Dei Verbum




DEI VERBUM

CAPÍTULO III

A INSPIRAÇÃO DIVINA DA SAGRADA ESCRITURA E A SUA INTERPRETAÇÃO

Natureza da inspiração e verdade da Sagrada Escritura

11. As coisas reveladas por Deus, contidas e manifestadas na Sagrada Escritura, foram escritas por inspiração do Espírito Santo. Com efeito, a santa mãe Igreja, segundo a fé apostólica, considera como santos e canónicos os livros inteiros do Antigo e do Novo Testamento com todas as suas partes, porque, escritos por inspiração do Espírito Santo (cfr. Jo. 20,31; 2 Tim. 3,16; 2 Ped. 1, 19-21; 3, 15-16), têm Deus por autor, e como tais foram confiados à própria Igreja (1). Todavia, para escrever os livros sagrados, Deus escolheu e serviu-se de homens na posse das suas faculdades e capacidades (2), para que, agindo Ele neles e por eles (3), pusessem por escrito, como verdadeiros autores, tudo aquilo e só aquilo que Ele queria (4).
E assim, como tudo quanto afirmam os autores inspirados ou hagiógrafos deve ser tido como afirmado pelo Espírito Santo, por isso mesmo se deve acreditar que os livros da Escritura ensinam com certeza, fielmente e sem erro a verdade que Deus, para nossa salvação, quis que fosse consignada nas sagradas Letras (5). Por isso, «toda a Escritura é divinamente inspirada e útil para ensinar, para corrigir, para instruir na justiça: para que o homem de Deus seja perfeito, experimentado em todas as obras boas» ( Tim. 3, 7-17 gr.).

Interpretação da Sagrada Escritura

12. Como, porém, Deus na Sagrada Escritura falou por meio dos homens e à maneira humana (6), o intérprete da Sagrada Escritura, para saber o que Ele quis comunicar-nos, deve investigar com atenção o que os hagiógrafos realmente quiseram significar e que aprouve a Deus manifestar por meio das suas palavras.
Para descobrir a intenção dos hagiógrafos, devem ser tidos também em conta, entre outras coisas, os «géneros literários». Com efeito, a verdade é proposta e expressa de modos diversos, segundo se trata de géneros histéricos, proféticos, poéticos ou outros. Importa, além disso, que o intérprete busque o sentido que o hagiógrafo em determinadas circunstâncias, segundo as condições do seu tempo e da sua cultura, pretendeu exprimir e de facto exprimiu servindo se os géneros literários então usados (7). Com efeito, para entender rectamente o que autor sagrado quis afirmar, deve atender-se convenientemente, quer aos modos nativos de sentir, dizer ou narrar em uso nos tempos do hagiógrafo, quer àqueles que costumavam empregar-se frequentemente nas relações entre os homens de então (8).
Mas, como a Sagrada Escritura deve ser lida e interpretada com o mesmo espírito com que foi escrita (9), não menos atenção se deve dar, na investigação do recto sentido dos textos sagrados, ao contexto e à unidade de toda a Escritura, tendo em conta a Tradição viva de toda a Igreja e a analogia da fé. Cabe aos exegetas trabalhar, de harmonia com estas regras, por entender e expor mais profundamente o sentido da Escritura, para que, mercê deste estudo de algum modo preparatório, amadureça o juízo da Igreja. Com efeito, tudo quanto diz respeito à interpretação da Escritura, está sujeito ao juízo último da Igreja, que tem o divino mandato e o ministério de guardar e interpretar a palavra de Deus (10).

Condescendência de Deus

13. Portanto, na Sagrada Escritura, salvas sempre a verdade e a santidade de Deus, manifesta-se a admirável «condescendência» da eterna sabedoria, «para conhecermos a inefável benignidade de Deus e com quanta acomodação Ele falou, tomando providência e cuidado da nossa natureza» (11). As palavras de Deus com efeito, expressas por línguas humanas, tornaram-se ìntimamente semelhantes à linguagem humana, como outrora o Verbo do eterno Pai se assemelhou aos homens tomando a carne da fraqueza humana. 

Comentários

  1. Queridos Confrades o Tema que escolhi é Dei Verbum (Palavra de Deus) como podem ver rsrsrs este documento é a voz oficial da Igreja Católica sobre a Palavra de Deus.

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  2. Sobre - “A INSPIRAÇÃO DIVINA DA SAGRADA ESCRITURA”.

    Um comentário que fiz em resposta a um comentário de Edson (Noreda) no texto anterior, não foi objeto de discussão por parte da confraria. Como ele tem, a meu ver, tudo a ver com o texto que você postou, peço sua licença para transportá-lo para cá, no intuito de enriquecer mais o debate:

    "Deus é vingativo porque o homem vingativo. Deus ama sua criatura, porque o homem ama aquilo que cria". (Noreda)

    "Concordo com você, caro Noreda. Já dizia Espinosa: 'A escritura costuma descrever Deus à semelhança do homem, atribuíndo-lhe mente, vontade, paixões, até mesmo um corpo e um hálito, assim também utiliza muitas vezes espírito de Deus por mente, ânimo, força, intenção, etc. Deus serve-se dos piedosos como instrumentos de sua piedade, e dos ímpios como executores e intermediários de sua cólera' ".

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  3. Levi meu mago rsrsrs seus comentários são sempre bem vindos!

    Eu percebi que os comentários estavam indo pra esta direção por isso escolhi este tema para continuarmos...

    Então nós somos o que comemos? rsrsrsrs

    Como entender Deus se não utilizarmos do antropomorfismo?

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    1. Mas esse Deus (antropomórfico), Gilberto, quando se encarnou em Jesus, complicou tudo. O Homem Jesus ao não errar, perdeu toda a sua humanidade. (rsrs)

      É, mais eu tenho uma versão do N. Testamento, mais PALATÁVEL, em que Cristo diz para a pecadora adúltera diante de seus julgadores: “NEM EU POSSO TE CONDENAR!” .Aí já mudou tudo , não é, Gilberto? (rsrs)

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  4. Infelizmente não mais consigo ver nada de inspirado na bíblia a não ser inspiração do próprio homem, que quem sabe seja a criatura criando o criador?

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  5. Realmente Levi! O A. T. mostrou um Deus vingativo, controlador. Dizia que uma pessoa abençoada e iluminada era aquela que era rica e sadia.

    Vem Jesus e nos diz que Deus é Pai! Que Deus é bom! Que é muito mais "humano" do que imaginavam! Que realmente está à apalpadelas. Um Deus que não condena que salva!

    Levi acho que Jesus simplificou e como somos complexos não conseguimos entender! rsrsrs

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  6. Anja minha querida a perfeição nem sempre está naquilo que queremos que seja perfeito ou lógico.
    Será que não são as pessoas que interpretaram a bíblia e/ou Deus que não foram nenhum pouco inspirados?

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  7. Jesus humanizou e nós queremos "divinizar" Gil, esta é a diferença!

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  8. Gil, Gil, Gil, salve, salve, bem-vindo ao meio dos bons!!!!!

    EStou contente pois de forma repentina, esta Confraria recebeu de uma patacada só três grandes nomes para enriquecê-la, isso sem falar do carrancudo-ateu-destruidor-das-ilusões-das-velhinhas-carolas, Edson Noreda Somu que deve está chegando por aqui!!

    Gil, devo também parabenizá-lo pois enfim, depois de muito tempo, temos em pauta um texto genuinamente "teológico" nesta confraria "teológica", rsssssssssss

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  9. Gil a minha resposta que está abaixo da sua está com a ordem trocada, quando eu disse que jesus humanizou estava respondendo a sua resposta ao Levi ok?

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  10. E assim, como tudo quanto afirmam os autores inspirados ou hagiógrafos deve ser tido como afirmado pelo Espírito Santo,” (Gilberto)

    Gilberto

    Para se ter uma idéia de como aquilo que denominamos “mente de Deus” está intimamente ligado ao nosso estado psicológico:

    No caso de Eliseu (Reis, livro II, cap III, 15). Eliseu para profetizar para Jeroboão, pediu um instrumento musical e não conseguiu perceber a “Mente de Deus”, enquanto não se deleitou com a melodia tirada desse instrumento. Só após ouvir a música, pondo em equilíbrio seus afetos, é que pode predizer para Jeroboão coisas boas, o que antes não o podia fazer, por se encontrar bastante irritado com o Rei. Quem está irritado com alguém imagina mais males a seu respeito que fatos agradáveis. (rsrs)

    Jeremias, acabrunhado e invadido por um enorme tédio pela vida, naquela situação em que se encontrava, profetizou calamidades sobre os judeus, a ponto de Josias ficar com medo de consultá-lo. Josias preferiu consultar uma MULHER (Olha aí a Anja!) da mesma idade que estivesse, pelo seu caráter FEMININO, mais predisposta a revelar-lhe a misericórdia de Deus.

    Conforme o TEMPERAMENTO, assim, os profetas estavam mais aptos para esta ou aquela “revelação”. (rsrs)

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  11. Gil, respondendo agora sua resposta a meu comentário, não há exegese e hermenêutica que dê jeito em alguns textos, contextos, e erros bíblicos rsrs

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  12. Anja você disse tudo... Deus até para se revelar a nós se utilizou silenciosamente e humildemente da ferramenta humana e nós prepotentemente colocamos uma carga violenta nos ombros querendo viver Deus como se fossemos essencialmente divinos.

    Edu muito obrigado pela sua acolhida espero estar somando aqui...

    Escolhi este tema pois vi que o assunto diversas vezes fora tocado em nossas discussões aqui na confraria...

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  13. A igreja precisa dos seus pressupostos teológicos dogmáticos. É por eles que a vida do piedoso se pauta, são neles que a fé encontra um cais seguro para que não venha a sossobrar nos mares revoltos das infindáveis construções teológicas feitas durante a história cristã.

    Mas ao mesmo tempo que o dogma dá segurança ao que crê, ele também aprisiona numa camisa-de-força àquele que por inquietações intelectuais ou existenciais, procura ampliar sua percepção dessa verdade.

    Então cria-se um conflito paradoxal. O dogma ao mesmo tempo que ampara, prende; ao mesmo tempo que dá base, impede novas construções ao que já está posto. O Apóstolo Paulo escrevendo aos Coríntios disse que já tinha lançado a base, o alicerce - que era Cristo - agora cada um devia atentar para o que iria construir a partir desse alicerce. O que o dogma católico faz é impedir que alguma coisa seja construída fora do que ela já construiu.

    Gil, você como um admirador da (falida?) Teologia da Libertação, sabe como Leonardo Boff foi intimado a um "silêncio obsequioso" (eufemismo para "cale a boca e deixe de pregar heresias, seu barbudo herege!!") pelo então xerife da antiga inquisição(hoje com um nome mais palatável), o atual Papa Bento.

    Ao mesmo tempo, vejo a teologia católica bem mais aberta do que a teologia protestante. O método histórico-crítico, por exemplo, foi bem recebido em meios católicos mas foi defenestrado em meios conservadores protestantes.

    Enfim, como dizia Tillich, o dogma é importante mas ele não pode se transformar em uma gaiola.

    volta a noite para comentar mais o que disse o Levi e alguns pontos do texto.

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  14. Levi mutio legal!

    As ferramentas que utilizamos muitas vezes é a intolerância e por isso a plavra soa mal nos ouvidos de muitos...

    Se ao utilizar a palavra antes colocássemos ela em prática em nossa vida para só depois exigir algo tenho certeza que o discurso de muitos mudariam...

    A respeito da música: A palavra para ser entendida passa primeiro pela razão depois vai até o coração quando aceita e toca a alma. A música vai direto para a alma!

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  15. Anja eu não vejo que exege, hermenêutica devem ficar querendo justificar textos bíblicos. Penso que como diz o texto acima que tem-se que respeitar a cultura, o genêro e que acima de tudo fora escrita por homens.

    A Bíblia não é um livro de ciência!

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    1. Mas Gil, se Deus é onipotente, onisciente (sabe tudo) e onipresente, como não conseguiu inspirar seus escritores a não cometar erros tão primários?

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  16. Este comentário foi removido pelo autor.

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  17. Posso Confiar 100% na Bíblia?

    Bem quanto à fundamentalização da bíblia, o canôn bíblico foi ser elaborada lá por meados do ano 350 d.c, o velho testamento veio a surgir por volta do ano 550 ac. O material que foi utilizado na compilação não se sabe a procedência correta, e pesquisas históricas sérias têm revelado que a maior garantia que se possui sobre a procedência e importância, é que muito material teve como propósito a união da nação hebréia que estava completamente fragmentada pós o exílio. A arqueologia tem indicado que o conteúdo do velho testamento em sua grande maioria foi um material compilado como forma de trazer unidade, para uma nação hebréia que no período se encontrava em completa fragmentação não possuindo uma identidade.

