscitado.

    §2776 A Oração dominical é a oração da Igreja por excelência. É parte integrante das grandes Horas do Oficio Divino e dos sacramentos da iniciação cristã: Batismo, Confirmação e Eucaristia. Integrada na Eucaristia, ela manifesta o caráter "escatológico" de seus pedidos, na esperança do Senhor, "até que Ele venha" (1 Cor 11,26)

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  12. O que vem depois da morte - Catecismo da Igreja Católica

    RESUMINDO

    1051 Cada homem, em sua alma imortal, recebe sua retribuição eterna a partir de sua morte, em um Juízo Particular feito por Cristo, juiz dos vivos e dos mortos.

    1052 "Cremos que as almas de todos os que morrem na graça de Cristo constituem o povo de Deus para além da morte, a qual será definitivamente vencida no dia da ressurreição, quando essas almas serão novamente unidas a seus corpos."

    1053 "Cremos que a multidão daquelas que estão reunidas em torno de Jesus e de Maria no paraíso forma a Igreja do Céu, onde na beatitude eterna vêem a Deus tal como Ele é, e onde estão também, em graus diversos, associadas com os santos anjos ao governo divino exercido pelo Cristo na glória, intercedendo por nós e ajudando nossa fraqueza por sua solicitude fraterna."

    1054 Os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não estão totalmente purificados, embora seguros de sua salvação eterna, passam depois de sua morte por uma purificação, afim de obter a santidade necessária para entrar na alegria de Deus.

    1055 Em virtude da "comunhão dos santos", a Igreja recomenda os defuntos à misericórdia de Deus e oferece em favor deles sufrágios, particularmente o santo sacrifício eucarístico.



    1056 Seguindo o exemplo de Cristo, a Igreja adverte os fiéis acerca da "triste e lamentável realidade da morte eterna, denominada também de "inferno".

    1057 A pena principal do inferno consiste na separação eterna de Deus, o único em quem o homem pode ter a vida e a felicidade para as quais foi criado e às quais aspira.

    1058 A Igreja ora para que ninguém se perca: "Senhor, não permitais que eu jamais seja separado de vós" Se é verdade que ninguém pode salvar-se a si mesmo, também é verdade que "Deus quer que todos sejam salvos" (1 Tm 2,4), e que para Ele "tudo é possível" (Mt 10,26).

    1059 "A santíssima Igreja romana crê e confessa firmemente que no dia do juízo todos os homens comparecerão com seu próprio corpo diante do tribunal de Cristo para dar contas de seus próprios atos.”

    1060 No fim dos tempos, o Reino de Deus chegar à sua plenitude. Então, os justos reinarão com Cristo para sempre, glorificados em corpo e alma, e o próprio universo material será transformado. Então Deus será "tudo em todos" (1 Cor 15,28), na Vida Eterna.

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  13. Como disse bem o Doni tudo é especulação. Taí um assunto que não consigo levar em consideração.

    É bem verdade que somos curiosos pra saber o que há depois da morte, mas esta curiosidade leva sempre À viagens alucinantes das quais me libertei e hoje não me vejo capaz de sair falando ou pensando em determinados assuntos.

    Não digo que me libertei totalmente a ponto de jogar no lixo como o EDU, mas que é assunto que não tenho vontade alguma de aprofundar por considerar sempre ser uma viagem na maionese rsrsrs

    Tive uma experiência diferente certa vez cai de uma altura enorme e rachei a cabeça rsrsrs e me machuquei todo. Eu fiquei estendido no chão em cima da raiz de uma abacateira ensaguentado e lembro-me de uma luz enorme e a imagem de Nossa Senhora Aparecida em meio a esta luz que ao se aproximar de mim voltou-me à consciência ao que vi meus amigos com os olhos arregalados kkk assustados achando que havia morrido rsrsrs Levantei-me todo machucado arrebentado sangrando a cabeça e fui ao hospitar costurar tudo kkk Senti-me em paz o tempo todo enquanto um amigo chegou a desmaiar.

    Sei lá ainda acho que nossa consciência, aquilo que cremos será projetado após a morte. Mais esta é mais uma especulação entre tantas que criamos a respeito deste assunto.

    O máximo que temos são testemunhos de pessoas que beiraram a morte.

    Mesmo quando ouvimos falar de segmentos que dizem falar com mortos é sempre a mesma ladainha, cheios de contradições, nada específico, concreto.

    Ou seja em se tratando deste assunto sempre acho que tudo é fruto de fantasias, suposições e uma tremenda imaginação.

    Não consigo sinceramente levar a sério este assunto e nem tenho vontade de aprofundar.

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  14. Doni ou EDU uma dúvida que tenho como católico a respeito dos evangélicos:

    Para os evangélicos a pessoa que morre vai pra onde?

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  15. GIL, quando eu falei que "joguei no lixo" foi mais uma forma de dizer exatamente isso: é muita especulação e pouca objetividade. Por outro lado, não posso desconsiderar o sentimento que há por trás dos movimentos apocalípticos escatológicos: a profunda necessidade humana de ansiar por um mundo melhor, restaurado, onde habite a paz e a justiça. É utópico, mas as utopias tem grande valor como inspiração para a ação.

    volto depois para comentar mais (estou aqui com meu filho e ele me deu uma folguinha agora mas já está me chamando...rss)

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  16. Prezados confrades:

    Andei meio sumido motivado pelo trabalho e também porque voltei a estudar, que deixa o tempo mais do que escasso. Mas vontade de estar aqui nunca me faltou.

    Tenho o prazer de ler um artigo de meu amigo GILBERTO BEGGIATO, com o o qual a gente concorda inteiramente, por certo.

    Permito-me separar algumas frases e sobre elas tecer alguns comentários:

    “Jesus deixa claro nesta palavra o grande critério que utiliza para o julgamento que é o amor para com os mais necessitados e marginalizados, nos quais as pessoas são convidadas a identificar sua presença.”

    Eis um grande problema, que é o amor. E o amor é uma virtude teologal, isto é, vem de Deus, não é nosso. O amor é o nome mais popular para a “caridade”. E que é a caridade? È amar a Deus sobre todas as coisas, e na exata medida deste amor, amar nossos irmãos!

    Eis algo dificílimo e não é à toa que não conseguimos por nós mesmos, mas é dom que vem de Deus.

    Muito fácil “amar a Deus” que fica lá longe, lá no alto, num lugar incerto. Deus é quietinho, não “enche o saco” como o nosso patrão, nosso colega de trabalho, nosso vizinho.

