Pilatos – Uma caricatura da nossa neutralidade

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“Então Pilatos, vendo que nada aproveitava, antes o tumulto crescia, tomando água, lavou as mãos diante da multidão, dizendo: Estou inocente do sangue deste justo. Considerai isso” Mateus cap. 27 vs. 24

Como bem disse o escritor inglês convertido ao catolicismo em 1926 Grahan Greene: “Preferiria ter sangue nas mãos a ter água como Pôncio Pilatos”.

Parece que o significado do nome Pilatos (Latim: Armado de Lanças) não fez jus ao personagem Bíblico, que se absteve de tomar uma decisão objetiva com medo de desagradar seus opositores e críticos judeus que estavam insatisfeitos com seu governo.

Ele não queria se envolver, tomar partido, mas era praticamente impossível, haja vista os ânimos alterados daqueles que queriam a crucificação do Cordeiro.

Apesar de sua consciência constatar a inculpabilidade de Jesus, sabendo que aquele processo era fruto de inveja religiosa, e mesmo após ser avisado por sua mulher de que teve sonhos perturbadores que a fizeram sofrer pelo Justo Nazareno, ele preferiu optar pela zona de conforto, se omitindo de sentenciá-lo ou absolvê-lo declaradamente, sendo assim conivente com a pressão do povo.

Desejar agir de forma coerente segundo nossas convicções, não é suficiente. Ele chegou a declarar: “Não vejo neste homem crime algum" Lucas cap. 23 vs. 4.

Faltou em Pilatos a radicalidade de assumir aquilo em que cria. O grande problema, é que essa decisão causaria a ele grandes transtornos, e seria o gatilho de uma perseguição ainda mais cruel e ferrenha, lhe privando dos benefícios e comodidades que a posição lhe conferia.

Essa falsa neutralidade que é filha da falta de personalidade, se caracteriza como deficiência de caráter, podendo se transformar em patologia da alma, haja vista as cobranças posteriores a que será submetida a consciência por ela ludibriada.

É o auto-engano associado a política da boa vizinhança. É a pacificação da consciência ao preço da falta de atitude e posicionamento. É a frouxidão de convicções mancomunada com a pseudo discrição. É conivência neutralizante em nome da falaciosa ordem e progresso. É a indiferença fraudulenta mascarada de movimento pela paz.

Para não arcar com as conseqüências e retaliação, Pilatos preferiu enviar Jesus a Herodes transferindo a decisão e responsabilidade para outro, o qual por sua vez o devolveu novamente, e que nas entrelinhas estava dizendo: “A batata quente é sua meu chapa, se vira!”

Não tem jeito. Mas cedo ou mais tarde teremos de encarar as encruzilhadas onde se fará obrigatório a tomada de decisões, opções e posicionamentos.

A neutralidade de Pilatos, era na verdade sua decisão e posicionamento por aquilo que lhe causaria menos prejuízo e desconforto.

E você, vai ficar neutro e indiferente? Pilatos é uma caricatura da nossa neutralidade quando não queremos nos envolver em processos desgastantes, que sabemos que irão nos fazer sofrer, optando assim covardemente pela omissão que nos proporciona a tão desejada “ilha da segurança”.

Muitos se omitem na neutralidade por não querer perder os benefícios do emprego, o cargo na Igreja que é a auto-afirmação diante da comunidade, a popularidade conquistada pela aclamação da massa, os títulos que massageiam o ego, a situação financeira que é resultado da conveniência e não da consciência, o status de pessoa centrada que é uma válvula de escape para as agonizantes indecisões, enfim... falta de bala na agulha para enfrentar as oposições com firmeza e honradez.

Não se esqueça que essa covardia de não querer dar a cara a tapa, pode ser o seu algoz no futuro!

Comentários

  1. Teu Texto, Franklin, serve a muitos tipos de abordagem. Mas eu quero me deter na questão da Neutralidade. Ela existe mesmo?

    A neutralidade, que é diferente da síntese, em psicanálise seria uma polarização, e como toda polarização, é nefasta. É nefasta por que é defensiva do próprio ego. Pilatos, na verdade não ficou neutro, psiquicamente falando. O sonho de sua mulher, já refletia o sentimento de culpa por uma decisão tomada unilateralmente, em favor da parte mais forte. O emprego de Pilatos dependia do seu Senhor, que o colocou lá.

    Quando um julgamento se torna popular demais, inflamando às massas, os juízes ficam em situação difícil, porque o desejo coletivo do povo paira como uma SOMBRA, que diminui a luminosidade do “ideal do ego”, exercendo pressão sobre os magistrados que vão julgar a causa. “Lavar as mãos”, nesse caso, seria atender ao clamor público. Mas há clamor público, realmente, nas terras de D. João VI?

    Aqui pra nós, existe julgamento totalmente isento? O Caso do Julgamento dos mensaleiros, por um STF em que a maioria dos ministros foi posta lá pelo PT (partido das massas), como se sairá? Acredito que, nesse caso, se fará tudo no sentido do “lavar às mãos”, agradando ao lado CÉSAR, uma vez que as massas já têm o seu quinhão – o bolsa família. (rsrs).

    É bom lembrar que no julgamento de Cristo, a multidão que o acusava devia fazer parte de uma cena, entre as muitas previamente preparadas no palco pelos parceiros do Rei (o imperador).

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  2. Levi, vc discerniu de maneira exata, por isso que usei os termos quando escrevi: "falsa neutralidade", "auto-engano" e "A neutralidade de Pilatos, era na verdade sua decisão e posicionamento por aquilo que lhe causaria menos prejuízo e desconforto".