    Quanto à utilização da Bíblia no Novo testamento, grande parte da igreja primitiva não contou nem com fragmentos dos textos apostólicos, até porque grande maioria não sabia ler, a leitura era coisa para poucos. A tradição oral foi à base forte dos ensinos, e referência durante os séculos anteriores ao canôn. Quando nos deparamos com tantas evidências, fica no ar a pergunta: Qual seria a tradição escrita que uniu a igreja por estes 350 anos não tendo referencia ou um livro para sua segurança doutrinaria? NENHUMA! Isso porque na verdade o cristianismo nunca foi uma “religião do livro”, como no caso dos mulçumanos e judeus. O cristianismo foi estruturado como uma filosofia para ser vivida, e na época era passada por tradição oral não legalizada. Na verdade o cristianismo de Cristo é totalmente pratico, vivencial, e um indicativo para ser personificado. Esta tradição de atrelamento ao livro é proveniente da tradição judaica, nem os reformistas se utilizavam do livro de forma fundamental, havia muitas dúvidas sobre o canôn e os textos. Por vezes eles trabalhavam com os livros de forma não canônica, livro a livro. Como referência posso citar o conflito de Lutero com a epístola de Tiago, onde inúmeras vezes a considerou como não ser consistente o bastante com a doutrina cristã.

    Para entendermos esta problemática, é importante percebermos que em meio a tantos percalços cristianismo sobreviveu por 350 anos sem bíblia, e foram tempos onde ele teve o seu maior crescimento e qualidade, fato comprovado na veracidade ética dos que o personificavam a mensagem, evidências que foram registradas em relatos e cartas da época. Contrariando esta estatística, no mesmo período da formação do Canon bíblico a Igreja se uniu ao império por intervenção de Constantino e entrou no princípio do pior período de degradação do Cristianismo, claro acompanhado pelo fundamentalismo e a dogmatizacão doutrinária. Diante destes destaques do texto, percebemos que este cristianismo que é apresentado de forma ignorante, fundamentalizando a bíblia é o mesmo “cristianismo” frágil, dogmático e anêmico, permeado por medo que alavancou a igreja católica por séculos. Um cristianismo que mata sem misericórdia, e busca tornar Feio tudo o que Deus acresceu em beleza.

    Para eu afirmar a bíblia de forma dogmática, preciso endossar que Deus matou Crianças, velhos e mulheres por questões religiosas. Que ele se enganou em diversas passagens, e que agiu com insegurança diante de momentos onde não foi obedecido como gostaria. Na verdade se precisaria humanizar e infantilizar demasiadamente Deus como um aristocrata mimado e humano, para poder embasar a dogmatização do livro. A Bíblia não pode ser vista como um único livro, ela é uma compilação de diversos livros escritos em períodos diferentes por pessoas diferentes, vivendo em culturas diferentes, e falando de suas concepções de mundo e vida. Se realmente acreditássemos na mensagem não precisaríamos desta falsa segurança do livro para ter fé. Falo isso à modelo dos primeiros cristãos. Eu creio em Deus o suficiente para acreditar que ele não precisa da segurança de um livro para se fazer ouvido. O livro com certeza merece o credito por possuir uma mensagem da parte de Deus que revela o Cristo, mas não possui credibilidade para se tornar um dogma.

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    1. Texto de um ex-colaborador meu no blog que achei interessante postar como comentário:

      Segue o link http://omundodaanja.blogspot.com.br/2012/01/posso-confiar-100-na-biblia.html

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  18. “As palavras de Deus com efeito, expressas por línguas humanas, tornaram-se ìntimamente semelhantes à linguagem humana”

    Gilberto

    O teorema acima, poderia ser escrito assim?:

    “O homem, com sua linguagem ‘demasiadamente humana’ carregada de sonhos e “ideais-desejantes”, afogava ou projetava nos deuses e nas deusas (viu anja?) seus nobres e também não nobres sentimentos” (rsrs)

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  19. Edu realmente acompanhei o desfecho de muito perto com o que aconteceu com Leonardo Boff.

    Mas Edu como chegar em um denominador comum entre o dogma ou doutrina e liberdade de expressão de idéias sem bagunçar o coreto. Eu queria muito saber como? Esta aí um conflito meu.

    Quando você disse:

    Ao mesmo tempo, vejo a teologia católica bem mais aberta do que a teologia protestante. O método histórico-crítico, por exemplo, foi bem recebido em meios católicos mas foi defenestrado em meios conservadores protestantes.

    Realmente tenho conhecido muitos irmãos ex -evangélicos que vivem um dilema e revolta justamente por causa disso. Na Igreja Católica tem uma linha que pensa assim também, principalmente o pentecostal.

    Aí Edu as contradições são grandes!

    Como explicar por exemplo que Adão e Eva tiveram três filhos homens e ageração continuou?

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  20. Levi o texto acima é um documento da Igreja Católica é a palavra oficial sobre a Palavra de Deus. Só estou lhe falando isso é que você citou uma frase lá em cima como se fosse minha rsrs apenas para situar.

    Levi você disse:

    O teorema acima, poderia ser escrito assim?:

    “O homem, com sua linguagem ‘demasiadamente humana’ carregada de sonhos e “ideais-desejantes”, afogava ou projetava nos deuses e nas deusas (viu anja?) seus nobres e também não nobres sentimentos” (rsrs)

    Com certeza! Penso que no momento que alguém escreveu uma palavra para expressar um pensamento ou um credo ele inevitavelmente estará expressando seus próprios sentimos e imagens interiores.

    Por isso que a Palavra de Deus não pode e nem deve ser lido ao "pé da palavra".

    Esta forma de interpretar ou ler a bíblia é muito perigosa. Aí realmente a Palavra se torna uma "arma" para matar a presença de Deus na vida das pessoas.

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  21. i> “Então cria-se um conflito paradoxal. O dogma ao mesmo tempo que ampara, prende;”

    Edu, a sua fala acima, eu acho melhor OLHÀ-LA pelo avesso: (rsrs)

    É o conflito paradoxal que caracteriza o humano, que desemboca na criação do DOGMA.

    Mas eu não gosto de usar este termo “criação”. Os dogmas seriam representações, ou projeções dos desejos ambivalentes do homem.

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  22. Anja

    Diante do Texto que você apresentou algumas coisas gostaria de dizer:

    1 - Como todo livro que se preza, imagine a Bíblia que são diversos livros, não pode ser ida e interpretada sem levar em conta todos os caminhos que ela passou para ser compilada.

    2 - Realmente a Bíblia antes de ser escrita foi oral. "Quem conta um conto aumenta um ponto", portanto seria de uma tremenda infantilidade querer dizer que aquilo ali escrito deve ser visto literalmente como dogma verdade absoluta sem antes não ter o cuidado de interpretá-la sobre a luz dos acontecimentos. Neste ponto sem querer ofender os evangélicos fundamentalistas eles cometem um erro absurdo agindo assim.

    O autor até diz no final:

    O livro com certeza merece o credito por possuir uma mensagem da parte de Deus que revela o Cristo, mas não possui credibilidade para se tornar um dogma.

    Eu concordo com ele se ela for lida literalmente!

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  23. Anja agora que vi seu pergunta lá em cima:

    Mas Gil, se Deus é onipotente, onisciente (sabe tudo) e onipresente, como não conseguiu inspirar seus escritores a não cometar erros tão primários?

    Anja não é ai que está a beleza de Deus? O seu respeito pela humanidade? Seu respeito ao nosso livre arbítrio?

    Demos a culpa a quem merece a culpa!

    Por isso que defendo uma tese própria rsrsrs que Jesus teve que vir para revelar quem realmente era Deus!

    Em Jesus descobrimos que Deus é amor!

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    1. Por isso que defendo uma tese própria rsrsrs que Jesus teve que vir para revelar quem realmente era Deus! (Gilberto)

      Perfeito! Mas então Gil, agora eu te pergunto: lendo a bíblia, tomamos conhecimentos de algumas ações de Jesus, algumas de suas falas (ou pelo menos que foram atribuídas a ele), e no que mais ou onde mais estaria a inspiração "divina"?

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  24. Gilberto,

    vou reproduzir um texto que tenho em meu blog, onde fiz uma dissertação acerca das três principais posições no que diz respeito a questão da inerrância, que são, a fundamentalista, a liberal, e a neo-ortodoxa. Deixando inclusive, claro a minha simpatia para a concepção neo-ortodoxa.

    Os fundamentalistas, em via de regra, quando entra em defesa da inspiração total da Bíblia fazem uso do texto de 2 Tm 2:16. Que diz: “Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça”
    O texto de 2 Tm 2:16 foi tirado da versão ARC (Almeida revista e corrigida), versão produzida por João Ferreira de Almeida que usou como fonte o Textus receptus para o novo testamento e o Texto Massorético para o antigo testamento. Que é na concepção dos cristãos conservadores, uma versão de total confiabilidade. Contudo o texto citado sugere que “Toda escritura inspirada por Deus é útil...”, e não: “Toda escritura é inspirada por Deus e útil...”.

    Na minha modesta opinião ou crença, creio que Deus na sua soberania, permitiu que textos inspirados por Ele chegasse até nós, sobretudo no que diz respeito às doutrinas essenciais para nossa salvação.

    No entanto não creio que Deus ditou a Bíblia de uma ponta à outra. Creio sim que muitas declarações que constam na Bíblia foram feitas por Salomão, por Davi, outras por Paulo, e ainda outras por João. Algumas declarações bíblicas são uma coletânea de sabedoria universal, outras são cânticos de lamento de um povo oprimido no cativeiro, outras são verdadeiros gritos de guerra entoados no calor de uma batalha, e ainda outras que são na verdade orações imprecatórias que tinham seu devido valor no contexto em que foram feitas, mas que não cabem mais dentro de uma cosmovisão cristã. Além de uma grande quantidade de Histórias de pessoas que tiveram uma experiência com Deus e deixaram registradas para a posteridade.

    Não posso deixar de fazer referência à pessoas ou instituições que apesar de defenderem a infalibilidade das escrituras, presumem que determinados textos devem ser interpretados a luz do contexto histórico e cultural como determina algumas regras básicas da hermenêutica, não percebendo que com isso acabam atestando indiretamente que as escrituras foi infalível para determinada época ou cultura, cabendo portanto, a possibilidade de fazer adaptações para que o texto se ajuste a uma outra conjuntura. Logo, exclui em tese, a infalibilidade da Bíblia.

    No meu ponto de vista, o conceito de que alguns textos não precisam ser necessariamente considerados inspirados por Deus não diminui em absolutamente nada o valor e autoridade das escrituras. Não exclui de maneira alguma o testemunho dado por Jesus Cristo e pelo Espírito Santo no tocante às doutrinas fundamentais da fé cristã, e nem a necessidade de submissão as reivindicações que a própria Palavra de Deus nos faz.

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  25. Em tempo,

    Sabemos que existem várias teorias com diferentes enfoque que tentam explicar a infalibilidade das escrituras:

    . Teoria da inspiração natural humana
    . Teoria da inspiração divina comum
    . Teoria da inspiração parcial
    . Teoria do ditado verbal
    . Teoria da inspiração das ideias

    Eu, contudo, não adoto nenhuma delas como critério de interpretação.

    Creio que o livro Bíblia contém a Palavra de Deus como disse acima, e não a considero na sua totalidade um todo fechado como inspirado e inerrante. Sendo assim devo admitir que ela contém erros.

    Contudo, os erros da bíblia ficam mais evidentes quando a lemos somente em seu sentido literal como foi colocado acima.

    Mas os cristãos fundamentalistas não têm essa capacidade de afirmar tal coisa, pois creem que em sua literalidade, a bíblia é totalmente inerrante. Mas quando ficam frente a frente com as inúmeras contradições contidas em alguns texto, precisam construir teorias para justificá-las.

    Mas a melhor teoria, que é extrapolar a literalidade do texto, essa eles não conseguem admitir, pois vai contra suas crenças equivocadas do que seja "inerrância".

    A Bíblia para muitos, como dizia Barth: É um Papa de papel. Eu concordo absolutamente.

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  26. Gilberto, agora entendi a pressa em postar rsrs...tinha um carta na manga.
    Meu querido, quero prestigiar seu texto mas não posso me aprofundar muito nesse debate (como sempre) rs... mas o que te dizer? Para mim, Bíblia não pode ser a verdade, Deus não pode caber nela. Ela não é acessível, não é clara, não é unânime como a verdade absoluta deveria ser. Se Deus pretendia mesmo expor suas verdades através dela, certamente teria sido mais claro. Não permitiria séculos de questões que levaram uns à fogueira e outros ao poder. Mas eu não desprezo a bíblia, afinal não foi ela que disse que é a verdade, foram os homens que ao darem ao livro esse poder divino desandaram com tudo. Pra mim a Bíblia fala de Deus, me inspira, me conforta, mas não me preenche e deixa muitas questões em aberto.
    Parabéns pela sua estréia! Fica com Deus.

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  27. Deus escolheu e serviu-se de homens na posse das suas faculdades e capacidades (2)

    pergunto: será que não era porque deus não tinha como lhes capacitar? se observarmos o que Deus fez com Bezalel, fica a pergunta de porque não ter feito o mesmo com os autores bíblicos, voce não pensa o mesmo Gil?