    E é por isso que pouquíssimas pessoas amam a Deus de verdade, porque podemos verificar este não-amor justamente pela maneira que tratam os outros, principalmente os mais humildes.

    E também não é à toa que o divino mestre nos ensinou que nem todos os que dizem “Senhor, Senhor”, entrarão o Reino dos Céus, porque normalmente os que clamam por Deus sem peias e sem medidas, normalmente são os que mais pisam nos outros, também sem peias e também sem medidas.

    E não é à toa que todo esse discurso sobre os fins dos tempos põe a nu nossas fragilidades, porque poucas vezes visitamos os doentes, os presos, poucas vezes damos um copo de água a quem nos pede.

    E mesmo quando fazemos, o fazemos com sentimento de “dever cumprido”, ou para nos livrarmos de um peso ou de uma pessoa inoportuna, de alguém indesejável. “Tome e se vá”, pensamos e falamos.

    Claro que é melhor do que desprezar e nada fazer, por óbvio, mas estamos longe do verdadeiro amor, porque o verdadeiro amor, a caridade, nos obriga a ver Deus naquelas pessoas todas e tratá-las como trataríamos o próprio Deus!

    -.-.-.-

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  17. “Vinde, benditos de meu Pai, recebei por herança o reino preparado para vós desde a fundação do mundo”.

    Desde a fundação do mundo, diz Jesus. E aí, como seria essa predestinação? Desde a fundação mesma, sabendo Deus o que aconteceria com Adão e Eva e o que veio a partir dali, ou a partir do pecado original?

    Deus já sabia que o homem iria pecar ou preferiu confiar na natureza dele, tal qual um pai confia nas boas amizades e nas boas atitudes do filho, sem necessariamente lhe perguntar todo dia e toda hora o que está fazendo, mesmo tendo condições de fazer tudo isso todo dia e toda hora?

    Sei que esta é uma questão difícil porque trata da predestinação, mas são questões difíceis e controvertidas que animam o debate.

    -.-.-.-.-

    “Quem julga e dá a sentença somos nós mesmos, porque diante da evidência não há como escapar.”

    Será? Será isso mesmo? Nós somos senhores de nossos atos e não estamos necessariamente sujeitos à misericórdia e a Graça divina para tudo? Como fica então aquela passagem de que até nossos cabelos da cabeça estão contados? Como poderíamos dar nossa própria sentença quando temos que conviver com esta fatalidade de ter “Alguém” que já sabe até os fios de nossos cabelos, o que nós mesmos jamais saberemos?

    Se somos tão pequenos, como seríamos capazes de ter uma vida de tal sorte apta a nós mesmos nos dar a respectiva sentença?

    -.-.-.-

    “O cerne da religião é a prática da Justiça”.

    Muita correta esta assertiva, mas a Justiça me parece que é o resultado dos atos, isto é, se se faz o bem ou o mal: teremos a recompensa quando fizermos o bem, seremos penalizados quando fizermos o mal.

    Então a Justiça me parece não ser nossa, a Justiça me parece que é de Deus, segundo nossas obras. Para mim, meu caro BEGIATO, o cerne da religião é fazermos o bem para recebermos nossa recompensa.

    -.-.-.-.-.-

    “Ou aprendemos a viver como irmãos, ou vamos morrer juntos como idiotas” (Martin Luther King). "Para que haja respeito entre todos é necessário que em todos haja um muito de alteridade". (Murilo Moiana)


    Perfeito, afinal vivemos em sociedade, e nossa vida só terá sentido quando respeitarmo-nos uns aos outros, quando houver “alteridade” como diz Murilo Moiana citado pelo BEGIATO.

    Não há dúvida. Mas, observo que toda a nossa vida aqui é voltada para algo além, e este algo além tem natureza eminentemente individual. Se vivemos em sociedade nos relacionando, a Vida eterna é individual, é nossa e é nosso acerto com o Divino, com o Eterno.

    Escrevo isso para tentar dar minha visão da seguinte passagem posta pelo articulista: “O mesmo Cristo que disse: ‘Isto é meu corpo’, disse também: ‘... todas as vezes que fizestes isto a um dos meus irmãos mais pequeninos foi a mim mesmo que o fizestes’”.

    E separo assim: se é necessário que nos amemos uns aos outros como Cristo nos amou (caridade) é também necessário que ao recebermos o “Corpo e Sangue” de Cristo, tenhamos a noção que este momento é nosso, Deus em cada um de nós e para cada um de nós: é a partir deste fortalecimento individual pelas Graças derramadas que teremos a oportunidade de praticarmos a verdadeira caridade, tudo num círculo virtuoso.

    Um abraço a todos os confrades.

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  18. João Cirilo que beleza belas observações e concordo que vieram melhorar o texto proposto. Você estava fazendo falta por aqui:

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    1. Deixa eu frisar alguns textos seus:

      Muito fácil “amar a Deus” que fica lá longe, lá no alto, num lugar incerto. Deus é quietinho, não “enche o saco” como o nosso patrão, nosso colega de trabalho, nosso vizinho

      E não é à toa que todo esse discurso sobre os fins dos tempos põe a nu nossas fragilidades, porque poucas vezes visitamos os doentes, os presos, poucas vezes damos um copo de água a quem nos pede.

      “Quem julga e dá a sentença somos nós mesmos, porque diante da evidência não há como escapar.”

      Será? Será isso mesmo? Nós somos senhores de nossos atos e não estamos necessariamente sujeitos à misericórdia e a Graça divina para tudo? Como fica então aquela passagem de que até nossos cabelos da cabeça estão contados? Como poderíamos dar nossa própria sentença quando temos que conviver com esta fatalidade de ter “Alguém” que já sabe até os fios de nossos cabelos, o que nós mesmos jamais saberemos?

      Se somos tão pequenos, como seríamos capazes de ter uma vida de tal sorte apta a nós mesmos nos dar a respectiva sentença?

      João Cirilo você tocou em um ponto que jamais devemos esquecer A Justiça e a Misericórdia de Deus.

      Ainda bem que depende de Deus!

      Excluir
  19. “Eis um grande problema, que é o amor. E o amor é uma virtude teologal, isto é, vem de Deus, não é nosso. O amor é o nome mais popular para a “caridade”. E que é a caridade? È amar a Deus sobre todas as coisas, e na exata medida deste amor, amar nossos irmãos!”

    JOÃO, há controvérsia nessa sua assertiva.

    Acredito que o amor, assim como o seu oposto, seja o ódio ou a indiferença, são sentimentos ou atitudes inatas do ser humano, ou como queiram alguns, desenvolvidos por nós.

