O Amargo Triunfo Teológico−Político


Por Levi B. Santos


Quando em junho de 1967 todos os judeus se emocionavam com a reconquista da velha Jerusalém, naquele histórico conflito a que se deu o nome “Guerra dos Seis Dias”, um rabino de nome Zalman Schachter, resolveu enviar uma carta a Ben Gurion. Ele fazia um alerta ao primeiro ministro de Israel, afirmando que aquele momento se revestia de uma grandeza histórica. Mas o interessante é que seu pensamento não estava em consonância com os gritos dos vitoriosos, os quais, como eufóricos vencedores do conflito, diziam: Jerusalém agora é nossa!.

O rabino, na contramão dos acontecimentos, fazia ali um pedido chocante: “exortava a Ben Gurion que declarasse imediatamente Jerusalém como um monumento internacional e que permitisse à cidade, justamente em sua reconquista pelos judeus, a realização de seu projeto histórico ― não o triunfo, mas a paz”.

Na carta, o rabino faz ver que “na própria história dos judeus o triunfo dos assírios, gregos, romanos, bizantinos, cruzados e otomanos era um metáfora de que o vencedor de hoje é o derrotado de amanhã. Quem vence produz um vencido. O triunfo representa a mais efêmera das seguranças e se coloca na cadeia sucessiva e interminável da violência”.

Nilton Bonder, atual presidente da Congregação Israelita do Brasil, em seu livro, “Judaísmo Para o Século XXI”, aproveita os argumentos interessantes do rabino, para uma reflexão sobre o outro lado do grande “triunfo” israelita sobre os seus países vizinhos, naquela memorável guerra.  Ele incita os judeus a uma auto-análise não só política como teológica.

Para Nilton Bonder, esse desejo de triunfo teológico foi o epicentro das guerras entre judeus, cristãos e muçulmanos. “Uma derrota dessa expectativa de triunfo de todos, seria a única esperança da paz”— conclui o líder Israelita.

Na visão de Bernardo Sorj, professor de História da Universidade de Haifa, Israel, PhD e em sociologia pela Universidade de Manchester (Inglaterra), o Estado de Israel “normatizado” de hoje paga um preço muito alto por renegar, esquecer as muitas correntes dos judeus da diáspora que não aceitaram se voltar para um passado extremista de defender a exclusividade JUDAICA sobre Jerusalém. O sionismo ao considerar “anormal” a heterogeneidade das correntes da diáspora, triunfou politicamente, mas foi derrotado pelo maniqueísmo retrógrado da percepção de um eterno conflito entre esquerda e direita, ou entre as categorias de judeus “ortodoxos” e judeus “hereges”.

O utilitarista religioso ocidental é aquele que continua eternamente na frente do espelho a perguntar: “Há alguém de quem você goste mais, meu Deus?”. E de acordo com o que o fiel deseja em seu inconsciente, a imago paterna lhe responde: “NÃO”. Na psique do fiel intolerante, revela-se, por conseguinte, um Deus intolerante que ordena a destruição ou o não reconhecimento do outro.

Spinoza, em seu “Tratado Teológico Político” – Editora Martins Fontes (página 44), sobre esse Deus que se revela segundo a própria imaginação humana, diz o seguinte: “Conta-se que Moisés pediu a Deus que o deixasse vê-Lo; mas como Moisés não tinha nenhuma imagem de Deus formada no cérebro, e dado que Deus, não se revela aos profetas senão em conformidade com a sua imaginação, não lhe apareceu sob nenhuma imagem”.

 “Jerusalém se transformou em símbolo do triunfo, e se há algo que a paz não é... é ser fruto do triunfo”.

O sonho que orientou um sionismo triunfante, é que tem balizado e incentivado em nossas terras o grande mercado de almas. Não é à-toa que o Marketing da Salvação é um dos mais poderosos aqui entre nós. Seu lema é sempre vitória, e nunca derrota, nem nunca convivência pacífica entre os de identidades diferentes.

Hoje, mais do que nunca, se faz necessário refletir sobre o que move o marketing da salvação: se ele passa, necessariamente, pelo “triunfo” imaginário da fé de um grupo e na praga da conversão do outro, todos estarão perdidos.