    Êxodo 35:31
    31 - E o Espírito de Deus o encheu de sabedoria, entendimento, ciência e em todo o lavor,
    32 - E para criar invenções, para trabalhar em ouro, e em prata, e em cobre,
    33 - E em lapidar de pedras para engastar, e em entalhar madeira, e para trabalhar em toda a obra esmerada.

    (porque? porque? porque???)rsrsrs

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  28. Doni

    Legal seu comentário não conhecia as diversas visões de como interpretar ou ver a bíblia como você citou.

    A igreja católica cita diversos gêneros para poder explicar e dividir os diversos livros da sagrada escritura:

    tratado religioso, história popular, história descrita, gêneros didáticos, gênero profético, gênero apocalípticos, gênero poético, gênero jurídico, gênero epistolar.

    Para a igreja do ponto de vista religioso o que ela chama de inspiração do espírito santo ela defende a veracidade das sagradas escrituras.

    Por isso ela afirma que a Bíblia não é um livro científico. Um erro que cometeu em outras épocas como o caso de Galileu a respeito do sol.

    Levando em conta sempre que a bília palavra de Deus fora escrita por homens em épocas diferentes.

    Portanto ele deve ser interpretada levando em consideração os diversos gêneros para não ser mal interpretada.

    O que para nós hoje é absurdo no tempo em que foi escrito era algo que não escandalizava.

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  29. mari

    Eu estava preocupado eu ia colocar outro assunto aqui um artigo meu sobre o templo de jerusalém e como vi que os comentários estavam indo pra esta direção então mudei rsrsrs

    Você disse:

    Para mim, Bíblia não pode ser a verdade, Deus não pode caber nela. Ela não é acessível, não é clara, não é unânime como a verdade absoluta deveria ser. Se Deus pretendia mesmo expor suas verdades através dela, certamente teria sido mais claro.

    Então eu pergunto onde Deus cabe?

    Eu concordo com você a grandeza de Deus e sua sabedoria não pode limitar-se em um livro apenas ou coleção e livros.

    Para nós católicos a doutrina da igreja se baseia no tripé: sagrada escritura, magistério e tradição.

    Com isso a Igreja de certa forma contribuiu para que não houvesse interpretação errônea da sagrada escritura como fizera no passado aponto de jogar na fogueira muita gente.

    Porém ainda hoje existem divergências dentro da própria igreja com pensamentos diversificados.

    Se por um lado contribuiu para exageros por outro lado na prática cada um tenta dar ênfase ao que lhe interessa mais.

    Mas isto acontece até em nossa famílias não é verdade?

    Por isso penso que precisa haver uma voz oficial para controlar os abusos reconhecendo que às vezes se torna uma camisa de força.

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  30. anja vou dar minha opinião mas você sabe que o mais capacitado aqui não sou eu kkkkkkk

    você disse:

    pergunto: será que não era porque deus não tinha como lhes capacitar? se observarmos o que Deus fez com Bezalel, fica a pergunta de porque não ter feito o mesmo com os autores bíblicos, voce não pensa o mesmo Gil?

    Anja eu já pensei e me pego pensando isso principalmente quando quero um resposta de Deus urgente.

    Mas neste texto por exemplo o autor ao ver uma capacidade de alguém não fez uma leitura do momento dizendo que Deus havia capacitado para fazer aquilo naquela hora?

    Ou a necessidade mostrou naturalmente o dom que possuía.

    Partindo da idéia que quem nos capacita é Deus o autor leu e expressou como se aquilo milagrosamente havia acontecido de repente na vida de Bezalel.

    Comigo já aconteceu muito isso num determinado momento de minha vida eu conseguir fazer algo que pensava não poder fazer e de forma tão fácil que eu afirmei só por Deus mesmo.

    Sei lá se fui claro.

    Quanto a intervenção de Deus eu penso que se tem uma coisa que Deus não gosta de ficar o tempo todo fazendo é intervir extraordinariamente em nossa história.

    Eu o vejo agindo no cotidiano e nas coisas simples e corriqueiras. Penso que Deus deu um curso natural à nossa vida o problema é como interpretamos este curso.

    Tem um amigo meu que costuma dizer que precisamos de um milagre por dia para acreditar kkk

    Eu acho que se Deus estivesse intervido na nossa história teria nos desrespeitado e desrepeitado sua própria natureza de dar liberdade ao homem entregando tudo pronto.


    Mas a bíblia ao dizer

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  31. hahahaahah Perfeito Gil, era exatamente a resposta que esperava ouvir de voce!!! Penso da mesma forma. voce viu a pergunta que eu lhe fiz lá em cima? deixa eu reproduzir ela aqui:Por isso que defendo uma tese própria rsrsrs que Jesus teve que vir para revelar quem realmente era Deus! (Gilberto)

    Perfeito! Mas então Gil, agora eu te pergunto: lendo a bíblia, tomamos conhecimentos de algumas ações de Jesus, algumas de suas falas (ou pelo menos que foram atribuídas a ele), e no que mais ou onde mais estaria a inspiração "divina"?

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  32. Anja

    Eu vejo a inspiração de Deus em todo o processo inquietante dos homens procurarem Deus desde os primórdios. Agindo através da ignorância nossa e respeitando nossa liberdade.

    Nos erros e acertos. Nas contradições de seus atos e da forma como Deus foi se revelando.

    Mas tudo isso na perspectiva e olhar de Cristo, que para mim deve ser fonte de entendimento do A.T. e N.T.

    Na verdade a história do povo da bíblia é também nossa história.

    Lógico que esta história terá mudança se dentro do livre arbítrio que Deus nos deu permitirmos crescer, amadurecer, questionar, inquietar sempre tendo a certeza que Deus existe não para condenar-nos por esta busca de dúvidas, medos e incertezas.

    O problema não está nos livros das sagrada escritura está na ignorância que alguns possuem e que por ser escravo do pecado e não portador da graça utilizam e interpretam as palavras com o coração cheio de ódio sempre se achando melhor que o outro.

    Então anja a Bíblia tem seu sentido sobre a perspectiva das palavras e atos de Jesus.

    Se eu fosse uma das pessoas que vivesse naquela época estaria gritando crucifica-o. Se a Anja um tempo atrás fosse aquela evangélica não estaria gritando crucifica-o.

    É um processo que enquanto não culminou na plenitude dos tempos, ou seja, a vinda de Jesus como homem, não havia maturidade para entender.

    Neste sentido com o olhar de Jesus eu vejo a bíblia como toda inspirada
    respeitando este processo de aprendizagem e maturidade. Mas como um livro de fé e não como verdade científica.

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    1. Um livro de fé... humm (rsrs) MAS O QUE É FÉ GIL? To gostando... (rsrs)

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  33. Gil, deixa te fazer outra pergunta, voce perguntou pra Mari onde Deus cabe, correto? Em contra partida voce concorda com ela e diz que "a grandeza de Deus e sua sabedoria não pode limitar-se em um livro apenas ou coleção e livros." e ainda: "Para nós católicos a doutrina da igreja se baseia no tripé: sagrada escritura, magistério e tradição."

    Mas aí é que entra minha dúvida, e onde entra a vida? É por isto que quando digo que sou contra dogmas tem gente que me apedreja, mas olha isto e tenha certeza, em nada difere das protestantes, ou ainda, elas são até pior!

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  34. “Mas aí é que entra minha dúvida, e onde entra a vida? É por isto que quando digo que sou contra dogmas tem gente que me apedreja, mas olha isto e tenha certeza, em nada difere das protestantes, ou ainda, elas são até pior!” (Anja)

    Anja, em filosofia dogma é uma crença ou ensino inegociável, que não admite contestação. A religião possui os seus? claro que sim! Mas não foge a regra das outras ideologias; sejam elas políticas, filosóficas ou científicas.

    Quando você diz que os dogmas são contra a vida, deve ser uma alusão à era medieval. Pois creio que depois do iluminismo, boa parte da igreja passou bem pelo processo de desdogmatização. Os que não se libertaram dos dogmas na sua integralidade, pelo menos procurou resignificá-los. Tanto é verdade que as doutrinas cruciais que resistiram firmemente não passam de duas quando muito três, que são: a divindade e a ressurreição de Cristo, e em alguns casos, a trindade é incorporada ao grupo.

    Por isso, as defesas que a parte “sadia” da igreja faz à estas confissões, não difere em nada das demais ideologias. Com entusiasmo? Sim. Mas o respeito aos diferentes tem sido a tônica.

    Pelo menos é o que eu tenho constatado.

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    1. Mesmo? Poxa Doni! Fico feliz que agora as igrejas aceitem de bom grado homossexuais, bissexuais etc... fico feliz que aceitem "pecadores" pois lá todos pensam ser "santos"...

      Doni, o povinho crente é o povo do "isto não pode" e por aí vai...

      Não faço alusão a uma época que sequer vivi, falo do que vivo Doni... e o que vivi e convivi dentro das igrejas é exatamente: SEJA IGUAL A TODOS OU CAIA FORA!

      Doni, igrejas aceitar diferentes é conversa pra boi dormir e balela, voce sabe disto! Nota-se o respeito aos diferentes na difamada a corrupta "bancada evangélica" em Brasília, percebo o respeito aos diferentes nos inflamados discursos "cheios de amor" do Silas MAL-FALAIA, e não só ele, mas de forma geral Doni, eu senti na pele o "amor e respeito" aos diferentes que a igreja por 20 anos me demostrou...

      (a propósito, senti sua falta no debate no texto de my lord)
      Esta conversa de respeito aos diferentes

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    2. desconsidere a última linha (sei lá o que houve) eu hein.....

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    3. (RSRS) Ah bom. Então o problema não está na DOGMÁTICA. Certo? O problema é a VISÃO DE MUNDO divergente. Se assim for estamos de acordo.

      Mas que coisa em Anja! Que ambiente de igreja mais terrível e nocivo é esse que você viveu!

      Particularmente, posso dizer que cerca de 80% das pessoas que convivo diariamente, seja a nível de família, amigos ou trabalho, são crentes. Mas não existe um sequer, que eu possa dizer: Nossa! Que pessoa mais desagradável! E olha que eles sabem o quanto sou diferente deles no trato com a teologia.

      Como você também já me decepcionei várias vezes. E todas as vezes que isso ocorre, nós sempre projetamos no outro as causas das nossas frustrações. Todas as pessoas tem em comum a propensão de aceitar sem reservas, as pessoas que possuem as mesmas crenças, certezas e pontos de vista. Diria que, em se tratando de humanidade isto é normal! O mais importante é não deixar com que as diferenças façam a diferença. Afinal de contas: o que aprendemos com os iguais? Não são os diferentes que podem nos acrescentar o que não temos?

      Mas vamos deixar para outra hora nossa discussão. E nos ater no tema do Giba.

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    4. rsrrs Beleza Doni, vamos deixar pra outra hora, mas faço questão de depois falarmos sobre isto, porque foram 20 anos (como eu disse) e não foi uma ou duas igrejas, e sim várias por qual passei. Também ressalto que a última tivemos o apoio do pastor-presidente (ou senior), mas em relação aos membros da mesma, era uma briga constante, inclusive com o pastor, o pressionavam por não me aceitarem (e olha que cheguei a ministrar aulas no seminários da instituição, mas a diretoria correu comigo em tempo recorde e o pastor sofria pressão de tudo que é lado), mas confesso que nesta época, já mais esclarecida, eu já estávamos (eu e meu esposo) meio que em guerra com a instituição e na beira pra sair. Os problemas enfrentados pelo meu esposo na ormiban e por mim de modo geral nos fez chutar o balde. Confesso que trago certa mágoa a por conta disto, costumo generalizar, mas Doni, a verdade é que são poucos que aceitam os diferentes e confesso estar surpresa com sua afirmação, mas também devo levar em conta que voce é "normal" rsrs (pelo menos penso eu né? rsrs), já eu... além de herege nada tenho de normal!(quando digo herege, digo em relação a várias coisas, inclusive algo que insistem em dizer que é opção e eu digo que é orientação, mas não se resume só a isto). Mas outra hora exponho pra voce com prazer e sei que voce irá entender toda minha frustração, e não só a minha, mas também a de meu esposo.

      Bjux

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    5. errata: onde se lê eu já estávamos leia-se JÁ ESTÁVAMOS.

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  35. Gilberto,

    Alguns estudiosos afirmam que a doutrina da inspiração plena das escrituras retroceda no mínimo até Agostinho, e que posteriormente, a igreja, em toda a sua história sustentou esta completa confiabilidade das escrituras. O próprio catolicismo sempre afirmou a inspiração da Bíblia, mas o interessante, é que durante o período medieval até mesmo a tradição foi progressivamente elevada como fonte de autoridade igualmente válida. Se não me engano esta posição foi formalmente adotada no concílio de Trento no século XVI

    Os protestantes por sua vez, para não ficarem para traz, responderam com a doutrina da Sola scriptura, e adotaram oficialmente a versão de Erasmo como sendo a Bíblia mais fiel aos manuscritos antigos. A Sola scriptura é uma afirmação direta da autoridade absoluta da Bíblia. Mais tarde na assembléia de Westminster enfatizaram também a inspiração verbal e inerrância absoluta das escrituras. Inclusive é bom destacar que, a confissão de Westminster tem, para algumas alas protestantes, como no caso da tradição no catolicismo, o mesmo valor das escrituras.