    A implicação decorrente dessa ideia seria a aceitação do conceito maniqueísta em nossa natureza. Isto é, que os sentimentos opostos são originários de duas fontes logicamente em oposição uma com a outra, mas igualmente poderosas. Enquanto Deus distribui o amor, o diabo, o ódio. Vendo por este prisma, o inimigo de Deus tem tido mais êxito em sua tarefa.

    Por isso, vejo no ser humano o potencial tanto para amar como para odiar. Entretanto, mais em função de suas próprias ambivalências do que propriamente de serem sugestionadas para tal.

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  20. Paz,

    Visitando alguns blogs me deparei com o seu comentário e me agradei em conhecer seu espaço.
    Gostei dos posts. E aqui estou para convidar a também visitar meu blog.
    http://frutodoespirito9.blogspot.com/
    Se gostar, o convido a seguir-me, e eu retribuirei o carinho.

    P.S. Estou indicando o blog de um irmão, que postou algumas mensagens polêmicas para alguns, as mesmas denunciam as calamidades que ocorrem no meio evangélico. Espero que goste!
    Acesse e confira:

    http://discipulodecristo7.blogspot.com/

    Em Cristo,

    ***Lucy***

    Aguardo visita e comentário...

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  21. OI, Lucy, legal sua visita e convite. Mas o que você achou mesmo do texto em pauta...?

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    1. Edu, ela nem leu!! Na verdade, estes são os danados SPAM's, entram nos blogs e comentam pedindo visitas e comentário de volta e para seguir, mas sequer leem nada! rsrs

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  22. GIL,

    os evangélicos também não se entendem quando o assunto é o "lado de lá". Pentecostais, neopentecostais e protestantes históricos não chegariam a um consenso sobre o tema.

    Eu sempre ouvi falar na igreja em que cresci que quando os santos morrem vão para o seio de Abraão e ficam aguardando a ressurreição dos mortos para irem definitivamente para o céu.

    Mas há os que creiam que o céu será a terra restaurada. Leem literalmente o apocalipse quando diz que a nova Jerusalém descerá do céu.

    Depois que eu fiquei mais crítico eu ficava pensando que o seio de Abraão tinha que ser muito grande para caber tanta gente...rssss

    Mas sinceramente, não posso te dar uma resposta mais técnica-teológica, pois há anos não leio nada sobre escatologia.

    Hoje em dia as igrejas não estão mais preocupadas com o apocalipse nem com escatologia, a não ser os adventistas, estes sim, vivem e sempre viveram um cristianismo escatológico. Inclusive com alguns furos proféticos.

    A mensagem de Jesus conforme os evangelhos era escatológica. E não visava só um futuro distante, utópico, e sim, algo que aconteceria nos seus dias.

    Mas alguma deu errado...

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  23. Gil, sempre gosto de suas participações por sempre convidar a arregaçar as mangas, né verdade?

    Bom, ainda não li todos os comentários, mas Gil, algo me incomodou no texto base de seu ensaio:

    Mateus 25:41
    41 - Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos;
    46 - E irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna.


    Bom, voce sempre diz que não crê em inferno (é isto mesmo?), então como resolvemos este problema? JC teria se enganado ao citar isto? Ou será que foi apenas para amedrontar-nos? rsrs

    Bjux

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  24. EDU entendi porque ainda não consegui compreentender o que o evangélico fala sobre pós morte ouvi várias versões. Na ICAR também não é nem um pouco diferente.

    Tem o purgatório, tinha (acho) limbo crianças não batizadas quando morrem vão pra lá...., tem o julgamento final e assim vai...

    Mas a questão das medalhas do DONI eu não entendi...

    ANJA

    Então lembra que lhe disse que o inferno é a ausência de Deus pelo menos eu vejo na possibilidade de ele existir enquanto ausência de Deus. Penso que a decisão livre sempre existirá e que Deus não vai em momento algum agredir este livre arbítrio. Chegará um momento e não na vida enquanto temporária em que decidiremos eternamente por livre espontânea vontade que não queremos a presença de Deus.

    Mas isso em relação a pergunta que me fez se creio no inferno.

    por isso no texto afirmo:

    “Quem julga e dá a sentença somos nós mesmos, porque diante da evidência não há como escapar.”

    Mas imagina você diante da realização pessoal sendo plenamente amada aceita compreendida e com todas as suas indagações respondidas amada plenamente você e todos que você sempre amou e os que você não amou. Imagina você em total êxtase rsrsrs. Será que vai dizer não quero? Imagino que neste momento diferentemente do que ouço dizer da maioria das pessoas que dizem que vão perguntar um monte de coisas pra Deus do tipo: Por que aquela criança nasceu daquele jeito? Por que permitiu que os religiosos mentissem a respeito do amor e perdão? Por que nos fez acreditar na condenação? Poi então imagino que será um momento total de realização que estas perguntas serão tão desnecessária e nossas indagações tão compreendidas. Vejo estou usando a palavra imagino, pois assim como todo mundo são imaginações minhas do além vida.

    Também eu imagino os pobres cantando vitória definitiva, as prostitutas, os ladrões ( fruto da desigualdade social), os adulteros e toda esta gente sendo abraçada e amada pelo Pai nos precedendo no Reino dos Céus.

    Imagino como bom religioso que sou, com a boca aberta corado de vergonha por tantas pessoas que minha falsa moral mandou pro inferno enquanto estava na terra kkkk

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  25. Anja mas quanto ao versículo que citou:

    Mateus 25:41
    41 - Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos;
    46 - E irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna.

    Vejo que era o ponto de vista do autor do evangelho de MATEUS que me parece ser uma fonte judaica e por isso a visão de Deus que vingará quem não obedeceu sua ordem.

    Mas interessante que o julgamento tem como referência o acolhimento ou não dos excluídos. Querer colocar outro significado dos pequeninos nesta passagem se referindo aos humildes religiosos é no mínimo uma forçação do texto no meu ponto de vista.

    Veja ANJA que interessante os religiosos pegam pesado em relação ao moralismo quando fala do inferno e porque nesta questão particular do evangelho de Mateus não deram ênfase ao julgamento e nem a usam em suas pregações sobre condenação. Hipocrisia?

    Enfim se os justos irão para o céu, pergunta-se: Quem é justo? Quem é bom?

    O bajulador jovem(?) rico religioso de carteirinha chamou Jesus de bom ao que Jesus disse:

    Por que você me chama de bom? Só Deus é bom, e mais ninguém – Mc 10.17,18

    Então eu digo que o único Justo salvou a todos.