Site da imagemexame.abril.com .br

Comentários

  1. Edu

    Que fuso horário é esse aqui da confraria?

    Eu postei as 14:36 e não às 9:36.

    Bem, se o fuso lá em Israel corresponder ao horário que está registrado no blog, vou dizer que é uma simples coincidência, e a GUI, provavelmente, vai dizer que foi algo sobrenatural (rsrs)

    Sobrenatural, coincidência, imaginação: tem tudo a ver com o texto (rsrs)

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    1. É JESUSCIDÊNCIA Nobre Mago, não cai uma folha se Deus não quiser, o Espírito Santo reprogramou os bytes do Recanto dos Hereges para coincidir com o horário israelense. ACABASTE DE REALIZAR UM ATO PROFÉTICO!!! rsrsrs

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    2. GENTE,

      não só o fuso tá maluco como o número de seguidores. Eu já fucei tudo e não consegui consertar. Se algum dos administradores souber como tirar esse encosto que quer perturbar o anúncio do verdadeiro evangelho que esta confraria promove, por favor, que o faça!

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    3. Agora passou a ser o fuso horário de São Paulo. Acho que consegui reparar.

      Abraços.

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    4. Eu também já "FUCEI" Nobre Herege, mas esse encosto só sai com vela preta eu acho! rsrsrs

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  2. Nobre Mago Levi, não entendi corretamente a semântica da frase:

    "Hoje, mais do que nunca, se faz necessário refletir sobre o que move o marketing da salvação: se ele passa, necessariamente, pelo “triunfo” imaginário da fé de um grupo e na praga da conversão do outro, todos estarão perdidos".

    Especificamente o final "na praga da conversão do outro, todos estarão perdidos".

    POR GENTILEZA ELABORE para facilitar o trabalho do tico e do teco.

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    1. Levi,

      Também fiquei na dúvida. Penso que talvez vc queira dizer que se houver triunfo de alguns, ainda não teremos alcançado a paz. O triunfo de alguns sempre provoca o sentimento de revanche nos perdedores. ´

      Se estiver certa, concordo com vc completamente. O espiritismo alega que não há espíritos devotados eternamente ao mal. Que todos vivos e mortos temos inclinações para o mal e precisamos alcançar o bem. Em algum momento todos alcançarão essa condição. Enquanto houver uma alma nas trevas, a luz não é plena de paz.
      Pergunto eu e não o espiritismo: Jesus todo luz, todo paz, todo bem sofreu por que ainda havia trevas a ser dissipadas.
      Alguns alegam que após a morte não haverá mais salvação. Os bons triunfarão e os maus viverão eternamente no inferno. Então a paz não terá encontrado o seu triunfotriunfado.

      Abraços, Levi

      Desculpe a intromissão, mas foi essa parte que me deixou com a pulga atrás da orelha.

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    2. Franklin

      O exército mercantil religioso triunfante não se interessa pela vida e felicidade das almas. O "convertido" reprime a sua identidade para tentar imitar o fiel que o quer convencer. O que se converte, vende a sua alma na ilusão de se identificar com o grupo que o tirou do "lamaçal do pecado".

      No fundo o TRIUNFO deles se resume no desejo de que o indivíduo saia das trevas da aflição existencial, para as trevas eclesiásticas (que é uma treva pior).

      Para isso é que o cristianismo, definitivamente, transformou-se nos dois tipos de evangelho da prosperidade: O que oferece latifúndios aqui na Terra Aqui e agora. E o que oferece latifúndios numa outra vida após a morte.

      O que os religiosos mercantilistas desejam é a massificação de identidades, e isso, não vão conseguir nunca, porque assim como a impressão digital é única, assim o é a subjetividade humana.