    E a inerrância, continua sendo até hoje o padrão para a maioria das denominações evangélicas tradicionais. Inclusive, muitos Seminários bíblicos e Faculdades adotam esta postura no que diz respeito à infalibilidade da Bíblia.

    E a Vulgata Latina em meu caro Gilberto, que por quase um milênio, reinou absoluta, marginalizando os textos gregos, continua ainda tenho boa aceitação nos meios católicos, ou já vêem as versões oriundas da obra de Erasmo com outros olhos?

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  36. Tem-se também que levar em conta que muitos dos "erros" ou contradições bíblicas são de fato posições teológicas diferentes(isto ocorre muito nos evangelhos), então não seria tecnicamente erro, e sim, interpretação diversa.

    O caso clássico disso é as duas narrativas sobre a criação, as duas narrativas sobre o dilúvio, narrativas paralelas com os mesmos acontecimento na vida de Abraão e Isaac, etc.

    Mas nada disso deve ser levado em conta numa leitura devocional da Bíblia, onde quem lê busca edificação espiritual e não, controvérsias acadêmicas.

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  37. Anja, você diz que passou por várias igrejas e ninguém lhe aceitava; diz aí, o problema era as igrejas ou o problema era você?

    Você cobra muito que os evangélicos aceitem, aceitem, aceitem, mas e você, os aceita? você disse que o seu problema era com o sistema religioso evangélico, mas tá na cara que o problema vai muito além disso...

    e nem vem dar piti, não, eu só tô pisando no calo pra ver o que sai daí...heeeeeee

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    1. KKKKK vou dar pitty não Edu... Como voce já sabe, sou um tanto diferente (e irreverente rsrs), mas por longos 20 anos, tive que lutar contra minha humanidade pra poder ser aceita, e te falo que tentei, e como tentei, mas chega uma hora que não se consegue mais! Ou voce se aceita como voce é, ou vive uma vida frustada em prol de uma santidade falsa e hipócrita. (opa curto tanto a pitty "cantora baiana" que coloquei o nome dela ao invés de piti rsrs)

      Mas prosseguindo, será que era eu que era errada? ou será que a igreja não poderia me aceitar como eu era? Lutei contra meus instintos, meus desejos, contra mim! Minha natureza, minha humanidade. Tentei... quis ser igual, mas não deu e percebi que eu não precisava de ser igual. bastava ser quem eu era, quem eu sempre fui...

      Será mesmo que voce pensa que eu quem sou o problema? será que precisarei ser mais clara ainda? será que voce não leu alguns de meus comentários em resposta aos comentários que a Eliane Serrou fez (cheguei até postar um poema que fiz para uma amiga íntima minha pra que todos percebessem do que se tratava, e tenha certeza que esta é só a ponta do iceberg Edu) o ser humano é complexo e singular e deve ser aceito como ele é. Mas não é assim. Como eu disse: OU SE É IGUAL, OU SAI FORA, nós saímos fora.

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  38. Doni e Gil,

    o que eu vejo hoje é que a doutrina da inspiração diz mais respeito aos temas da "salvação"; ou seja, a Bíblia é inspirada ao mostrar o caminho da salvação para o homem mas não é inspirada, por exemplo, em matérias de ciência, história, etc, já que muitos protestantes hoje afirmam que ela não é, a princípio, um livro científico.

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  39. Sobre Jeronimo o papa diz "Dele disse o Papa Bento XVI: A preparação literária e a ampla erudição permitiram que Jerónimo fizesse a revisão e a tradução de muitos textos bíblicos: um precioso trabalho para a Igreja latina e para a cultura ocidental. Com base nos textos originais em grego e em hebraico e graças ao confronto com versões anteriores, ele realizou a revisão dos quatro Evangelhos em língua latina, depois o Saltério e grande parte do Antigo Testamento. Tendo em conta o original hebraico e grego, a Septuaginta, a versão grega clássica do Antigo Testamento que remontava ao tempo pré-cristão, e as precedentes versões latinas, Jerónimo, com a ajuda de outros colaboradores, pôde oferecer uma tradução melhor: ela constitui a chamada "Vulgata", o texto oficial da Igreja latina, que foi reconhecido como tal pelo Concílio de Trento e que, depois da recente revisão, permanece o texto oficial da Igreja de língua latina."

    Jerononimo sobre a sua tradução disse assim. ""Obrigas-me fazer de uma Obra antiga uma nova… da parte de quem deve por todos ser julgado, julgar ele mesmo os outros, querer mudar a língua de um velho e conduzir à infância o mundo já envelhecido. Qual, de fato, o douto e mesmo o indouto que, desde que tiver nas mãos um exemplar, depois de o haver percorrido apenas uma vez, vendo que se acha em desacordo com o que está habituado a ler, não se ponha imediatamente a clamar que eu sou um sacrílego, um falsário, porque terei tido a audácia de acrescentar, substituir, corrigir alguma coisa nos antigos livros? (Meclamitans esse sacrilegum qui audeam aliquid in verteribus libris addere, mutare, corrigere). Um duplo motivo me consola desta acusação. O primeiro é que vós, que sois o soberano pontífice, me ordenais que o faça; o segundo é que a verdade não poderia existir em coisas que divergem, mesmo quando tivessem elas por si a aprovação dos maus". (Obras de São Jerônimo, edição dos Beneditinos, 1693, t. It. Col. 1425)."

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    1. Como posso confiar? Como sei que os livros que os cardeais de constantino escolheram foram os "divinamente inspirados"? como? como???

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  40. Edu, respondi seu comment "desobedecendo sua ordem" de não por como resposta e sim como novo comment rsrsrs esqueci rsrs

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  41. Também penso assim Edu, Deus não iria inspirar ninguém a fazer imprecações como invariavelmente faziam os salmistas. Os livros de crônicas dos reis antes de serem inspirados eram acima de tudo, como o próprio nome diz, documentos que garantiam a posteridade israelitas o conhecimento da saga dos seus reis.

    Agora, achei bastante razoável a explicação de um autor católico acerca das discrepâncias bíblicas no que se refere à questões científicas. Veja o que diz:

    Toda a Bíblia, em qualquer de suas partes, é inspirada, qualquer que seja a sua temática. Ocorre, porém, que Deus comunica sua mensagem religiosa em linguagem familiar pré-científica, bem entendida no trato quotidiano. Por exemplo, quando falamos em "nascer-do-sol" ou "pôr-do-sol", supomos o sistema geocêntrico (ultrapassado), mas não somos taxados de mentirosos, porque não pretendemos definir assuntos de astronomia. Assim, quando a Bíblia diz que o mundo foi feito em 6 dias, ou que a luz foi feita antes do sol e das estrelas, ela não ensina teorias astronômicas, mas alude ao mundo em linguagem dos hebreus antigos para dizer que o mundo todo é criatura de Deus. Portanto, em assuntos não-religiosos, a Bíblia adapta-se ao modo de falar familiar ou pré-científico dos homens que, devidamente entendido, não é portador de erro.

    Devemos concordar com ele que a finalidade da inspiração bíblica é estritamente religiosa. Ou seja, não foi escrita para nos ensinar ciências naturais, mas aquilo que ultrapassa a razão humana, o sentido do mundo, do homem, da vida, da morte, diante de Deus.

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  42. Doni,

    De fato, a Bíblia tem o conhecimento científico dos homens que a escreveram. Chamamos isso de "erro" mas realmente não era um erro para eles, era o entendimento que tinham à época. Ora,o conhecimento evoluí; daqui há duzentos anos, em alguma confraria em alguma forma de meio digital que não sei qual será, alguém poderá dizer "mas como eram burros e errados aqueles caras do início do século 21"...

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    1. Então, burrice mesmo é quando um ateu que quer criticar a Bíblia e pede dela um conhecimento científico que seus autores, ainda que inspirados por Deus, não tinham e não podiam ter. Quem é que chama o grego Anaxímenes de burro ou errado, por ter afirmado que a terra era plana? E o que dizer de Tales que achava que tudo o que existia era formado por água e não energia?

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  43. Anja e demais

    não vou entrar na questão do "não me aceitaram como eu sou" (já eu tendo entendido, talvez, do que se trata). A igreja evangélica ainda não está preparada para aceitar certos comportamentos que ela tem como "imorais", mas ela já não aceitou muitos comportamentos que hoje são comuns no meio dela. Ou seja, a igreja cristã (pelo menos no Brasil) vai incorporando aos poucos comportamentos que antes eram pecados. Contudo, não acho que a igreja não deva ter um padrão moral, já que o próprio Jesus exigia um elevado padrão moral dos seus seguidores.

    agora, sobre sua pergunta

    Como posso confiar? Como sei que os livros que os cardeais de constantino escolheram foram os "divinamente inspirados"? como? como???

    Esse problema se restringe praticamente aos livros do Novo Testamento, já que o cânon hebraico foi terminado por volta do final do primeiro século e ele foi aceito sem muitas reservas na igreja cristã(com os acréscimos dos deuterocanônicos).

    Sem dúvida, houve o dedo do imperador na questão, já que o cristianismo tornou-se a "religião do império", logo, sujeita ao soberano do império.

    Mas a teologia cristã nasceu, cresceu e vai morrer com suas "querelas"como dizia Votarie. Sobre o Concílio de Nicéia, ele escreveu:

    Não falo das intrigas que as duas facções empregaram, das mentiras, das inúmeras calúnias; detenho-me nos dois belos "milagres" (destaque meu) que os atanasianos fizeram nesse concílio de Nicéia.Um desses dois milagres, relatado no apêndice(1) desse concílio, é que, estando embaraçados para decidir quais evangelhos, quais piedosos escritos era necessário adotar e quais era necessário rejeitar, os Padres resolveram pôr misturados no altar todos os livros que puderam encontrar e invocar o Espírito Santo, que não deixou de jogar no chão todos os maus livros; os bons ficaram e, a partir desse momento, não se devia mais duvidar de nada...

    Pode-se ver que os meios de fechar o cânon do NT não foram lá muito racionais. Ainda assim, parece que os 4 evangelhos canônicos, por exemplo, são de fato, os melhores dentro os que conhecemos para se tornar canônico. Uma ausência lamentável ao meu ver, é o Evangelho de Tomé(e os evangelhos gnósticos), mas ele trazia ditos de Jesus que contrariava a nascente organização da instituição da Igreja Católica Romana.

    Exemplo:

    "77a Jesus disse: Eu sou a luz que está acima deles todos. Eu sou o todo: o todo saiu de mim e o todo se reuniu a mim.

    "77b Rachai uma madeira: eu estou ali. Levantai uma pedra e me achareis".

    Isso é muito ruim para a Igreja que se acha a única instituição capaz de conduzir o homem a salvação. O que vale até hoje na teologia católica é que "fora da Igreja não há salvação".

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  44. Anja

    Minha queriidaaaaaaaaaaaaaa rsrsrs

    Você perguntou

    Um livro de fé... humm (rsrs) MAS O QUE É FÉ GIL? To gostando... (rsrs)

    Fé é um bom tema para se discutir aqui “dá pano pra manga!” rsrsrs

    Mas eu me referi ao livro da bíblia propriamente dito. As pessoas ( não os estudiosos) olham para ela e a buscam como fonte de fé, de uma palavra de esperança e de um encontro com Deus. É neste sentido que quis dizer que é um livro de fé. Assim geralmente as pessoas vêem. Muitas pessoas encontram na bíblia conforto para suas vidas. Nem por isso deixa de ser uma “faca de dois legumes” rsrsrs

    Conheço um padre se não me engano Fernando que é um especialista em sagradas escrituras um exegeta bíblico que inclusive fala na rede vida de televisão que defende a tese de que a bíblia não deveria ser colocada nas mãos de quem não a entende.

    Num primeiro momento achei um absurdo o que ele disse, mas em parte eu concordei diante da explanação que ele fez que deturparam muito o significado dela. Apesar de que sou a favor do acesso a mesma. Porém com acompanhamento e discussões.

    Como disse o Edu:

    “o que eu vejo hoje é que a doutrina da inspiração diz mais respeito aos temas da "salvação"; ou seja, a Bíblia é inspirada ao mostrar o caminho da salvação para o homem mas não é inspirada, por exemplo, em matérias de ciência, história, etc, já que muitos protestantes hoje afirmam que ela não é, a princípio, um livro científico.”

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  45. Anja Você perguntou também:

    Gil deixa te fazer outra pergunta, voce perguntou pra Mari onde Deus cabe, correto? Em contra partida voce concorda com ela e diz que "a grandeza de Deus e sua sabedoria não pode limitar-se em um livro apenas ou coleção e livros." e ainda: "Para nós católicos a doutrina da igreja se baseia no tripé: sagrada escritura, magistério e tradição."