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    1. Em tempo se o inferno existe ele tem sentido no meu ponto de vista para acolher os que na eternidade (portanto toda decisão se eterniza) recusaram o amor de Deus. Mas isto só na eternidade enquanto consciência total do amor de Deus e da realização plena.

      Como pessimista que sou eu não vejo a vida terráquea rsrsrs como realização plena apesar de ser extremamente grato por vivê-la.

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    2. Em tempo 2:

      Quando disse:

      Então eu digo que o único Justo salvou a todos.

      Me refiro salvar definitivamente da angústia que carregamos, dda tristeza que as vezes não compreendemos, da enfermidade, das dúvidas, do peso que carregamos em vida em alcançar um objetivo: profissional, financeiro, educação correta dos filhos, pobreza, miséria, violência.

      POr que apesar de acreditar que o Reino de Deus começa aqui e agora e que estas lutas devem ser hoje adquiridas eu não creio que apesar de um dia vivermos a dimensão da Civilização do Amor proposta por Santo Agostinho, ainda assim, teremos estes sentimentos nos penalisando até porque não vejo que uma realização material seja suficiente para afirmarmos que O reino de Deus aconteceu plenamente, por isso, usei o termo "salvação definitiva".

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    3. Em tempo 3 rsrsrs

      Para que possa existir um lugar onde aja a possibilidade de estar ausente de Deus eu creio que só com o extermínio definitivo da presença de alguém ou de algum "lugar" diante de Deus, ou seja, na inexistência.

      Não creio no sofrimento eterno! Mas creio na felicidade eterna!

      Porque penso que nada pode existir sem a onipresença de Deus. Deus está em tudo e tudo está em Deus. E nada pode existir sem Ele.

      Indico este texto de Leonardo Boff vale a pena ler:

      http://www.jb.com.br/leonardo-boff/noticias/2012/04/17/panteismo-versus-panenteismo/

      Quem sabe para minha próxima vez postá-lo aqui.

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  26. Este comentário foi removido pelo autor.

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  27. Gil, bom dia! Para não deixar de participar do debate deixo aqui um trecho da leitura do espiritismo.org que ilustra bem o que penso a respeito do tema. Pode ser escandaloso para alguns mas para mim cabe ´perfeitamente no meu entendimento. Um mega abraço para vc meu querido irmão.

    A definição sintética de "Céu e Inferno" sob os parâmetros da Doutrina Espírita explica: "Céu e Inferno são estados de consciência". Esta tese foi desenvolvida pelos Espíritos Reveladores do Espiritismo, respondendo a Allan Kardec - O Codificador da Doutrina -, na questão 1.012 de "O Livro dos Espíritos"(1).

    Haverá no Universo lugares circunscritos para as penas e gozos dos Espíritos, segundo seus merecimentos?
    "Já respondemos a esta pergunta. As penas e os gozos são inerentes ao grau de perfeição dos Espíritos. Cada um tira de si mesmo o princípio de sua felicidade ou de sua desgraça. E como eles estão pôr toda a parte, nenhum lugar circunscrito ou fechado existe especialmente destinado a uma ou outra coisa. Quanto aos encarnados, esses são mais ou menos felizes ou desgraçados, conforme é mais ou menos adiantado o mundo em que habitam."

    De acordo, então, com o que vindes de dizer, o inferno e o paraíso não existem, tais como o homem os imagina?
    "São simples alegorias: pôr toda parte há Espíritos ditosos e inditosos. Entretanto, conforme também já dissemos, os Espíritos de uma mesma ordem se reúnem pôr simpatia; mas podem reunir-se onde queiram, quando são perfeitos.". Allan Kardec, a seguir, complementa este assunto dizendo que a localização absoluta das regiões das penas e das recompensas só na imaginação do homem existe. Provém da sua tendência a materializar e circunscrever as coisas, cuja essência infinita não lhe é possível compreender.

    Continuando, deixamos à meditação dos leitores interessados na busca da verdade, que segundo Jesus, liberta, algumas indagações que servirão para fixar os aspectos que o confrade Jayme Andrade, em o livro "O Espiritismo e as Igrejas reformadas"(2) apresenta, argumentando e refutando a teoria das penas eterna .
    1-Se Deus é infinito em todas as suas perfeições, é também infinitamente justo. Então, porque predestina Ele algumas almas à eterna bem-aventurança e outras à eterna condenação? Onde a infinita justiça? Se Ele é infinito em todas as suas perfeições, como onisciente tem conhecimento prévio do destino das almas que vai criando, e como presciente sabe que a maior parte delas será condenada à perdição eterna. Pôr que mesmo assim, Ele continua criando? Onde a infinita bondade?

    2-Se ele é infinito em todas as suas perfeições, é também onipresente. Logo, tanto está no céu, contemplando a felicidade dos eleitos, como no inferno, contemplando o sofrimento dos condenados. E como pode ficar insensível a esse sofrimento pôr toda a eternidade? Onde fica a infinita misericórdia?

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  28. 3-Se um pecador pode se arrepender dos seus erros durante a vida terrena, pôr que não poderá faze-lo após a morte? Não vemos nenhuma razão lógica para que não o possa. Então, pôr que Deus, que mandou que perdoemos indefinidamente aos que nos ofendem, e que é tão compassivo para com os que ainda se encontram no plano físico, é tão inflexível com os que já deixaram a Terra? Será a justiça humana mais equânime do que a justiça divina?

    4-Como explicar a condenação da humanidade inteira pelo erro de um só homem, se Deus disse pôr Ezequiel, (18:20) : "O filho não pagará pela maldade do pai, nem o pai pela maldade do filho; a alma que pecar, essa morrerá"? E como pode o sangue de um justo apagar os pecados de todo o gênero humano?

    5-Que adianta ter fé, se a fé independe da vontade do homem, e não resulta das obras, pôr ser "um dom de Deus", e se nem sequer é necessária, uma vez que a salvação é privilégio exclusivo da alguns "eleitos"?

    6-Se as almas salvas na beatitude do céu conservam a lembrança dos que foram seus parentes e amigos na existência terrena, como poderão ter felicidade plena sabendo que entes queridos estão sofrendo tormentos sem fim no inferno? Como pode uma mãe carinhosa, que se sacrificou pôr um filho rebelde, desfrutar a bem-aventurança eterna, sabendo que um filho estremecido se consome em sofrimentos pôr toda a eternidade???
    O Espírito André Luiz, no livro "Libertação"(3) contribui com esta colocação:

    "A rigor, não temos círculos infernais, de acordo com os figurinos da antiga teologia, onde se mostram indefinidamente gênios satânicos de todas as épocas e, sim, esferas obscuras em que se agregam consciências embotadas na ignorância, cristalizados no ócio reprovável ou confundidas no eclipse temporário da razão. Desesperadas e insubmissas, criam zonas de tormentos reparadores. Semelhantes criaturas, no entanto, não se regeneram à força de palavras. Necessitam de amparo eficiente que lhes modifique o tom vibratório, elevando-lhes o modo de sentir e pensar.".