      Vou transcrever uma parte de um comentário que fiz ao texto anterior do EDU que cabe muito bem aqui:

      No “ame a teu próximo como a ti mesmo” , há algo interessantíssimo: é que a raiz da palavra “próximo” no hebraico original tem uma grafia que significa “Ruim”, é o “lê-reecha” .
      Então a frase seria assim: Ama a teu “RUIM” como a ti mesmo” . A VERDADE seria entender que devemos amar o ruim por que ele é uma parte de nós. Perceber, ao mesmo tempo, que o OUTRO (o próximo) tem a mesma raiz que a palavra Ruim é entender um pouco de nossa psique.

      O grande problema é que a ideologia da dominação religiosa quer homogeneizar tudo, ignorando a natureza do ser humano.
      Já dizia, o sábio Hilel: "Qualquer tentativa de engenharia que vise extirpar o “outro-tido-como-ruim” corre o risco de inventar o bom monstruoso ".

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    3. KARAKA Nobre Mago, agora eu entendi...

      Puta verdade essa "O convertido reprime a sua identidade para tentar imitar o fiel que o quer convencer. O que se converte, vende a sua alma na ilusão de se identificar com o grupo que o tirou do "lamaçal do pecado" e, "O que os religiosos mercantilistas desejam é a massificação de identidades".

      É exatamente isso que acontece em grande parte dos movimentos da religião!

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  3. **"Então a paz não terá encontrado o seu triunfo."(correção)

    Best, peguei carona!Abraços...

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    1. Mariani

      Você se expressou esplendidamente:

      O triunfo de alguns sempre provoca o sentimento de
      revanche nos perdedores.
      ― Corroborando com o que afirmou o rabino, no texto que postei:

      O triunfo representa a mais efêmera das seguranças e se coloca na cadeia sucessiva e interminável da violência”.

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    2. Este comentário foi removido pelo autor.

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    3. Uma derrotadessa expectativa de triunfo, seria a única esperança da paz (Nilton Bonder)

      A frase acima, do líder Israelita, pinçada do texto, vai nesse sentido: de que se os "bons" triunfarem, os "maus" serão relegados a uma derrota eterna, como você bem fez ver na sua frase abaixo, Mariani:

      “Os bons triunfarão e os maus viverão eternamente no inferno. Então a paz não terá encontrado o seu triunfo” (Mariani).

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Falar de Israel, Palestina, Jerusalém, árabes, é falar de um barril de pólvora prestes a explodir. Confesso que politicamente, tenho a tendência de apoiar Israel e não os mulçumanos. Os radicais mulçumanos, creio, são bem mais perigosos do que os radicais judeus. Afinal de contas, não se sabe que um judeu tenha sido usado como homem-bomba. Mas os judeus não são santos.

    Desde 1948 quando a ONU votou a partilha da palestina entre árabes e judeus, foram os árabes que disseram que iriam afogar os judeus no Mediterrâneo e logo após na guerra dos seis dias, Israel anexou a parte árabe, inclusive o Sinai e as colinas de Golã e Jerusalém.(se não me falha a memória).

    Acho também que o movimento sionista teve um papel importante mas sem dúvida, com alguns radicalismos. Mas em certos momentos históricos, é preciso ser radical.

    Israel já devolveu quase tudo que tomou dos árabes na guerra de 67, mas os grupos mais radicais islãmicos continuam com a mesma cabeça de 1948: o maior sonho deles é afogar todos os judeus no Mediterrâneo. Por sua parte, Israel provoca a morte de centenas de civis palestinos inocentes para manter o terrorismo sob controle.

    Levi, é uma conta que não fecha.

    Concordo que a vitória israelense é também sua derrota pois a derrota palestina é o combustível que alimenta o terrorismo contra Israel.

    Todos esperam que os vitoriosos-derrotados e os derrotados-que-buscam-a-vitória-e-a-vingança se sentem, conversem, se vejam no outro e compartilhem a terra que o Deus de Abrãao e de Maomé ofertou a eles; tanto ao filho de Sara quanto ao filho de Hagar.

    Mas tudo ainda é utopia.