    Mas aí é que entra minha dúvida, e onde entra a vida? É por isto que quando digo que sou contra dogmas tem gente que me apedreja, mas olha isto e tenha certeza, em nada difere das protestantes, ou ainda, elas são até pior!

    Antes quero dizer que quando disse que a Igreja Católica baseia sua doutrina neste tripé não quis dizer que seja melhor que a protestante e muito menos que Deus coube neste processo como todo. Mas que colaborou para que a igreja católica se tornasse mais flexiva! Porém não totalmente flexiva rsrsrs. Existe alguma doutrina seja qual for que não tenha seus dogmas? Eu possuo vários deles na minha postura.

    Certa vez ouvi que a fé é um mistério. Mistério no sentido teológico não é aquilo que não podemos entender e sim como algo que apesar de ser desvendado, compreendido sempre terá algo a se descobrir, a desvendar a experimentar. Que nossa compreensão humana sempre será limitada diante da grandeza de Deus. Neste ponto concordei com a Mari.

    Doutrina, Bíblia, Liturgia, Magistério... não tem sentido algum se não for encarnado. Se existe, não foi feito por anjos e não para os anjos e sim para homens e mulheres. Até Deus se encarnou para ser entendido. Eu concordo com você que quanto mais a doutrina for vida, mas próxima do ideal ela se encontra. Por isso não podemos olhar para bíblia como um livro escrito a próprio punho por Deus e sim escrito por homens.

    Não adianta dizer que isto é pecado se você não tem uma solução para dar.

    Até um tempo atrás baseado nas escrituras dizia-se que o beberrão, aquela mesma passagem que você conhece muito bem, não entrará no reino de Deus.

    Religiosos baseados nesta passagem amaldiçoavam os beberrões! A ciência constatou que a dependência química é uma doença. Mudou tudo. Muitas igrejas que acusavam hoje possuem clínicas para dependentes. E a questão do pecado? Nem precisa falar nada não é mesmo?

    Estas discrepâncias sempre existirão. É preciso muita tolerância, bom senso e às vezes um tremendo saco para aguentar. Feliz de quem enxerga isso, não é pra todo mundo.

    Anja em todo lugar existe gente que faz a diferença! Na religião não é diferente!

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  46. Anja Você disse:

    Como posso confiar? Como sei que os livros que os cardeais de constantino escolheram foram os "divinamente inspirados"? como? como???

    Realmente houve uma manipulação muito grande das sagradas escrituras.

    Segundo os especialistas após a revisão sistemática dos livros o que temos hoje é muito próximo dos originais.

    Mas o problema não é só isso.

    Os evangelhos, por exemplo, apesar de terem arrancado todas as manipulações que os cristãos fizeram o que temos hoje segundo uma unanimidade não é o original. Eles dizem e acreditam que os evangelhos sinóticos possuem uma única fonte e está não acharam.

    Acrescenta a isso o fato de que quando os evangelhos foram escritos já havia as comunidades cristãs e o autor escrevia sempre dentro de um contexto daquilo que estavam passando nas comunidades como resposta e instrução.

    Há alguns detalhes em que fica claro que frases de Jesus aparece como explicativa ao invés de ter sido apenas dita, pois o autor ao afirmar tentou explicar às comunidades diante de uma situação específica que estava acontecendo.

    E por ai vai....

    O que necessariamente não tenha sua importância histórica. Pois é ainda a maior fonte de conhecimento dos historiadores para entender Jesus.

    Tem outros documentos independentes que falam de Jesus. O próprio Flávio Josefo, já com as ressalvas dos textos manipulados, cita Jesus de forma bem discreto. O Jesus histórico está longe de ser o Jesus dos evangelhos.

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  47. Doni

    Você disse:

    E a Vulgata Latina em meu caro Gilberto, que por quase um milênio, reinou absoluta, marginalizando os textos gregos, continua ainda tenho boa aceitação nos meios católicos, ou já vêem as versões oriundas da obra de Erasmo com outros olhos?

    Doni não sou um especialista neste assunto, mas hoje nas livrarias católicas e nos estudos da bíblia nós utilizamos muitas versões. Há um leque grande de traduções. Existe uma que deve se referir a qual você destacou que á TEB que é ecumênica. Temos a Jerusalém, a Ave Maria (vulgata), A Pastoral (popular)... também.

    E aí tem um agravante também como, por exemplo, a popular. Ela força o texto para fazer o povo entender e acaba mudando o sentido real da palavra.

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  48. Edu

    Você disse:

    Tem-se também que levar em conta que muitos dos "erros" ou contradições bíblicas são de fato posições teológicas diferentes(isto ocorre muito nos evangelhos), então não seria tecnicamente erro, e sim, interpretação diversa.

    O caso clássico disso é as duas narrativas sobre a criação, as duas narrativas sobre o dilúvio, narrativas paralelas com os mesmos acontecimento na vida de Abraão e Isaac, etc.


    Durante muitos séculos se pensou que Moisés tivesse escrito pessoalmente todo o Pentateuco. Em 1753, Astruc, médico de Luís XV (rei da França), notando que Deus era chamado, no Pentateuco, ora de “Iahweh” ora de “Elohim”, aventou a hipótese de que isso se devesse a narrações paralelas. Nascia assim a hipótese documentária. Ela passou por reformulações e sua história foi ampliando suas fronteiras em decorrência das descobertas arqueológicas, que restituirão antigos documentos assírio-babilônicos.

    Hoje dificilmente se encontrará um especialista que não admita que o Pentateuco seja constituído por quatro documentos, embora as pesquisas tendam, às vezes, a se diversificarem muito e a atribuição de um ou outro versículo a esta ou àquela tradição possa ser contestada.

    Para melhor esmiuçar este estudo então os exegetas separaram o que chamam de tradições: Javista, Eloista, Sacerdotal, Deuterocanônica...

    A criação realmente ao ler é nítida que ali está contido duas histórias contadas diferentes. Uma com a visão Javista e outra sacerdotal ( a criação do mundo em dias e respeito ao dia santo).

    Acrescente a isso O livro de Isaías que na realidade são três livros escritos em épocas diferentes e por autores diferentes e outros que são tipo novelas e não fatos reais como Jó.

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  49. Gil, é isso aí. Eu tinha omitido os detalhes "técnicos" mas você os esboçou muito bem...rsssss

    Mas muitos críticos modernos da Bíblia não sabem disso e ficam martelando que ela tem "contradições", como se a própria história humana estive livre delas.

    valeu

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  50. Gil, parabéns pela estréia e excelente abordagem.

    Deixa eu reproduzir aqui um texto de um de meus blogs

    (367 a.C) A carta de Atanásio reconhece o cânon do Novo Testamento

    Como o cristão poderia ter certeza dos livros que deveriam constar do Novo Testamento?

    Quando Paulo mencionou as Escrituras a Timóteo ("Toda a Escritura é inspirada..."; 2Tm 3.16), ele estava se referindo ao AT, mas, mesmo nas páginas do NT, temos indicações de que os cristãos começaram a considerar os evangelhos e as epístolas de Paulo como textos especiais. Ao escrever sobre as epístolas de Paulo, Pedro disse que elas às vezes continham "algumas coisas difíceis de entender". Todavia, a sabedoria de Paulo fora dada por Deus, e Pedro repreendeu "os ignorantes e instáveis" que distorciam as palavras de Paulo, fazendo o mesmo com "as demais Escrituras" (2Pe 3.16; grifo do autor). Ε óbvio que Pedro começava a perceber que os cristãos tinham alguns textos edificantes além das obras do AT.

    Os judeus decidiram que alguns livros — os que chamamos hoje de Antigo Testamento — foram claramente inspirados por Deus, ao passo que outros não o eram. Por enfrentar heresias, os cristãos também começaram a sentir a necessidade de distinguir entre escritos verdadeiramente inspirados e os de origem questionável.

    Havia dois critérios fundamentais, usados pela igreja para identificar o cânon (kanon é a palavra grega para "padrão"): a origem apostólica e o uso dos textos nas igrejas.

    Cont...

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  51. Continuando...

    Com relação à origem apostólica, a igreja incluiu Paulo entre os apóstolos. Embora não tenha caminhado com Cristo, Paulo se encontrou com ele na estrada para Damasco. A abrangência de sua atividade missionária — relatada no livro de Atos dos Apóstolos — fez dele o próprio modelo do apóstolo.

    Cada evangelho precisava estar relacionado a um apóstolo. Desse modo, o evangelho de Marcos, associado a Pedro, e o de Lucas, relacionado a Paulo, receberam um lugar no cânon. Depois da morte dos apóstolos, os cristãos valorizaram o testemunho dos livros, muito embora não portassem o nome de um apóstolo como autor.

    Com relação ao uso dos textos nas igrejas, a orientação parecia ser a seguinte: "Se muitas igrejas usam um texto, e se ele continua a edificá-las, logo esse texto deve ser inspirado".

    Embora esse padrão mostre uma abordagem bastante pragmática, existe uma lógica por trás dele: alguma coisa inspirada por Deus, sem dúvida, inspirará muitos adoradores. O texto que não foi inspirado acabaria, mais cedo ou mais tarde, por cair em desuso.

    Infelizmente, esses padrões somente não eram capazes de estabelecer quais seriam os livros do cânon. Diversos textos flagrantemente heréticos carregavam o nome de um apóstolo. Além disso, algumas igrejas utilizavam textos que outras não se preocupavam em usar.

    Por volta do final do século II, os quatro evangelhos, o livro de Atos e as epístolas de Paulo eram grandemente valorizadas em quase todos os lugares. Embora não existisse nenhuma lista "oficial", as igrejas tinham a tendência crescente de se voltar para esse material como fonte de autoridade espiritual. Bispos influentes como Inácio, Clemente de Roma e Policarpo contribuíram para que esses textos alcançassem ampla aceitação. Contudo, ainda havia muita disputa com relação a Hebreus, Tiago, 2 Pedro, 2 e 3 João, Judas e Apocalipse.

    A heresia era uma maneira de fazer com que os cristãos ortodoxos esclarecessem suas posições. Até onde sabemos, a primeira tentativa de elaboração do cânon foi feita por Marcião, que incluiu apenas dez das treze epístolas de Paulo e o evangelho de Lucas bastante modificado. Mais tarde, outros grupos heréticos defenderiam seus "livros secretos", normalmente os que tinham o nome de um apóstolo ligado a eles.

    Uma lista ortodoxa primitiva, compilada por volta do ano 200, foi o Cânon muratório, elaborado pela igreja de Roma. Ele incluía a maioria dos livros presentes hoje no Novo Testamento, mas adicionava o Apocalipse de Pedro e a Sabedoria de Salomão. Listas posteriores omitiram alguns livros, e deixaram outros, mas continuavam sendo bastante similares. Obras como O pastor, de Hermas, o Didaquê e a Epístola de Barnabé eram muito consideradas, embora as pessoas tivessem dificuldade em considerá-las escritura inspirada.

    Em 367, Atanásio, o bispo de Alexandria, influente e altamente ortodoxo, escreveu sua famosa carta oriental. Nesse documento, enumerava os 27 livros que hoje fazem parte do nosso Novo Testamento. Na esperança de impedir que seu rebanho caminhasse rumo ao erro, Atanásio afirmou que nenhum outro livro poderia ser considerado escritura cristã, embora admitisse que alguns, como o Didaquê, pudessem ser úteis para devoções particulares.

    A lista de Atanásio não encerrou esse assunto. Em 397, o Concilio de Cartago confirmou sua lista, mas as igrejas ocidentais demoraram muito para estabelecer o cânon. A contenda continuou com relação aos livros questionáveis, embora todos terminassem aceitando o Apocalipse.

    No final, a lista de Atanásio recebeu aceitação geral e, desde então, as igrejas por todo o mundo jamais se desviaram de sua sabedoria.

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  52. Mas eu me pergunto aqui se de fato as igrejas tem guardado esta sabedoria ou não tem se desviado delas? O que deve ser de fato levado em contas?

    Edu, concordo quando voce diz que deve-se ter certos padrões morais, mas estes padrões morais devem resguardar o que? A instituição ou a vida?

    E também concordo quando voce diz que muito do que hoje é aceito, não era aceito antes, e é claro que há um longo caminho a se percorrer, hoje se sabe de muitas igrejas inclusivas, mas a face da igreja dita inclusiva é talvez mais separatista que a igreja ortodoxa, por mais incrível que se possa parecer. Mas não vamos nos ater a esta questão. Quis apresentar este texto por pensar ser pertinente.

    Ando sem tempo, mas tamu junto

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  53. Anderson

    Que aula heim!!!!

    A bíblia católica foi formada a partir da tradução para o grego dos setenta (setenta sábios de alexandria) o que difere na diferenças de livros entre o protestante e os católicos.