    Com Emmanuel (Espírito) do livro "Renúncia"(4) concluímos, definindo as regiões de sofrimento no mundo espiritual:

    "Inferno ou purgatório são estados de espírito em tribulação pôr faltas graves, ou em vias de penitência regeneradora."

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  29. Autor do texto: Benedito de Gama Monteiro. http://www.espirito.org.br

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  30. Prezados Confrades:

    Meu amigo BEGIATO, só sua caridade cristã o leva a tecer aqueles comentários elogiosos à minha modesta intervenção. Nada mais, nada menos do que isto.

    No final você escreve: “A Justiça e a Misericórdia de Deus. Ainda bem que depende de Deus!”

    E é verdade isso, mas não descaracteriza, por incrível que possa parecer à primeira vista, o que vc escrevera, isto é, que temos que ser justos, praticar a Justiça. Bem encadeadas as coisas, bem arrematados os pensamentos, se seguirmos o reto caminho não teremos azo para a prática do mal, já que somos por natureza, bons: ora, sendo bons estaremos facilitando o justiçamento de Deus, que nos premiará.... fazendo Justiça!!!!!

    No fim e ao cabo, é induvidoso que estamos nas mãos de Deus e na fraternidade dos Santos: mas é bem justo que nós também façamos alguma coisa para merecer tais benefícios!

    Quanto às considerações que expôs à ANJA respondendo aos questionamentos dela sobre o discurso escatológico de São Mateus, devo dizer que fiquei muito impressionado. Gostei da leitura, gostei das conclusões das quais será difícil discordar ou pretender remendar isto ou aquilo.

    -.-.-.-.-

    Confrade DONIZETE, vc escreve: “A implicação decorrente dessa ideia seria a aceitação do conceito maniqueísta em nossa natureza. Isto é, que os sentimentos opostos são originários de duas fontes logicamente em oposição uma com a outra, mas igualmente poderosas. Enquanto Deus distribui o amor, o diabo, o ódio. Vendo por este prisma, o inimigo de Deus tem tido mais êxito em sua tarefa. Por isso, vejo no ser humano o potencial tanto para amar como para odiar. Entretanto, mais em função de suas próprias ambivalências do que propriamente de serem sugestionadas para tal. Por isso, vejo no ser humano o potencial tanto para amar como para odiar. Entretanto, mais em função de suas próprias ambivalências do que propriamente de serem sugestionadas para tal”.

    Faço uma breve e humilde análise de seu comentário, iniciando pelo cabo e dizendo que o ser humano só tem capacidade para odiar, e não para amar. É que ele foi feito originariamente bom, então tudo o que ela faz de bom é pela Graça divina. Quando erra, é por si mesmo e pelo livre arbítrio, até porque o mal em si não existe: é simplesmente a ausência do bem, como a escuridão é a privação da luz.

    E esta deficiência que vc atribui ao diabo, penso que deve ser debitada ao livre arbítrio: é pelo livre arbítrio, pela nossa própria vontade que nos afastamos de Deus, optando pelo Mal ao invés de fazermos o Bem. E é claro que o “inimigo tem tido mais êxito em sua tarefa” pela simples razão de que nós estamos tirando Deus de nosso meio por conta de preferirmos sempre nós mesmos, isto é, nossa vã autossuficiência, e por via de consequência incutindo o Demônio (ou a ausência de Deus e do Bem) em nosso meio).

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  31. MARI

    Minha irmã também querida rsrsrs

    Que legal expomos aqui um pensamento evangélico outro católico e agora este pensamento espírita e os nossos particulares também.

    O mais interessante é que me identifiquei e muito com estes pensamentos exposto por você. Se você reparar na resposta que dei a Anja tem muito coisa que penso que está bem melhor definido pelo Autor do texto: Benedito de Gama Monteiro.

    JOÃO elogiá-lo não é uma caridade e sim uma obrigação diante do conhecimento que possui... rsrsrs

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  32. Este comentário foi removido pelo autor.

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  33. Gil, João e demais confrades, é por uma destas que expus que parei de levar a bíblia a sério rsrs (claro que como sendo um livro sagrado, na verdade, é um importante livro que narra a história religiosa de um povo e sua saga).

    é como dizem: é sim sim ou não não! Jesus disse: APARTAI-VOS DE MIM, ou teria sido Mateus que "inventou"??? Ou ainda terá sido o santo padre que alterou esta parte também João? rs

    Pra mim, o ensaio que o Gil apresentou foi com a intensão de levar a discussão para outro rumo e não céu o inferno rsrs eu nem tinha lido os comentários quando fiz o meu, e ví que a discussão está voltada apenas para o "heaven and hell" rsrsrs

    Mas é como diz meu amigo João Marinho (vc verá eu usar muito esta frase viu João e Gil rsrs)

    Não é, afinal, a própria Bíblia que diz, no Apocalipse, que, por ser morna, a Igreja de Laodiceia seria “vomitada” (“Oxalá fosses frio ou quente”)? No que tange à Bíblia, prefiro ser, então, um iceberg... (J. Marinho)

    Volto mais tarde (aproveitando enquanto sou eterna rsrs)

    Anja

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  34. GIL, amei seu texto, infelizmente estou com o braço direito machucado e está na tipoia. Não posso fazer comentários. Que Deus os ilumine. ABRAÇOS A TODOS.

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  35. Na escatologia evangélica o espírito e a alma dos mortos estão hoje num lugar intermediário aguardando a ressurreição. Os salvos em um lugar chamado "Seio de Abraão", enquanto os perdidos no chamado "Lugar de tormentos". Os salvos descerão com Jesus por ocasião do arrebatamento, se reintegrarão aos seus corpos e se unirão à igreja arrebatada para as chamadas "Bodas do Cordeiro" que terá duração de sete anos. O estado dos mortos não salvos continuará inalterado até o momento do juízo final, cerca de mil anos depois. Além de fazerem distinção entre os juízos, também dividem a ressurreição em três etapas. A dos salvos, dos mártires da grande tribulação e a dos perdidos no último julgamento. Simples não? rsrs

    Já em relação as "medalhas", eu fiz apenas uma brincadeira. Na verdade, o chamado "Tribunal de Cristo" será o julgamento dos crentes salvos, que conforme eu disse acima, dar-se-a logo após o arrebatamento e antes das bodas do Cordeiro. Este julgamento é apenas para efeito de Galardão, onde o salvo será recompensado por suas obras enquanto vivo. Acreditam que alguns serão melhor recompensados que outros. Por isso a brincadeira. rsrs

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  36. Anjinha tranquilo a indicação escatologia também está no ensaio. Fique a vontade!