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    1. Edu e demais


      Mas vamos transportar essa guerra do "Sagrado contra o "Profano" lá da "Terra Santa", para bem pertinho de nós. (rsrs)

      Há mais ou menos seis anos eu e duas pessoas de minha família fomos a um casamento de um grande amigo meu, católico. Acomodei-me bem nos bancos da “Babilônia”, dei uma olhada para as imagens, por sinal, muito bem talhadas, ouvi um belo e profundo sermão do pároco local (Quanto ao nome de Maria, nem tocaram). Senti-me como estivesse em casa. Por sinal, o ritual de casamento lá foi muito menos cansativo e desgastante que os da Assembleia. Mas duas pessoas assembleianas que foram comigo começaram a passar mal, logo depois que terminou a cerimônia, e atribuíram, imediatamente, o mal estar que sentiam aos eflúvios diabólicos que exalavam das imagens de escultura.

      Pois não é que fui denominado de desviado, de mente cauterizada, por não sentir os sintomas de neurose eclesiástica que eles estavam sentindo?

      Sabe o que disseram em uníssono: “Nunca mais vou pisar numa igreja amaldiçoada por Deus”.

      Ontem mesmo, eu ouvia um programa evangélico pelo rádio: “Enquanto vida tivermos, irmãos vamos realizar cruzadas e mais cruzadas, para esvaziar o antro de demônios que está dentro da Babilônia”.

      Por incrível que pareça, os pentecostais que nos nãos 50 eram alijados pelos católicos, hoje, são arrogantes, agressivos e desrespeitosos com os seus algozes de antigamente. O negócio se inverteu. O proselitismo protestante doentio e mercantil, infelizmente, aqui na Paraiba, agora, afronta os seus irmãos católicos.

      Há mais ou menos 5 anos erigiram aqui em um monte de minha cidade, uma estátua de um Frei que segundo os católicos fazia muitos milagres.

      Não suportei, e descarreguei toda a minha indignação contra os guerreiros de Javé que corriam de casa em casa com um abaixo assinado das igrejas protestantes, para impedir pela força a construção da estátua do frei, dizendo que era a hora de mostrar quem era ou não crente.

      Eles querem, inconscientemente, o TRIUNFO da barbárie. Ainda dizem: a culpa toda é de Josué, que por pena dos povos idólatras, não matou a todos, como era ordem divina no Velho Testamento.

      Agora imagina aí, como estaria o nosso país com fundamentalistas cristãos, como esses, no poder?

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    2. Pois é Nobre Mago, a inquisição agora mudou de gestão, passou a ser administrada pelos evangélicos que se gabam de puritanos da sã doutrina. Parecem mais leões de chácara!

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    3. Poxa Levi, a coisa ai na Paraíba tá preta em? Os assembleianos de mil novecentos e antigamente estão realmente em pé de guerra. Eles poderiam entender que da mesma forma que dói em nossos corações quando alguém despreza e zomba do Deus que nós cremos, assim também dói neles e eles sofrem porque também amam os seus deuses. Todavia,entendo eles, porque eu também já fui bem radical contra as imagens, porque assim recebi.

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  6. Levi, vamos manter as devidas proporções entre o contexto geopolítico e religioso do oriente médio com a guerra entre pentecas e católicos no nordeste brasileiro(e no Brasil todo, na verdade).

    Mas o que você nos conta é um reflexo cabal da neurose que o "religiosismo" pentecostal pode provocar em mentes sugestionáveis.

    Quando eu era garoto, tinha uma fascinação por igrejas católicas. Sempre as olhava da porta,´já que entrar em uma delas seria um pecado mortal para minha mãe. Queria contemplar as pinturas, as estátuas, a arte arquitetônica das igrejas católicas mais antigas.

    Só fui ter esse prazer depois que entrei para a Marinha aos 17 anos, quando tínhamos que ir a representações em uma igreja católica na época da páscoa lá em Vitória, ES.

    Pude enfim, admirar a arquitetura de um igreja católica sem que minha mãe estivesse por perto...rsss

    Não só isso. Todos os domingos tinha missa. Era obrigatório, mas geralmente, os evangélicos eram dispensados para participarem de um culto que eles faziam à parte. Muitas vezes deixei de ir ao culto para ir à missa.

    Eu queria ver como um católico cultuava. Destaquei o silêncio referente, a liturgia responsiva e os cânticos dos quais eu até gostei muito!!!