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    1. rsrsrs na verdade eram setenta e um (71)

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    2. rss tá certo

      uns dizem setenta e dois kkk

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    3. rsrsrs Gil, eram 72 mesmo! haha O And já saiu pra resolver uns "trem" aqui, só volta mais tarde!

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  54. Edu, continuando o que comecei ontem, deixa eu responder uma poer gunta sua que ficou sem resposta, voce perguntou: "Você cobra muito que os evangélicos aceitem, aceitem, aceitem, mas e você, os aceita?"

    E porque voce pensa que eu não aceitaria? (rsrs) não tenho problemas em aceitar e sim de ser aceita pelo "meio evangélico" ou voce pensa que passei 20 anos congregada "não aceitando"??? rsrsrs faça-me rir Edu, mas concordo quando voce diz que muito do que hoje é aceito, antes não era, e aí é que está a questão. Sei que um dia (que penso estar longe, mas muito mesmo) poderá se aceitar, mas é agora que que é meu tempo, é agora e não amanhã. É agora que sou julgada 'imoral' (e não só eu, mas minha família), é agora que a igreja santa e amorosa nos fecha as portas. Por isto que resolvi assumir quem sou por não ser hipócrita e ver que a hipocrisia impera na igreja. Pastores dentro da própria ormiban (ordem de ministros batistas nacionais) ligavam incessantemente para mim (advinha pra que Edu?) e muitos destes foram o que se levantaram contra meu esposo dentro da convenção. Houve um incidente bem desagradável após nossa saída (algo muito constrangedor para o pastor que em tese, estava de nosso lado), e advinha em quem jogaram a culpa? BINGO! NO Anderson! Sei que ele não gosta de falar neste assunto, mas, vou falar mesmo assim; e o pastor que antes estava de nosso lado me ligou para saber de mim se meu esposo estava envenenando as pessoas contra ele e o difamando, um absurdo!

    Nossa, deixa eu parar de falar (rsrs) não posso deixar "vazar" porque estaria expondo ao acesso público, e não quero ver mais cabeças rolando, mesmo porque a corda arrebenta sempre para o lado mais fraco, e já arrebentou, mas quero evitar mais pertubação e constrangimentos, mas uma hora poderemos nos falar por e-mail (vc ainda tem o meu né?)em particular, não tenho problemas em expor-lhe (claro que sem dar nomes aos bois), o que já passei, o que sei e... enfim, mas deixa eu continuar lhe respondendo que este assunto está completamente fora da temática.

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    1. Antes que me caia alguma culpa por ter sido assediada e...(...) rsrs(não poucas vezes) deixo claro que só comecei com os blogs depois de ter voltado a BH e já estar fora da igreja, ou seja, já me assediavam pelo que eu era, pelo meu jeito e pelo que eu transparecia ser, mesmo que muitos (ninguém) soubesse o que de fato ou quem eu era. Mas pareço exalar... (aff) e eles e elas parecem sentir.

      Já falei demais... srsrs Edu, qualquer hora se vc quiser falar em of sobre isto aí vai meu e-mail de novo: anjaarcanja.batzion9@gmail.com

      Bjux

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  55. Quanto a seu outro comentário, concordo com voce, ams ainda devo lhe dizer que não se trata apenas da questão do novo testamento, mas penso também que do antigo, já que foi traduzido e no hebraico muita palavra não se encontra equivalente, e não só a pala vra mas a expressão, a construção da frase ... e por aí vai...

    Mas basicamente, concordo com voce.

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  56. Gil, Quando perguntei-lhe o que era fé, (rsrs)pensei que voce fosse responder o que todo "crente" responde: Hebreus 11:1
    1 - ORA, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem.

    E mais algumas outras balela decorebas (kkk) Eu digo que fé é supor e supor é IMAGINAR...

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    1. ou melhor: fé é crer, crer é supor e supor é imaginar! rsrsrs

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  57. Gil, concordo em gênero número e grau com seu segundo comentário

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  58. rsrsrsrs concordo também com seu outro comentário me respondendo...

    Bom, parece que estamos chegando a um consenso né? rsrs

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  59. A bíblia é tão sagrada e a voz de Deus tão clara a seus profetas que nem eles mesmo se entendiam (rsrs) vou postar um texto antigo d emeu blog:

    Não me venha com esse "está escrito"!


    Eu penso - opinião minha, pessoal e intransferível - que há várias passagens na Bíblia que legitimam o machismo, assim como há várias passagens que legitimam o racismo, a homofobia e a xenofobia. Mas, por incrível que possa parecer, isso de dizer "está escrito" não é motivo plausível - e estou falando a partir do próprio tecido escriturístico - para condenar o que quer que se seja. E por quê não? Vejamos.

    Cada um dos profetas disseram "em nome do Senhor", mas eles se opunham, na prática pessoal, ao "está escrito". Exemplos:

    1) Sim, está escrito que não se deve tocar - e nem permitir ser tocado! - por uma prostituta (Levítico 7:21; Lucas 7:37 a 39). Aliás, não se deve tocar nem num objeto que foi tocado por uma prostituta! Mas o profeta Oséias tomou pra si uma prostituta e teve filhos com ela. E isso ele fez "a mando do Senhor" - Oséias 1:2.

    2) Sim, está escrito que não se pode mostrar a nudez ( Êxodo 20:26). Mas o profeta Isaías andou durante três anos pelado pregando "a palavra"! - Isaías 20:3, 4.

    3) Sim, está escrito que Moisés recebeu de Deus a ordem para sacrificar holocaustos quando o povo saísse do Egito (Êxodo 10:25). Mas o profeta Jeremias afirmou que isso era uma grossa mentira! - Jeremias 7:22.

    Só pra ficar nesses três exemplos. Alguém acha mesmo estranho que os profetas tenham sido perseguidos e mortos pela adeptos da "teologia oficial"? E o incrível é que depois as vozes desses profetas foram incluídas no Cânon! O que isso mesmo nos ensina? Que a fé não se prende a escritos sagrados. Então que papel estamos fazendo ao apontarmos versículos bíblicos para dizer que Deus condena comer strogonoff ? - Êxodo 23:19.

    E vamos a mais um exemplo:

    - Sim, está escrito que camelo é um animal abominável (Levítico 11:4), mas João Batista veio anunciando a "palavra do Senhor" vestido com pêlo de camelo! - Mateus 3:4.

    Ora, o arauto de Jesus dito Cristo era um pecador aos olhos dos fariseus. Qualquer um poderia apontar as Escrituras para provar que João Batista era herege e pecador, não poderia? Sim, mas...

    A fé é progressiva. O intérprete que pensa que Deus se fixou num livro sagrado, ainda nem entendeu a razão do existir das Escrituras.

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  60. Olá anja

    Desculpe se não respondi o que é fé apenas achei que você não tinha compreendido que me referia a visão da bíblia para muitos quando disse ser um livro de fé.

    Fé é tudo que já disseram mas se ela não me serve para acolher, para amar e para ser libertação minha e dos outros pra que serve?

    Então concordo com você até parece que Deus precisa de gente professando fé para ele ser o que já é. Deus é amor e não precisa de gente para bajulá-lo com discursos bonitos enquanto as atitudes nada condizem com a essência de Deus.

    Então quando você acolhe alguém para amá-lo sem julgar, a fé não é apenas uma suposição, pois neste momento você percebe o quanto a tua crença lhe fez bem, não por que estou sendo caridoso (essa é minha obrigação pois tenho uma hipoteca social com aquele que sofre), mas principalmente porque no fundo eu preciso também e Deus sabe disso.

    Minha mãe religiosa beata daquelas rssrrsrs só venceu seus preconceitos quando entrou em coma e lá teve uma experiência forte de Deus que resumindo o que ela passou lhe mostrou que as pessoas que ela tinha este tipo de preconceito era muito amada por Ele. Ela saiu de coma e era outra mulher. Ela me disse:
    - Filho agora entendo o que você me dizia!
    Sabe anja eu entendo em parte pois não senti na pele o que passou mas ninguém tem o direito e o poder de lhe tirar e acreditar que Deus é amor e isto basta.

    Sei lá se respondi ou viajei na maionese de novo... kkkk

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    1. Uau!!! Amei sua resposta! A M E I ! ! ! !

      Bjux

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    2. Em tempo: Gil, sua resposta sobre o que é fé, ou um livro d efé, foi sim muito boa, aliás, foi ótima! Mas como estou acostumada com as decorebas dos "crentes" (rsrs) confesso que me surpreendi com sua resposta e estou a cada comentário, mais... mais chegada a voce!! rsrsrs

      Bjux...Bjux...Bjuxxxx

      Anja

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    3. Que bom anja

      Também gostei muito do seu jeito e principalmente de sua transparência de dizer o que está sentindo sem máscaras e subterfúgios.

      Anja você está muito próxima de Deus do que realmente Ele é.

      Ninguém se aproxima assim da montanha santa (rsrsrsr) se antes não ter sido aquebrantada. Ninguém vê Deus se antes não passar pelo processo de reconstrução. Ninguém é misericordioso se não sentiu na própria pele a falta de perdão. Só não deixe macularem sua alma.

      Ela é preciosa tem o preço da cruz!

      Só quem foi crucificado sabe bem o que é viver a liberdade da ressurreição.

      O teu Cristo é um Deus Vivo!

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  61. Caro Gilberto,

    Interessante o tema que propôs onde muitos de nós podemos conhecer a visão católica sobre as Escrituras bíblicas já que muitos nesta confraria viemos do meio evangélico ou tivemos uma menor experiência dentro do catolicismo. Aliás, no meu caso particular, cheguei a fazer primeira comunhão, mas não segui o catolicismo e logo divergi da "santa igreja" por entender que suas práticas estavam contrariando frontalmente o texto bíblico, pelo que, desde a adolescência, passei a dar crédito às igrejas evangélicas e fiz das Escrituras a minha base.

    Bem, este ponto do texto expõe muito bem a diferença principal entre o protestantismo e o catolicismo:

    "(...) Com efeito, tudo quanto diz respeito à interpretação da Escritura, está sujeito ao juízo último da Igreja, que tem o divino mandato e o ministério de guardar e interpretar a palavra de Deus (...)"

    Se lembrarmos da história, veremos que Lutero lutou incansavelmente pelo direito de livre interpretação da Bíblia. Tanto ele quanto calvino e os demais sucessores fizeram as Escrituras a sua base. E, mesmo quando os protestantes começaram a divergir entre si, era com base na interpretação que faziam dos textos sagrados, nunca em relação às orientações dos papas já que o bispo de Roma não é e nunca foi o "representante de Cristo na terra".

    Eu diria, no entanto, que a Igreja Católica criou o seu método não tão ortodoxo de interpretar a Bíblia. Hoje muitas vezes reclamamos da ortodoxia cristã e do biblicismo, mas devemos lembrar que o catolicismo precisou relativizar muitos pontos do AT até do NT através de sua autoritária doutrina. Como pode um católico seguir a Bíblia e buscar a intervenção de Maria? Como reconhecer a autoridade papal? Como permitir o uso de imagens na missa?

    Estudando a doutrina católica, podemos encontrar até explicações que se referenciam em textos bíblicos para todos esses pontos que citei no parágrafo anterior. A intervenção de Maria, por exemplo, é defendida pelos padres porque ela pediu a Jesus que fizesse o milagre da conversão da água em vinho nas bodas de Caná e ainda porque, na cruz, o Senhor disse ao "discípulo amado" que este era também o seu filho. Só que ainda assim, tenho tal interpretação como forçada em relação ao texto bíblico, falta de base nas cartas de Paulo e nenhum respaldo no AT que eu conheça. E o dogma da assunção de Maria foi um mito pós bíblico que surgiu tardiamente nos meados do primeiro milênio da era comum, assim como as aparições marianas e a contraditória afirmação de uma virgindade que durasse ate sua morte já que, segundo os evangelhos, Jesus teve irmãos e irmãs.

    Não teria sido a doutrina católica uma visão teológica liberal e que se tornou autoritária a ponto dos padres terem tentado absolutizá-la como verdade?

    Até que ponto as escrituras do catolicismo ficou restrito ao seu cânon bíblico de, salvo engano, 72 livros?

    O que dizermos do dogma da infalibilidade papal?

    Ainda assim, temos algo bem curioso que é a continuidade das escrituras no catolicismo ainda que de maneira tendenciosa e autoritária. Se o protestantismo reconhece que a inspiração divina teria iniciado em Gênesis e terminado com o Apocalipse, considerando apenas os seus 66 livros, o catolicismo parece ir além do cânon.

    Para quem desenvolve hoje uma teologia liberal, desconsiderando muitas das vezes a sacralidade das Escrituras, já não assusta o fato do catolicismo ultrapassar a Bíblia na sua interpretação contrariando o próprio texto. O que fica difícil engolir, todavia, é a rigidez doutrinária dos católicos, a autoridade papal e da Igreja, o dogmatismo, a absolutização de conceitos e outras absurdidades. O catolicismo não pode e nem tem como praticar um biblicismo porque estaria atirando no próprio pé e reconhecendo seus gritantes erros históricos que até hoje tentam ser justificados, o que torna os padres um pouco mais aberto do que os pastores para uma teologia liberal, mas nem tanto.