    Anja é como você disse: "um livro sagrado, na verdade, é um importante livro que narra a história religiosa de um povo e sua saga)

    E deve ser lido e interpretado com sabedoria o filtro penso eu que deve sempre ser o amor. Pois os estragos que já fizeram em nome deste livro é de dar medo!!!!

    Gui obrigado, melhoras! Suas opiniões fazem falta aqui na confraria!

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  37. Doni

    kkk agora entendi!

    Que burrocracia este tal julgamento católico e evangélico?

    Valeu obrigado!

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    1. DONI o interessante é que mesmo para os apostolos e as primeiras comunidades esta volta de Jesus seria imediato como bem frisou o EDU lá em cima em seu comentário. Veja como nem quem supostamente é tido como autores bíblicos tinham uma visão certeira do assunto né?

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    2. Porém esta forma de pensamento contribuiu e muito para a expansão dos cristãos!

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  38. Gil,

    Vivemos numa sociedade marcada pela postura egocentrista. E via de regra , colocamos nossas prioridade e a solução das nossas próprias carências em primeiro lugar. Esta cosmovisão é típica do ocidentalismo. Será que aquele pensamento de que estamos ocupados demais dentro da igreja, e não sobra tempo para conhecer os que estão do lado de fora é real?

    Estou lendo um livro interessante do Dan Kimball, onde ele passa alguns dados importantes e até mesmo preocupante. Em grande parte do mundo já se vive uma subcultura cristã. Mais ou menos igual o ponto no que Kierkgaard se referiu, quando disse que seus conterrâneos se consideravam cristãos pelo simples fato de serem dinamarqueses. Mas estavam longe de serem cristãos na prática.

    Segundo Kimball, muitos países da Europa se tornaram de fato “países pós-cristãos”, e nessa mesma rota estão seguindo a passos largos os EUA.

    Cabe então a pergunta: será que a visão eclesial do terceiro mundo está imune à essa realidade ou é só questão de tempo?

    Digo isso, mais em função de saber que quando de repente surge no horizonte teológico, propostas de um maior envolvimento da igreja em relação aos excluídos, com a TL, a ortodoxia, por discordância em relação à pontos teológicos, rechaçou com a nova ideia.

    Não haveria nenhum problema se ela apresentasse novos programas, ou novas propostas que não "ferissem" seus princípios. porém sabemos que via de regra, não é isso que acontece na prática.

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  39. Queridos confrades me permita viajar mais um pouco:

    Gosto muito de uma linha de pensamento de alguns teólogos que alegam que para Deus tudo está acontecendo neste momento. O Tempo de Deus é o agora, o hoje! Não existe um passado e nem um futuro.

    Diz estes teólogos que quando Jesus desceu na mansão dos mortos, ou quando morreu na cruz, ou quando ressuscitou no tempo de Deus isto está acontecendo sempre agora, neste momento. Nós estaremos lá!

    Ou seja, todos estaremos sendo julgados no mesmo instante no tempo de Deus. Imagine você ao lado de Moisés e outros....

    Alguns teólogos falam que Deus não vê nosso futuro e sim nos vê sempre no presente momento.

    Por isso Cristo está próximo, pois hoje (tempo de Deus) seremos julgados!

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    1. «O Hoje de Deus»

      Do livro de Dom Elias Zoghby

      « Alegrias e Provas da Vida do Cristão»


      «O Ancião dos Dias»
      não tem mais que um dia,
      aquele onde ele está
      «Eu Sou, Ele diz, Aquele que É»
      Com efeito, o Eterno
      vive o presente plenamente,
      infinitamente,
      e esse presente, do fato que é
      infinitamente vivido,
      ocupa todo espaço
      e não pode deixar aquele
      às partículas do tempo.

      Ainda, não há
      para o Eterno
      nem passado, nem porvir.
      Não podemos dizer
      que ele foi, ou que será.

      O tempo de Deus é o hoje,
      o instante presente,
      o único onde ele é,
      o único onde ele age,
      sem se referir
      ao ontem ou amanhã.

      O Eterno
      não pode então se deter
      no meu amor do ano passado,
      ou naquele do amanhã esperado,
      muito menos não se detém,
      neste momento onde eu o amo,
      ao meu passado e seus pecados.

      Se temos tendência
      para dividir nossa existência
      entre o passado e o porvir
      é sobretudo em detrimento
      do tempo presente
      que vivemos, em geral,
      muito pouco e mal,
      perdendo-o nas lembranças
      e vãos arrependimentos do passado
      e nos sonhos freqüentemente
      enganadores do porvir,
      e no choro, o mais injustificado,
      de infortúnios imaginários.

      É o que fez dizer a um pensador,
      cujo nome eu me esqueci:
      «Ó desgraças,
      ó desgraças, jamais chegadas,
      o quanto me fizeram sofrer!»

      Deus não nos ameaça,
      pois a ameaça se refere
      ao porvir,
      nem guarde rancor de nós
      pois este se refere ao passado.

      Deus me vê e me julga
      tal como sou
      neste momento, o único
      em que está, o único em que age.

      Sou eu convertido a ele,
      fiz eu hoje
      um ato de amor sincero,
      rejeitando o que o desagrada,
      e procurando agradá-lo,
      eu sou um homem novo,
      eu sou "mas branco que a neve"
      e «filho do Altíssimo.»

      E em tudo gerando seu Filho
      o Pai me ama
      com o mesmo amor com o qual ele o ama,
      e me faz renascer
      «à Vida, ao Movimento e ao Ser.»

      Assim pode o Pai
      me dizer, a mim mesmo,
      com todas reservas feitas,
      «Tu és meu filho,
      eu hoje te gerei.»

      E o hoje, o instante presente,
      único tempo de Deus,
      é igualmente meu tempo,
      o único do qual disponho,
      o passado não sendo mais,
      o porvir não ainda.

      Aos olhos de Deus, eu mesmo,
      «Sou Aquele que Sou»
      não mais quem fui
      nem quem serei,
      uma vez que ele me vê
      tal como sou no presente,
      o único tempo
      onde ele é, onde ele age,
      sem referência
      ao ontem, nem ao amanhã.