    Não, não me tornei católico...rsssss

    Mas um dia um amigo me perguntou: "Medeiros, não ti vi no culto no domingo". E eu: "Ah, fui na missa". E ele: "??????!!!!!!!!!??????????..." kkkkkkkkkk

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    1. Até chorei de emoção Nobre Herege!!! Me fez lembrar as visitas que fiz vestido a rigor com maleta e tudo no salão dos TJ's e dos manos Mórmons...

      Em uma delas no salão do reino os caras até me pergutaram: -O irmão é que vai palestrar hoje?!

      Ao que eu com cara de lambido respondi:

      - Se me derem a oportunidade palestro com o maior prazer! rsrsrs

      E a ceia... Fiquei lôco pra dar uma dentada naquela bolacha chata sem fermento e dar um trago no vinho mas os caras acho que perceberam minhas más intenções e pularam minha vez! snif,snif,snif...

      Mas cara, VOU ONDE ME CONVIDAREM SÓ PELA FARRA!

      Já tentei agendar uma visita em uma mesquita mas reprovaram meu convite. Tô mal na fita Nobre Herege!rsrsrs

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    2. Não perca a mesquita Franklin, é raro e muito lindo. Beijo.

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    3. Rejeitaram minha presença Guiomar! snif,snif,snif...

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    4. Edu,

      Na verdade foram os judeus que inventaram os homens bombas na pele de Sansão!

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    5. Como você pode provar isto? Está ficando herege em? Jesus de Nazaré, tem compaixão do meu amado, discípulo do J.Lima.

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  7. Falando nisso, você viram o show que o Macedo fez ao entrevistar um "demônio" que entregou de bandeja o Waldemiro dizendo que todo mundo que saiu da IURD para a IMPD estavam "em pecado".?

    É deprimente.

    http://www.youtube.com/watch?v=omeon1LniGA

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    1. A que ponto chegou a renhida disputa econômico-teológica-política em nossas terras, hein?!

      Foi a primeira vez que vi um demônio ser comprado por um bispo, para infernizar o terreiro do outro.

      Se o Macedo (o Criador) e o Waldomiro ( a Criatura) refletissem bem sobre o texto postado aqui, nenhum quereria esse AMARGO TRIUNFO, pois, seria o maior inferno para suas empresas religiosas, a vitória de um sobre o outro.

      Não há nada melhor que um bom acordo, ainda mais quando envolve a grana de muitas almas sedentas de bênçãos e milagres. (kkkkkkkk)

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    2. É isso mesmo, Levi, um demônio comprado por um bispo...kakakkakakaka

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  8. Excelentes reflexões, Levi!

    Seu texto nos leva a debater vários assuntos ao mesmo tempo. Tanto a questão judaico-palestina como as nossas disputas religiosas pelo mercado de almas.

    Também acho bem interessante ter colocado sobre as outras correntes da Diáspora cujo pensamento divergia dos sionistas, coisa que muita gente ignora. Principalmente quando demonizam os judeus como sendo os financistas, exploradores do mundo e, de umas décadas pra cá, opressores dos palestinos. Porém, quase ninguém reflete sobre a existência de judeus pobres. Tanto em Israel como em outras partes do mundo.

    Indo agora ao centro da mensagem do seu texto, este me fez pensar sobre como muitas vezes agimos de maneira equivocada nos apoiando em triunfos. E aí resolvi refletir sobre as nossas relações pessoais.

    Como advogado, sei que é bastante comum nas ações judiciais a parte vencedora dar aquele sorrisinho de que venceu, superou e esmagou o adversário. Isto ocorre em Varas de Família, Juizados Especiais Cíveis, na Justiça do Trabalho e até mesmo nas relações de consumo em que um simples preposto de empresa ou até mesmo o advogado do vencedor faz daquele momento um estúpido triunfo ao invés de promover a paz já que decisão judicial nenhuma põe fim a um conflito.

    Neste sentido, fico imaginando duas pessoas que disputam na Justiça a guarda de um menor. Ali, se a parte vencedora resolver humilhar o vencido, certamente ela vai colher novos problemas do tipo novas ações judiciais movidas pela implicância pessoal para discutirem a visitação da criança, o valor da pensão alimentícia, bem como futuras ocorrências policiais ainda podem surgir dali.