    Um abraço a todos!

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  62. Anja,

    vou incorporar aqui o pastor que eu deveria ter sido e não fui e nunca o serei (nunca serão,nunca!!!! kkkkk) para te dizer o seguinte:

    A igreja pode fazer muito mal a algumas pessoas. Normalmente àquelas que são vistas como "rebeldes". O problema é que quase sempre esses "rebeldes" são apenas os que vão contra a maré de alguma moralidade ou doutrina que é aceita pela maioria.

    Os crentes são assim mesmo, hipócritas. Mas não só eles, a hipocrisia é a mais democrática deformação da humanidade como um todo. Quantas vezes eu mesmo não fui hipócrita? Ou mesmo você, apesar da sua transparência?

    O que precisamos entender é que a igreja não é um lugar de santos, lugar de santos é no céu. A igreja é lugar de humanidade. Mas de uma humanidade que em tese, deveria buscar ser melhor a cada dia, ainda que, sabendo que perfeita nunca será.

    Você fez bem em sair da igreja. Quem disse que precisamos dela para sermos seguidores de Jesus? A igreja deveria ser tão somente, um lugar onde pessoas que comungam dos mesmos valores e da mesma fé, pudessem se reunir para trocar experiências, palavras de ânimo, cultivar amizades e claro, adorar a Deus e exercitar uma espiritualidade sadia.

    A minha experiência na igreja não foi igual à sua, evidentemente. Eu saí(mais ou menos) da igreja não por estar revoltado com ela ou com Deus, e sim por que eu, particularmente, não preciso dela e o ativismo no qual eu estive envolvido por mais de 30 anos já não me faz falta.

    Mas ainda acho que a igreja enquanto comunidade tem feito um bom trabalho na socialização de pessoas (mesmo pecando quando rejeitam os "imorais") mas nem tudo pode ser perfeito. Durante todos os anos de igrejado vi muita gente que estava na lama, nas drogas, desiludidos, sem esperança, se reerguer através da fé e do apoio da comunidade.

    Quando a igreja evangélica der menos bola para um certo moralismo e der mais valor a uma ética da solidariedade "ampla e irrestrita", ela estará caminhando para ser muito mais relevante do que é hoje.

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    1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    2. Afff o And pediu pra eu postar um texto no blog dele e acabei fazendo o comment na conta dele, aff mas então... refazendo:

      Edu, obrigada por ter tido a honra de ler seu comment! de verdade, obrigada mesmo!

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    3. hahaha agora ta certinho, ta na minha conta! rsrs

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    4. Concordo com vc Edu, em tudo!

      Bjux

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  63. Anja,

    seu último comentário, que é muito bom, "Não me venha com esse "está escrito"!" ilustra exatamente o que eu disse antes, que na Bíblia encontramos relatos teológicos diferentes por que a bíblia é o resultado de muitas mãos e muitas cabeças e não somente de um homem só.

    Agora, com relação a frase

    Eu penso - opinião minha, pessoal e intransferível - que há várias passagens na Bíblia que legitimam o machismo, assim como há várias passagens que legitimam o racismo, a homofobia e a xenofobia

    Só temos que atentar que "machismo", "racismo" e "xenofobia" são conceitos modernos e que não existiam no período da história bíblica. O que chamamos hoje de "machismo" era a formatação normal da sociedade semita antiga. Da mesma forma homofobia e xenofobia.

    Não se pode condenar a Bíblia de ser machista ou xenófoba pois tais conceitos lhe eram desconhecidos à época.

    Jesus deu um grande salto indo de encontro a várias "normalidades" da lei (ele tocou em morto, conversou em público com uma samaritana, deixou uma prostituta ungir seus pés e secá-los com os cabelos (uma atitude altamente sensual), etc.

    Vamos ter cuidado com os anacronismos. Temos sempre que ler a Bíblia com a "cabeça dos que a escreveram" para chegarmos próximos às suas mensagens originais e lê-la com a "nossa cabeça" para dela extrairmos mensagem contextualizadas para os nossos dias.

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  64. Gil, Edu, Levi, Doni e todos os confrades...

    Pra mim (e não só pra mim, para Agostinho também) rsrs o propósito das escrituras é ver a Cristo (humano e não divino)


    A Palavra em Carne

    O centro da doutrina de Agostinho sobre as Escrituras é a Palavra encarnada. Agostinho define a sua teologia das Escrituras dentro do espectro mais amplo da teologia da salvação: “Para nos esclarecer e capacitar, toda dispensação temporal foi estabelecida para a nossa salvação.” Agostinho tinha insistido que o ministério da Escritura é ajustado à condição humana: “Observe como a própria Verdade e a Palavra, pela qual todas as coisas foram feitas, se fizeram carne para que pudesse viver entre nós, o apóstolo diz: ‘ainda que também tenhamos conhecido Cristo segundo a carne, contudo agora já não o conhecemos deste modo’.” A doutrina da Escritura de Agostinho é determinada pela sua contemplação por décadas da Palavra eterna de Deus, encarnada na história da humanidade, assumindo a humildade da condição humana, e sendo ao mesmo tempo o nosso Caminho, nossa Verdade e nossa Vida.

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  65. Rodrigo

    Obrigado! Fiquei com receio de não ser entendido na minha intenção de trazer para a confraria uma visão de católico também. Pois creio que a confraria se enriqueceria na adversidade.

    Mas fui bem aceito aqui. O chefe mor Edu principalmente pela brilhante cabeça que possui rsrsrs e sua visão ampla o que o faz diferenciado.

    Entendi sua opinião apesar de não deixar de fazer a ressalva que se fosse um católico que escrevesse com certeza penderia de forma diferente.

    Mas sair do quadrado não é fácil!!!!

    Rodrigo então vamos lá...

    Ao citar a frase do documento Dei Verbum

    "(...) Com efeito, tudo quanto diz respeito à interpretação da Escritura, está sujeito ao juízo último da Igreja, que tem o divino mandato e o ministério de guardar e interpretar a palavra de Deus (...)"

    Você me parece quis demonstrar que a Igreja ao ser flexível com a interpretação bíblica quis na verdade justificar a si própria a respeito de assuntos que se fosse usar apenas bíblia entraria em contradição.

    Não sei lhe dizer com segurança se isto passou na cabeça da liderança católica.

    Sei lhe dizer que embasado nas escrituras e em uma boa argumentação você pode explicar muitas coisas. Os pensadores da igreja católicas não são nem um pouco inconsistentes e a doutrina também não são feitas por pessoas sem conteúdo ou bagagem para tanto.

    Mas penso como católico que a interpretação dada por evangélicos também fogem da sagrada escritura e que se transformam não de forma oficial uma doutrina de magistério (pastores) e tradição (a história do protestantismo) e também de deturpação da bíblia, principalmente quando a visão é fundamentalista.

    E que isso gerou também mitos, imagens, idolatrias, adoração às pessoas, inquisição e tantos erros iguais, menores ou piores que nós católicos cometemos.

    Então penso que tanto o católico como qualquer religião cristã dificilmente está ilesa de atirar no próprio pé.

    O que diferencia na minha opinião na teoria e aí sim esta frase que você escolheu melhor define é a preocupação da igreja de unificar as idéias em torno de uma voz oficial.

    O que na prática isto não acontece, apesar que em tantos desencontros ela mantém ainda esta visão da palavra oficial da igreja. Esta "unidade" com todas as diferenças ainda pesa e muito quando a confrontamos.

    No mais meu caro acredito que o tempo todo, criamos dogmas, doutrinas, formas de pensamentos e que dependendo a linha que optarmos será uma unidade dentro deste "gueto".

    Não vejo como fugir disto!

    Eu realmente e sinceramente não vejo grandes diferenças a não ser o que citei acima.

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  66. Edu

    Em cima de uma fala sua gostaria de dizer minha opinião:

    Só temos que atentar que "machismo", "racismo" e "xenofobia" são conceitos modernos e que não existiam no período da história bíblica. O que chamamos hoje de "machismo" era a formatação normal da sociedade semita antiga. Da mesma forma homofobia e xenofobia.

    Não se pode condenar a Bíblia de ser machista ou xenófoba pois tais conceitos lhe eram desconhecidos à época.

    Com estes conceitos e nomes modernos vejo que não existiam mesmo.

    Mas na prática estas diferenças sempre houveram.

    Sempre existiu uma raça inferior... O próprio povo de israel quando eram nômades (habirus) eram visto com inferioridade.

    Não acho que a bíblia enquanto escrita e vivida por homens estava isenta destas coisas.

    Porém concordo com você quando diz:

    Não se pode condenar a Bíblia de ser machista ou xenófoba (até aqui rsrsrs)

    Jesus deu um grande salto indo de encontro a várias "normalidades" da lei (ele tocou em morto, conversou em público com uma samaritana, deixou uma prostituta ungir seus pés e secá-los com os cabelos (uma atitude altamente sensual), etc.

    Vamos ter cuidado com os anacronismos. Temos sempre que ler a Bíblia com a "cabeça dos que a escreveram" para chegarmos próximos às suas mensagens originais e lê-la com a "nossa cabeça" para dela extrairmos mensagem contextualizadas para os nossos dias.

    Seria interessante assumirmos estas diferenças que sempre existiram ( onde estava o homem que estava deitado com a adúltera) para mostrar a visão evoluída de Jesus a fim de não repetir os erros de visão religiosa.

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  67. Gil e Rodrigo, sobre o comentário do Rodrigo e a réplica do Gil (rsrs) Gostaria de postar um texto de um amigo meu (que hoje está no mar junto comigo) rsrsr pra poder comparar em que difere o catolicismo e protestantismo:

    VOU DEIXAR DE SER ‘EVANGÉLICO’ PARA NÃO ME TORNAR CATÓLICO


    A família do meu pai era toda católica; a da minha mãe, batista. Minha mãe se viu sufocada pelo catolicismo de meu pai até os idos de 60, quando se converteu no movimento da Renovação Espiritual. Nasci entre dois berços, o católico e o batista. Em minha adolescência me tornei batista, algo esperado uma vez que o catolicismo não era tão influente na vida de meu pai (que também se tornou batista nos anos 90). Não fui batizado, nem crismado, nem estudei o catolicismo católico.

    Hoje me deleito lendo a teologia católica, alguns pais, outros medievais, uns modernos, outros progressistas. Não me prendo nas eras mais gosto deles. Ler os católicos me abriu os olhos para perceber algumas coisas em nossa igreja ‘protestante’. Eles nos chamam de ‘irmãos desviados’ e creiam, podem nos ensinar um pouco com sua história. A história também nos ensina muitas coisas, inclusive como eles estão se convertendo e nós nos desviando.

    Você reparou como tem sido a pregação em muitas paróquias católicas, ou mesmo, o que pregam os padres na televisão? Fascinante! Atentou o que tem sido pregado nas catedrais evangélicas, ou nos canais de TV de nossos irmãos?

    Apesar de gostar da teologia deles eu não quero me tornar católico. Já passei da idade. Não o fiz naquela época agora não me interessa mais. Mas também não quero continuar sendo ‘evangélico’... não este ‘evangélico’ que está por aí. Não posso dizer que sou esse tipo de ‘evangélico’ pois vai de encontro à consciência teológica que formaram dizendo: isso é ser evangélico e aquilo é ser católico.

    Cresci dividido entre a teologia católica e a teologia evangélica. Ensinaram-me que nós estávamos certos e eles errados. Agora, tudo ou quase tudo que eles pregavam e nós refutávamos, de repente, eles silenciam e alguns fazem ecoar em nossos púlpitos.

    Lembro-me de minha avó, senhora muito devota, tinha em casa os quadros e as imagens dos santos de devoção. Duas imagens se destacavam: Nossa Senhora da Penha e São Sebastião. Talvez por isso tivesse tanto Sebastião e Sebastiana em nossa família. Lá estavam o terço, o rosário, a vela e o oratório. Ela sabia todas as rezas de cor e salteado, era católica praticante.

    Em nossa casa não tínhamos nenhuma imagem, nenhum santinho. Não éramos católicos. Naquela época quem era evangélico não podia e nem precisava ter estas coisas em casa. Mais hoje para ser um crente fervoroso, piedoso e devoto mesmo, é preciso ter: água benzida pelo missionário ou apóstolo tal, cajado do impossível, toalhinha consagrada, martelinho, tijolinho, espada, ramo de arruda, sal grosso, sabonete da purificação, óleo ungido de Israel, água do Rio Jordão, rosa do descarrego, chave das promessas, chave de Davi...

    Ah! Que saudades da casa de minha avó! Pelo menos lá ela nos contava as proezas e os ensinos dos santos de devoção. Se a gente não recebesse graça nenhuma, pelo menos ficava o aprendizado e o deleite de uma boa história. Tudo de graça, não gastávamos um centavo se sequer. Ora, minha avó (que Deus a tenha) era tida pelos evangélicos como cega, idólatra e perdida. E estes evangélicos, quem lhes apontará o dedo em juízo e os chamará de cegos, idólatras e perdidos? Os católicos? Ah, quem dera alguém nos trouxesse de novo a luz, ao menos de uma vela. Até que isso aconteça, vou deixar de ser ‘evangélico’, porque não quero me tornar católico romano disfarçado.