      Deus, de fato, não vê em mim
      mais que o amor com que eu o amo,
      ou a Deus não agrada
      o amor perdido, o filho pródigo
      a recuperar.

      Minhas irmãs, meus irmãos,
      não nos deixemos invadir
      pelos arrependimentos do passado
      os mais freqüentemente deprimentes,
      e pelos sonhos do porvir,
      os mais freqüentemente estéreis.

      O hoje de Deus
      é igualmente o nosso.

      Amemos, amemos,
      carreguemos de amor o instante presente.

      Não tendo passado,
      eu o digo e o repito
      Deus não tem memória
      para reter nossas faltas,
      não tem o que o faça.

      Ele não guarda rancor,
      muito menos ameaça.

      Se amamos hoje,
      digamo-no a ele simplesmente
      com um coração de criança,
      neste instante,
      no qual vivemos,
      o único tempo
      onde Deus é, onde age,
      onde ele nos vê e nos escuta.

      Nunca é tarde,
      jamais muito tarde para amar.

      Excluir
  40. É verdade DONI eu acho que é apenas uma questão de tempo e o terceiro mundo estará e já vem com sinais claros desta evidência.

    O próprio crescimento do segmento da teologia da prosperidade é na minha opinião o início desta subcultura cristã.

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  41. Confrades, algumas considerações:

    Mari,

    algumas questões espíritas fazem mais sentido do que a escatologia cristã. Mas tem um furo (para mim, pelo menos) na doutrina espírita que é: por que Deus sendo perfeito criou todos os espíritos imperfeitos e ignorantes para que eles sofressem durante milhares de reencarnações até se tornarem perfeitos?

    Hoje, para mim, tanto a visão evangélica quanto espírita(ou qualquer outra religião) não passam de construções humanas, por isso, possuem sempre tantos problemas.

    DONI E GIL e ANJA

    É verdade: grande parte da Europa já é pós-cristã. Eu creio mesmo que o tempo do cristianismo se extinguir está chegando. Ou ele se transforma ou ele se extingue. Outras espiritualidades vão tomar o lugar do cristianismo, pois não acredito que o futuro da humanidade será sem religião/espiritualidade. Cada vez mais, jovens estão se desligando das igrejas tradicionais para viverem uma espiritualidade livre, sem amarras e sem dogmas.

    Taí um assunto bom para discussão.

    Anja, para mim JC acreditava piamente num inferno. Não sei se um inferno à moda cristã posterior, mas acreditava num estado de condenação para os injustos(o texto citado pelo Gil prova isso) e para quem não foi solidário. Nisso refletia a mentalidade da sua época. Ainda que haja redação do autor do livro (e há) não seria absurdo que JC tivesse uma crença sobre um inferno.

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  42. ah, GIL, esqueci de dizer que o poema postado é muito bom!! e de fato, se há um Deus com as características que nós cremos, não tem como ele estar limitado ao tempo. Para ele não pode haver passado, presente(aqui discordando do autor do poema) ou futuro. Tudo para ele já é.

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  45. Gil meu caro, parabéns pelo texto que nos trouxe.

    Como sempre, convida-nos a refletir menos e agir mais e neste quesito, como bem disse o Doni, estás a KM a nossa frente e como não estamos acostumados ver isto, logo desconfiamos, pensamos: Vai sair candidato nas próximas eleições! rsrsrs Mas, ledo engano... Minha admiração por voce a cada dia cresce mais e espero conhece-lo pessoalmente.

    Sobre o texto, sabes bem o que eu penso a respeito. Já até apresentei textos assim. Acredito que muitas igrejas realizam um importante trabalho social, outras se esforçam, outras nem tanto... Mas o que dói e ver pessoas que não fazendo nada criticam o pouco que outras fazem, pensando ser sem importancia pelo simples motivo de não "pregar a palavra de deus", a estes eu pergunto: que deus? Melhor fazer o que está ao meu alcance que tão somente pregar...

    Sobre o rumo que a proza tomou, "céu e inferno", não sei muito sobre isto, pois o que eu pensava saber mostrou-se hipossuficiente para meu intelecto e pergunto: Hoje vamos fazer um churrasco aqui em casa regado a muita cerveja (e refrigerantes para as crianças). Estarei eu vivendo o pouco de céu que tenho aqui na terra para sofrer na eternidade por abandonar a deus ou de fato, vivendo o que é céu, desprezando a existência de algo após a morte? rsrsrs

    Abraços meus queridos...

    (Edu, em tempo, aproveitei para comentar logo cedo antes de beber e vir dar uma de reclamão depois né? kkkkk)

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  46. And meu caro

    Quero também conhecê-los sinto em você e a anja pessoas amigas, companheiras. Gente que da valor as coisas mais importantes da vida.

    Você tocou em um ponto importante pessoas que criticam e duvidam deste trabalho social, mas é bem verdade que neste meio encontramos pessoas raras com um imenso coração que estende a mão para ajudar. Quase sempre são pessoas simples que oferecem o "que não tem" voluntariamente para amar e acolher os outros.

    Eu em minha vida espiritual nunca estive tão perto do Reino de Deus. É algo diferente, estar no meios dos "pequeninos" é ver o quanto são gigantes, pessoas simples aprendem a acreditar no que vale a pena.

    Onde temos nosso trabalho eu já presenciei fatos que sempre me deixam envergonhado da minha pretensa fé. Os simples são solidários! Eles dividem o pouco que tem com quem nada tem. E eu com meu muito tenho medo de solidarizar.

    Fui educado pelos meus pais naquela educação rígida de princípios de honestidade. Meu pai sempre dizia: Nem que seja um centavo, se não for seu devolva.

    Então quando alguém duvida da boa intenção que temos eu me sinto ofendido rsrsrs mas logo depois me conforto com o sorriso das crianças, com o homem aos prantos porque conseguiu através de nossa advogada voluntária o direito de receber sua indenização no dia anterior, data de seu aniversário, em que sua esposa à noite gritava a Deus por socorro. Um menino me abraçar após perder seu pai e descambar em choro dizendo para não deixá-lo só e a comunidade conseguir junto com a advogada várias direitos pra sua mãe que tem também um filho com Síndrome de Down. Enfim por este pouco que fazemos vale a pena as críticas e desconfianças...

    Existe um fato na vida de são francisco (se não me engano) onde seu amigo frade relata um fato interessante:

    Francisco saiu pedindo esmolas para seus pobres. Do alto de uma janela um cidadão raivoso lhe da uma cuspida na cara. Francisco olha pra ele e diz:

    - Esta (cuspida) foi pra mim! E para meus filhos (pobres) o que pode oferecer de alimento?