    Enfim, a vida da gente também tem muito a ver com as guerras entre judeus e palestinos. Raramente agimos como o rei Davi que usava dos resultados favoráveis para promover a paz com a casa de Saul afim de conquistar o seu adversário pela benignidade, simpatia e atos de justiça.

    Abração!

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  9. Apenas para ilustrar meus comentários, lembro aqui a sábia atitude de Davi quando soube que o seu perseguidor Saul havia morrido:

    "Então, apanhou Davi as suas próprias vestes e as rasgou, e assim fizeram todos os homens que estavam com ele. Prantearam, choraram e jejuaram até à tarde por Saul, e por Jônatas, seu filho, e pelo podo do SENHOR, e pela casa de Israel, porque tinham caído à espada." (2Samuel 1.11-12; ARA)

    Anos depois, o rei Davi age de maneira bem misericordiosa com o filho de Jônatas, neto do rei Saul, o que, sem dúvida contribuiu para que as tribos de Judá e de Benjamim permanecessem unidas mesmo depois da divisão do reino com a morte de Salomão.

    "Disse Davi: Resta ainda, porventura, alguém da casa de Saul, para que use eu de bondade para com ele, por amor de Jônatas?" (2Sm 9.1; ARA)

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    1. É isso aí, Rodrigão


      Você como advogado, sabe muito bem que a competitividade entre partes em litígios necessita mais de uma intermediação pelas varas de conciliação ou pacificação, do que pela aplicação de leis secas que favorecem o TRIUNFO de um lado e a conseqüente DERROTA do outro lado.

      Por outro lado, entendemos que a negociação de conflitos é trabalhosa para o juiz que tem pouco tempo para se dedicar a um trabalho penoso de conciliar interesses das mais variadas e difíceis naturezas.

      Mas é por aí: “Bem aventurados os pacificadores...” , já dizia o Mestre dos mestres, no sermão da montanha.

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    2. Exato, Levi!

      Nem sempre os magistrados e conciliadores estão dispostos a investir tempo na conciliação. Logo, eles acabam aplicando o Dirieto e pronto. Isto quando não forçam o bom acordo (já vi coisa deste tipo acontecer). De qualquer maneira, a mentalidade das partes envolvidas e seus advogados seria mais importante. Pois o juiz vê o caso vez ou outra quando os autos chegam até o gabinete e o seu assessor abre conclusão pra ele ler ou simplesmente assinar. E nem sempre haverá audiência com o magistrado já que a conciliação pode ser presidida por outro que não seja o juiz. Já as partes estão o tempo inteiro convivendo com o problema e os advogados passam mais tempo com os seus clientes do que os juízes com o processo, podendo buscar uma composição do conflito a qualquer tempo, mesmo antes do ajuizamento da ação. Mas de qualquer modo, o bom juiz deve estar disposto a ouvir e a conhecer a demanda.

      Abraços.

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    3. Taí Rodrigo, o seu campo de trabalho tem tudo a ver com o escopo do ensaio postado, pois o Triunfo de uma das partes no conflito seria a Derrota da outra parte.

      Então, como está na essência do texto: a pacificação entre as partes só pode ocorrer com a derrota das “expectativas triunfantes” de cada parte em litígio.

      A convivência pacífica está na dependência de que cada lado se sinta derrotado em seus pressupostos “vitoriosos”, não acha?

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    4. Concordo, Levi! Ou em outra palavras seria ninguém mais cultivar o sentimento baixo de humilhar, subjugar ou sobrepor ao outro. Assim, a convivência pacífica estaria baseada na satisfação de necessidades, sejam estas econômicas, sociais, afetivas e psicológicas. Se numa disputa judicial cada um souber expor sem máscaras aquilo que no fundo o satisfaria, ficaria bem mais fácil a composição. Se for impossível a satisfação da necessidade, aí a outra parte já não teria participação na falta do acordo. De certo modo, isto significa oferecermos a outra face, conforme ensinado no Sermão da Montanha por Jesus, coisa que muitos não compreendem porque entendem como uma perda do amor próprio, o que nada tem a ver.