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    1. Texto de autoria de Pedro Rocha, ex-pastor, ex-preside4nte do seteban (seminário teológico batista nacional), lecionou teologia por 15 anos em várias instituições nos estados de Rondonia, Acre e Mato Grosso. E é meu amigo pessoal e corajoso igual a mim! (rsrsrsrs)

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  68. Edu e Gil, grato pelas respostas sinceras, transparentes e incentivadoras dadas a anja, que claro, são dadas a mim também, Me senti acolhido, tal qual ela.

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  69. Gil,

    meu cumpadi, que negócio é esse de

    O chefe mor Edu principalmente pela brilhante cabeça que possui

    brilhante cabeça?? mas nem careca eu sou, oxente, may good!!!!!! kkkkkkk

    Bom, eu entendo o que você me respondeu mas o que eu quis frisar é que a formulação social dos tempos antigos era diferente da nossa. Valores modernos como a não escravidão, era algo comum há apenas 500 anos. Na Idade Média, cada um nascia com um destino traçado, e isso era aceito como normal. Um escravo seria sempre escravo, um nobre seria sempre um nobre. Os extratos sociais eram até entendidos como decreto divino.

    É nesse aspecto que eu quis apontar um possível anacronismo.

    Mas também quero dizer que me surpreendo com sua visão holística dos assuntos teológicos; apesar de você demonstrar que possui um centro - o catolicismo romano - você consegue transitar muito bem por caminhos outros.

    E então aproveito para conhecer a sua opinião sobre uma questão que muito me incomoda: o que você acha da afirmação dogmática que "fora da igreja(Católica, claro) não há salvação"?

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  70. And,

    valeu.

    Gostei do texto que você postou como comentário do "Pedro Rocha"(aliás, uma boa redundância em grego, não? pedro-petrus-pedra-rocha) rssss

    É verdade que as igrejas neopentecostais (e somente elas) tomaram um caminho bem estranho ao protestantismo histórico. Ainda faço parte de uma igreja batista tradicional e o sistema de culto, de governo, a própria teologia, é bem diversa das besteiras neopenteca-os-tais (como diz o KILIM) como rosas ungidas, cajados, água benta, etc. Aliás, existe teologia nas igrejas neopentecostais? Alguém conhece um grande teólogo ou conhecedor da Bíblia nesse meio?

    O grande estrago é que a imagem do cristão evangélico protestante acabou sendo colada no movimento neopentecostal, pois como são agressivos em arrecadar dinheiro, estão na mídia de forma intensa.

    E o pior de tudo ainda, é que o movimento neopentecostal começou muito bem no Brasil com o bispo Roberto McAlister mas com o tempo, os que vieram depois nesse movimento, degenerou por completo a visão que tinha o McAlister.

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    1. É Edu meio difícil de encontrar um bom teólogo ou conhecedor da bíblia com este besteirol, mas por incrível que pareça eu conheço um, rsrs foi meu professor junto com o Pedro, e se bandeou pra este lado e agora já está querendo ser apóstolo. Tudo em prol do dinheiro rsrs é como diz o Gil: o povo tem o líder que faz jus. era o que eles queriam? foi o que eles lhes deu kkk

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    2. Dinheiro, dinheiro...sempre ele...bem, se uma dessas igrejas do besteirol me desse uns 10 mil mancos por mês para eu ser pastor(e com direito a dividendos pelo aumento de arrecadação), eu aceitava também, né? depois que eu fizesse um pé de meia eu pedia pra sair e abria uma igreja filosófica-teológica-mística...kkkkkkeeeeeee

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    3. kkkkkkkkkkkkk uai Edu, seria bão mesmo né?

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  71. Edu, o pastor a que o And se referiu é da batista nacional ao qual pertencíamos, um absurdo e pior, rachou com o seteban que fechou a seminário que tinha na cidade dele, mas com o crescimento da igreja ele implantou um curso de formação de líderes mas a cbn vendo que a igreja estava crescendo muito (células)tratou de fazer as pazes com ele e reabriu o seteban de novo lá e no fim,a paz do dinheiro reinou e prevaleceu! tudo se resume a isto, DINHEIRO! Ele tem o poder de salvar e reconverter pastor semi-ateu kkkkk

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  72. And

    Eu que agradeço vocês rsrsrs não conseguiria falar diferente do que falei...

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  73. Edu você me perguntou sobre:

    E então aproveito para conhecer a sua opinião sobre uma questão que muito me incomoda: o que você acha da afirmação dogmática que "fora da igreja(Católica, claro) não há salvação"?

    Uma boa forma de pelo medo manter o poder rsrsrs

    Minha opinião pessoal:

    A Igreja Católica só será católica relamente se ela acolher a todos como fonte de libertação e salvação (aqui no sentido amplo).

    Se alguém não for salvo penso sua catolicidade falhou...

    Então dizer que fora da igreja católica não há salvação no sentido literal da palavra é repetir os mesmos erros de todas as religiões excludentes.

    O catolicismo só católico se for um sinal visível do amor de Deus que ama a todos sem distinção.

    Essa idéia dentro da Igreja toma proporções diferenciadas dependendo qual a linha de pensamento.

    Eu particularmente creio que Cristo morreu na cruz para nos salvar.

    Não creio nesta idéia de que vou converter alguém! Quem converte e convence é O espírito Santo. Quando o homem faz "isso" ele cria um monstro (desculpe o exagero) que com a arma na mão condena o tempo todo.

    Toda vez como católico eu professo minha fé eu sei que estou fazendo comunhão com todas as pessoas.

    Deus é quem salva e só Ele pertence o direito de condenar, apesar que Jesus em nenhum momento utiliza o seu poder para condenar.

    A atitude de algumas pessoas que parecem ter sede para condenar e não para anunciar a salvação me enoja sinceramente falando.

    A nossa ignorância do Amor de Deus foi paga e bem paga pela encarnação de Deus.

    Edu só para ilustrar esta história de salvação e condenação.

    Um sujeito nasceu em uma família onde o ódio e a violência prevaleceram. Ele fora agredido, sofreu todo tipo de abuso, passou fome e sofreu socialmente.
    As oportunidades que teve para ser curado não foram suficiente para mudar suas atitudes.
    As agressões psicológicas também foram tão grande que o impossibilitou em relação a outro que mudou de comportamento de alterar suas atitudes.
    Você sabe que a complexidade do ser humano não pode ser definido ou comparado com outro. Há diferenças!
    Este sujeito virou um bandido que cometeu barbaridades. Foi morto pela polícia!

    Eu nasci em uma família de pais católicos! Meus pais juraram amor um pleo outro a vida inteira. Tiveram onze filhos! Amaram e protegeram todos. Não me faltou alimento! Não me faltou incentivo para estudar. Aparentemente (fora minhas loucuras normais rsrsrs) não sofri nenhum prejuízo psicológico! Fui um religioso fervoroso! Um filho obediente e uma boa pessoa dentro dos padrões da sociedade. Morri!

    Qual de nós dois vai entrar no céu?

    Não tem teologia da justificação, do merecimento, que justifique condenar qualquer um dos dois.

    Mesmo que a pessoa tenha tido aparentemente uma boa formação e acabou se desviando contra sociedade, como dizer, que não houve com certeza um fator dentro deste processo que o influenciou a agir assim

    Como dizer que um espírita que faz a caridade vai para o inferno e um católico carola como eu que não pratico atos concretos de amor vai para o céu?

    Por que nós os religiosos possuímos tanta dificuldade para entender a parábola do samaritano na prática?

    Os meus confrades católicos extremistas gastam uma força enorme para querer defender a instituição enquanto uma mulher como Madre Teresa de Calcutá convenceu muito mais com seus gestos.

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  74. Eita! rsrs Gil, me diz aí o que é inferno e o que é ceú, só pra que eu saiba a sua visão disto ok?

    Achei legal sua resposta Gil, mas discordo de algumas partes e o Edu deve saber em que discordo né Edu?

    Vou postar um testo massa (que não é o primeiro em meu blog) do Roger, até o convidei pra ser um dos colunistas lá, ele aceitou mas não enviou-me o que pedi, disse apenas que posso usar e abusar do blog dele rsrs

    O discriminado e o jurista (by Roger)



    Os samaritanos eram pessoas discriminadas.
    Para um judeu, ser chamado de “samaritano” não era nenhum elogio.
    O jurista queria saber quem era seu próximo. Quem ele deveria amar?
    Talvez estivesse pronto para amar até mesmo seu inimigo, afinal a lei já determinava isso. Poderia amar um cidadão romano, inimigo, dominador; mas nunca passaria por seu coração amar uma gente daquela, de baixo calão, um samaritano.

    Um samaritano não estava próximo, não era próximo, e seria bom que permanecesse assim: bem distante. Assim, o jurista jamais precisaria amá-lo.

    O problema do samaritano, aos olhos do judeu, é que eles eram parecidos demais com os judeus, só que diferentes. Eles eram israelitas, possuíam a mesma origem, a mesma língua, o mesmo Deus, a mesma religião. Só que o samaritano se separou de Judá, se misturou, adorou outros Deuses.
    Eles viviam sob o juízo divino e era bom assim!

    Um samaritano era alvo da condenação e não da misericórdia, do juízo e não da graça, do ódio e não do amor.
    “Mas qual foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?” Pergunta Jesus.

    “O samaritano” – responde o jurista. O maldito samaritano é o próximo. Se ele estava distante, ele agora se aproximou, porque ele teve misericórdia de mim quando eu estava na pior.

    Porque ele se aproximou, o discriminado é o próximo que eu devo amar. Porque proximidade é uma relação recíproca. Se alguém está próximo de você, não temo como você não estar próximo dele.
    Jesus deixa para o jurista uma resposta, respaldada no exemplo de um povo discriminado:

    Os próximos são aqueles que estão se aproximando de você.
    Ame-os! Siga o exemplo deles!

    Não se prenda às pseudo atividades jurídico eclesiástica. Não se engane com a máquina institucional, nem com as questões meramente teóricas.
    Encare os desafios práticos de quem está em necessidade, carregue o problema do outro como se fosse seu, use também de misericórdia. Se aproxime também.

    “Vá e faça o mesmo”.

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    1. Errata: texto rsrsr

      aff de onde eu tirei esse testo? rsrs (testículo???)kkk

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  75. Gil,

    você vai acabar sendo excomungado pelo Papa...rsssssss

    você é uma passarinho que vive numa gaiola de porta aberta. Quando quer, sai, dá uns voos para arejar, olha a paisagem, voa com outras aves, compartilha momentos e então, volta para a segurança da gaiola. Mas a porta continua aberta...

    Isso é bom.

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  76. Verdade Edu Estou admirada com a visão do Gil, mas seria melhor (opinião minha) se ele abandonasse de vez a gaiola rsrsrsr

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  77. kkkkkkkkkkk

    Edu você é um poeta também! Eita mente brilhante! rsrsrs

    Anja passarinho que nasceu em gaiola se voar morre... rsrsrsrs

    O papa excomungar rsrsrs ele nem sabe que eu existo kkkkkkkk

    Anja o céu pra mim é estado de espírito ele pode ser vivido agora!

    E o inferno a ausência de Deus!

    Daí pra frente dá pra falar muita coisa... Como por exemplo Deus pode ausentar-se?

    rsrsrs

    Edu eu estou satisfeito ( como diz minha filha rsrsrs) se você quiser podem começar outro artigo.

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    1. aff Gil, vc nem me dá chance! rsrs ta certo. gostei de sua resposta. mas gostei mais ainda de sua pergunta: tem como Deus ausentar-se ou como se ausentar de Deus? como seria isto?

      Outra pergunta, se o céu é um estado de espírito que pode ser vivido aqui e o que se dará após a morte? hummmmmmm rsr

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  78. Anja uma plenitude deste estado estado de espírito.

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  79. Deus não é covarde, interesseiro e autoritário que aparece só quando lhe for conveniente. Ele é como o ar que respiramos!

    Deus no seu infinito amor já deixou tudo pronto para que tudo de Certo e por não um controlador para não sufocar, para não ficarmos reféns o tempo todo ele criou o mundo o universo para que tudo concorra para o nosso bem...

    É só não intervir sujar o rio que ele desembocará no oceano do amor de Deus e na felicidade.

    Um amigo meu dizia que o céu tem gosto de picanha o coco vem com torneirinha e tem cheiro de carro novo...

    Quando ele conheceu o projeto madre teresa de calcutá ele disse que mudou de opinião:

    o céu está contido no sorriso de uma criança que acolhemos no varjão

    então ele chegou na seguinte conclusão:

    Se Deus for cobrar algo de nós ele dirá:

    Você foi feliz! rsrrsrsrs

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