    Ou como disse Madre Teresa de Calcutá:

    "o que fazemos pode ser uma gota no oceano, mas sem esta gota o oceano seria menor"

    Ou como bem disse o poeta Fernando Pessoa:

    "Tudo vale a pena se alma não for pequena"

    Valeu and pela participação não sou candidato a nada não rsrsrs apesar de entender que a política é a ciência ideal para se praticar a caridade... eu prefiro e acredito na luta pela conscientização, pois o sistema político é vicioso... penso que se existe demônios ele não está perdendo tempo em tentar os "religiosos" até porque estes contribuem e muito para que o demônio aja sem ser incomodado. O demônioa se existe escolheu um lugar para morar e agir é o poder e onde ele se encontra.

    Na minha concepção o poder que vale a pena é aquele que se oferece em serviço de forma preferencial aos mais excluídos. Não é o caso da nossa política partidária.

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  47. And quanto à sua pergunta:

    Sobre o rumo que a proza tomou, "céu e inferno", não sei muito sobre isto, pois o que eu pensava saber mostrou-se hipossuficiente para meu intelecto e pergunto: Hoje vamos fazer um churrasco aqui em casa regado a muita cerveja (e refrigerantes para as crianças). Estarei eu vivendo o pouco de céu que tenho aqui na terra para sofrer na eternidade por abandonar a deus ou de fato, vivendo o que é céu, desprezando a existência de algo após a morte? rsrsrs

    Você me lembrou um amigo e irmão da comunidade sarrista que diz:

    Que o céu deve ter sabor de picanha, o coco vem com torneirinha, o cheiro é de carro novo e sorriso de criança acolhida na comunidade kkkkk

    Ele não falou de bebidas, pois é um dependente químico que em uma oração se livrou a dez anos atrás da vontade de beber.

    And o problema não é divertir o problema na vida são os excessos, o desrespeito aos aos limites da vida.

    Que todos tenham acesso ao céu já em vida também!

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  48. É, Gil, Jesus não era muito de teorizar, teologizar. Tanto que ele não constroi nenhuma explicação metafísica para falar de Deus. O mote da vida de Jesus era a prática. Admiro muito qualquer um que arregaça as mangas e se doa um pouco para quem precisa. Hoje mesmo estava vendo a propaganda dos Médicos sem Fronteiras. Como eles vão a países pobres, miseráveis e tentam, voluntariamente, mitigar um pouco o sofrimento dessa gente. Todos esses são agentes do Reino de Deus. Teólogos são totalmente dispensáveis no Reino; já pessoas como você, que põe a mão na massa, são a essência dele.

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  49. EDU

    Aqui em Jundiaí tem uma entidade que trabalha com crianças com câncer o idealizador um espírita no começo da obra ia de casa em casa batendo palma e pedindo ajuda. Hoje é uma Entidade de respeito!

    São histórias que dignifica a razão de viver.

    Eu faço isso porque preciso! Como já disse não creio que nem as obras e nem a fé nos garantirá a salvação. Não vejo méritos sinceramente falando, apenas estou pagando minha hipoteca social.

    A garantia está no amor de Deus.

    EDU como diz a anja: Estou satisfeito! Pode pedir para o caro Noreda postar aqui.

    Obrigado confrades! Toda vez que vou postar fico preocupado por não dar conta do recado rsrsrs

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  50. Ótimo texto e reflexãso, Gil.

    Sem amor, o discurso religioso não passa de um falatório incômodo.

    Se falta o amor, qualquer visão ou conhecimento teológico tornam-se inúteis.

    Para praticarmos a verdadeira religião, da qual fala Tiago em sua epístola, não é preciso saber muito de teoria. Não é preciso ser liberal ou fundamentalista. Não é preciso fazer uma confissão adequada ou conhecer a Bíblia com a mente. Nem ser protestante, católico ou reconhecido como cristão. Basta tirar o próprio eu do foco e incluir o outro no nosso plano de vida, estabelecendo uma parceria fundada na paciência, longanimidade, tolerância, compreensão, perdão e dando oportunidades sem fazermos os excludentes julgamentos.

    É pelo fruto que se conhece a árvore como disse Jesus. E mais do que ninguém ele nos ensinou a amar, motivo pelo qual o seu Evangelho precisa ser pregado em todo o mundo. Porém, melhor pregação não há senão o amor revelado nas atitudes tal como fazem os cristãos na Índia que amam trazendo saúde para aquela carente população a ponto de serem identificados pelo povo de lá com os serviços médicos prestados não oficialmente.

    Abraços.

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  51. Vivemos nosso céu e o nosso inferno diuturnamente ―, como uma espécie de reflexo condicionado muito intenso. Quando chegamos perto de uma situação de grande harmonia (céu), passamos a temer que a dor e o sofrimento (inferno) aconteça de repente.

    Como bem disse a Mari: Tanto o Céu quando o Inferno são estados (psicológicos – grifo meu) da alma, que oscilam entre o prazer e o desprazer. Quanto mais expulsamos anjos caídos do nosso "céu", mais anjos aparecem.

    Não custa nada lembrar o que os Vedas proclamavam: “Você não está no mundo. O mundo está em você”, ou o que os evangelistas escreveram pela boca de Jesus: “O reino dos céus está dentro de nós” . Ora, subtende-se que um reino é constituído do ”rei” e ”súditos”. E aqui, eu entendo “rei” e “súditos” como metáforas representativas dos nossos afetos ambivalentes.

    O ruim mesmo é quando a gente projeta nosso “inferno” nos outros. (rsrs)

    P.S.: Estou com minha mãe na UTI, por isso, demorei comentar o seu texto, Gil.

    Abraços a todos.

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    1. Melhoras para a sua mãe, Levi!

      Como é difícil transitarmos entre o prazer e o desprazer, não é mesmo? Pessoas querem ser felizes, mas elas não conseguem eternizar aquele bom momento no cotidiano delas e muitos acabam querendo repetir as boas experiências que tiveram em determinadas ocasiões, mas acabam se frustrando porque cada instante é único na existência humana. Assim, descobrir o Reino dentro de nós mesmos, ou desobstruirmos a fonte de águas vivas que há no nosso interior, torna-se a busca de todos rumo a uma maturidade que poucos alcançam neste mundo e mesmo entre os que chegam lá também se deixam abater nos maus momentos.

      Abraços e força aí neste seu momento!

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    2. Levi meu caro melhora para sua mãe!

      Obrigado pelo esforço numa situação assim estar aqui.

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    3. seus comentários sempre sábios e bons demais LEVI

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