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  10. Atenção gente!

    Vou desaparecer por algumas horas. Mas, prometo que retornarei ao batente, amanhã, para interagir com todos vocês.

    Abraços, e continuem enriquecendo o tema com seus preciosos comentários (rsrs)

    Abraços,

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  11. Confrades, com esta postagem, volto no tempo e vejo Hagar longe do seu filho que deixara sob um arbusto, porque não aguentaria vê-lo morrer. Enquanto ela chorava e também o menino, um anjo lhe apareceu e disse: não tenha medo, levante o menino e tome-o pela mão, porque dele farei um grande povo.
    Quando seus olhos foram abertos, ela viu uma fonte que salvou ela e o menino. No entanto os descendentes dos irmãos Isaque e Ismael, nunca perdoaram Abraão e Sara. Até hoje brigam pela herança.

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    1. Gui, eu tenho até dúvidas de que os árabes sejam descendentes de Ismael. Pra mim, isto foi uma invencionice dos califas do século VIII afim de formarem uma nova religião e criarem uma cultura sólida incapaz de ser absorvida pelo proselitismo judaico ou pelos bizantinos. E aí como árabes e judeus têm uma origem semita com grandes semelhanças, tornou-se fácil inventarem acréscimos às tradições bíblicas para convencerem os árabes de que seriam filhos de Abrahão e herdeiros de uma terceira revelação capaz de suplantar o judaísmo e o cristianismo.

      Independentemente de se debater quanto à pseudo origem ismaelita dos árabes, devemos lembrar que ele e Hagar aceitaram o plano divino de viverem no deserto debaixo da Divina Providência. Canaã seria dado aos israelitas, descendentes de Isaque e filhos de Sara.

      Até hoje considero que são os judeus que devem estar ali. Claro que os árabes e palestinos viveram em Jerusalém por séculos, mais de um milênio. E, por sua vez, a Inglaterra foi a verdadeira responsável por ter prometido devolver a terra ambos os povos e eis aí uma das raízes do conflito que tem durado décadas desde os anos 40 até hoje, coma ameaça até de um ataque nuclear pelo Irã (recentemente foram feitos treinamentos de guerra sobre como a população israelense reagiria na hipótese de um ataque de destruição em massa).

      Trazendo para o debate os valores trabalhados pelo Levi em seu texto e os ensinos bíblicos e de Jesus, eu chamaria de prematura a atitude sionista dos que para lá foram e permanecem lutando pela terra. Há grupos de judeus que entendem que os israelitas deveriam ter permanecido na Diáspora até a vinda do Messias. E, quanto a isto, eu diria que a ocupação da terra pelos judeus só daria certo quando o mundo alcançasse esta consciência messiânica de amor e de paz, contexto que ainda não estamos vivendo.

      É certo que os árabes têm terra que não acaba mais. Israel é muito pequena perto do território dos outros países de cultura árabe. E aí o que custava abrir mão para o povo de Israel voltar para lá?

      Mas será que o radicalismo religioso do muçulmanos permite-lhes vislumbrar isto?

      Será que ele não compreendem que os judeus passaram praticamente 2000 anos sem uma terra sofrendo as mais terríveis perseguições em todo este tempo?!

      Verdade seja dita que não dá para contarmos com a compreen são do outro. Se os povos de cultura árabe e muçulmana não entendem que os judeus ainda são uma minoria bem pequena no planeta, não teria sido melhor permanecer na Diáspora?

      Quantas vidas de ambos os lados já não se foram?

      Quantas bombas não foram explodidas pelo terroristas que atacam Israel?

      Enfim, se eu fosse judeu, preferiria dar a outra face e aguardaria em Deus a posse da terra. Viveria num país livre como Brasil ou Estados Unidos onde não há perseguições, mas o estrangeiro consegue uma boa acolhida.

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    2. Por melhor que seja a acolhida, viver expatriado, não é suportável. Em toda esta história, deveríamos ficar atentos para muitas histórias bíblicas, como a relatada no livro de Ester. Por que os Israelitas despertam tanto ódio, porque tantas vezes quiseram exterminá-los?

      A fonte veio e foi aberto o poço para todos, mas os próprios judeus em sua maioria, não a reconheceram. Haverá um remanescente?
      Muita história ainda vamos presenciar...

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    3. Gui,

      Sem dúvida é horrível passar quase 2000 anos sem ter uma pátria.

      O mundo é muito ingrato pelo que os judeus proporcionaram à humanidade! Não só na Antiguidade como posteriormente pelas descobertas dos cientistas israelenses.

      Graças às leis que vieram da Torá, o mundo passou a ter mais humanidade do que antes. Nenhuma outra lei da época valorizou tanto as mulheres, o estrangeiro, os órfãos, os pobres e as viúvas como a Lei de Moisés. Poucos historiadores se interessam em saber que, enquanto na antiga Grécia os estrangeiros poderiam ser expulsos à paulada das assembleias populares, eis que, em Israel, depois de algumas gerações, a família de estrangeiros poderia integrar a nação judaica.

      Enfim, o mundo até hoje não reconhece o valor do servo sofredor de Isaías - Israel.

      Abraços.

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    4. Se o Brasil seguisse a reforma agrária dada por Deus?

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  12. Edu,
    O Claudio Nunes disponibilizou no blog dele um link para baixar os livros apócrifos do velho e novo testamento.
    Pensei que vc podeira deixar disponível em nossa biblioteca.
    Olha aí: http://sustodeamor.blogspot.com/2012/02/livros-apocritos-do-antigo-e-do-novo.html

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    1. Excelente dica. Fucei a net tentando encontrar alguns desses livros mas não tive muito sucesso.

      Quem tiver com um dinheirinho sobrando, indico a "Bíblia apócrifa"(só não me lembro a editora), que traz os principais livros apócritos do AT e do NT. Deve estar custando uns 70 contos de réis..

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    2. Há um livro que está quase se esgotando no mercado chamado "Apócrifos da Bíblia e Pseudo Epígrafos". No Submarino já não se encontra mais:

      http://www.submarino.com.br/produto/1/244371/apocrifos+da+biblia+e+pseudo+epigrafos#A1

      Penso que muitos estudos teológicos de aprofundamento ainda poderão ser feitos numa análise dessa literatura ainda considerada "apócrifa".

      Bem, estamos aqui a debater temas da outra postagem, na qual respondi a vários comentários ontem. Sendo assim, acho mais adequado mantermos esta conversa lá no texto do Edu para não desvirtuarmos o assunto levantado aqui pelo Levi.

      Abraços.

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    3. Enquanto não compramos, podemos pegar carona nos que a igreja católica não considera apócrifo e inseriu na sua bíblia. Tenho lido e aprendido muita coisa linda.

      Amo Jesus! rsrs

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    4. GUI

      Não sejamos tão unilateral. É salutar conhecer a outra parte que esconderam de nós.

      Essa história de "fruto proibido" já está defasada demais (rsrs)

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    5. Pra mim, tudo é válido. Tanto conhecer os apócrifos quanto os livros do cânon católico como os pontos de vista de religiões diferentes, filósofos ateus, etc. Veja que, em seu discurso no areópago ateniense, Paulo cita um poeta grego na sua evangelização.

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  13. Não entendi vocês... Eu não estou contra conhecer, muito pelo contrário, por falta de outra fonte, estou lendo a que tenho. Quero muito saber mais.

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    1. Gui, coloquei um link lá na biblioteca de vários livros apócrifos para baixar. Aproveite!

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  14. Obrigada Edu vou baixar hoje mesmo. Beijo.

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  15. Excelente post, forte, reflexivo, marketing da salvação infelizmente é o que mais temos vistos ultimamente, os filhos de Deus que deveriam estar atentos, são os mais enganados pelos pregadores arrogantes e que distorcem a palavra a seu bel prazer.
    Ótimo blog, já estou seguindo.

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    1. Seja bem-vinda ao nosso meio, Pastrícia. Abraços de todos aqui da confraria.

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