    Na verdade não existe neutralidade, o que existe é a possibilidade de assumir suas convições ou ficar na zona de conforto para não ter de arcar com os prejuízos da escolha.

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  3. Franklin, “Não tem jeito. Mas cedo ou mais tarde teremos de encarar as encruzilhadas onde se fará obrigatório a tomada de decisões, opções e posicionamentos.”

    Em nossa vida pessoal, mais especificamente em relação ao ministério no qual fomos chamados, há decisões impossíveis de se protelar. A exigência de um posicionamento confessional surge em caráter de urgência, e inevitavelmente nos deparamos diante de uma encruzilhada, onde as alternativas são: 1. negar ou pelo menos dissimular suas convicções doutrinárias e assim manter-se ativamente no cargo ainda que seja por conveniências, 2. Assumir de vez sua postura crítica e contrária ao que reza o estatuto de sua instituição.

    Muito bem. Guardada as devidas proporções, assim como ocorreu com Pilatos fui compulsoriamente "convidado" pelo líder maior da minha igreja a tomar uma decisão. A proposta era simples; ou fazia uma revisão total dos meus conceitos ou então teria que ser desligado do corpo docente da escola dominical. Pois minha cosmovisão cristã não se enquadrava em absolutamente nada no que diz respeito às tradições de minha denominação.

    Respeitei, como não poderia ser diferente a deliberação ministerial. Afinal de contas quando ingressei na denominação ela já existia à décadas. Com seu credo, estatutos e normas já estabelecidos e definidos por grandes representantes, verdadeiros ícones da igreja. E não seria eu, mero mortal, que iria revolucionar um sistema tão bem arraigado. A simples intenção seria caracterizada presunção.

    Resultado: Sou um ex-professor de Escola bíblica dominical. rsrsrs

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    1. Doni, sua experiência é muito comum a mim também.

      Há anos vinha batendo de frente com o credo da denominação e a galera pedindo "A MINHA CABEÇA", até que não deu mais e renunciei o "CARGO" de pastor titular e rapei fora sem crise de consciência, a não ser pelas boas amizades que fiz com "O POVO", pois se dependesse do clero eu já havia tomado a decisão a tempos.

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  4. Best, Boa reflexão!
    Concordo plenamente com seu texto. Uma pessoa só pode ser chamada adulta quando aprende a tomar decisões. É bem difícil, por vezes perdemos muitas coisas, mas é melhor que perder a vergonha na cara. rs...
    Por outro lado vejo pessoas que parecem viver sempre entre a pia e o Cristo. Sentem tanto medo da neutralidade que reagem desnecessariamente, enfrentam coisas tão simples e de fácil resolução com um ímpeto de quem precisa ter postura, precisa ser sincero, precisa decidir...
    Esse ponto de conforto que vc menciona deve ser abandonado por uns e visitado por outros!

    Já deixei passar momentos que deveria ter dito, deveria ter impedido, mas essas coisas deixaram um gosto amargo e hj acabo super reagindo e às vezes me vejo tomando posturas desnecessárias por conta disso. Fica o gosto da precipitação, que não é tão ruim quando o da covardia, mas é desagradável tb. Seu texto chama para a vida, para a macheza rs... e isso é muito bom. Como é bom especialmente nos homens essa característica. Pode ser machismo meu, mas acho ainda mais deplorável o homem sem postura.

    Falando nisso, aproveito para citar meu pai que é o homem que mais admiro nesse aspecto. NUNCA o vi hesitar em suas decisões, não me recordo de se esquivar de nada, sempre enfrentou tudo de peito aberto. Admirável!

    Abração Best! Fica com Deus.

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    1. Best, muitos protelam a decisão porque o "STATUS" ou os "BENEFÍCIO$$$" do cargo se tornaram um ídolo no coração.

      Não é machismo seu não, falta em muitos a "MACHESA" ou "MULHERESA" rs, de sair da zona de conforto.

      Que legal o relato do seu pai! Eu já nasci com o DNA de REBELDE CHEGUEVARIANO DE PAI E MÃE. Como diz, os dois de GÊNIO FORTE, tomando posições firmes arcando com as consequências. Presenciei várias vezes!

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  5. Ótimo texto,realmente a neutralidade é um ato de covardia.Gosto do que vc posta e gosto tbm dos comentários...Sempre aprendo quando venho aqui,obrigada.

    ABRAÇO CARINHOSO E FRATERNAL ...

    GIOVANA

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    1. Que bom que gostou Giovana! A "FALSA NEUTRALIDADE" é o artifício daqueles que fogem de si mesmo!

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  6. Sou famosa nos meus "não concordo" e encontro críticas das pessoas que me são caras por dá minha opinião definida e clara. Porém ser neutra quando a situação me agride o brio, me traria asco de mim mesma. Ser conivente com atitudes que negam verdades éticas, seria negar a minha defesa dos ensinamentos de Cristo. No entanto, posso participar de igrejas sem ser membro de alguma, pregar, ensinar, sem contudo polemizar quanto as suas regras doutrinárias.

    Muito bom o texto Franklin, parabéns.

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    1. Gui, seria bom se todos os "fundamentalistas" fossem como você....rsss

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    2. Já deu pra notar essa característica nitidamente em vc Guiomar, por isso faz parte da CONFRARIA DOS HEREGES!

      Quanto a mim como diz o Edu, gosto de chutar a canela e chamar pra briga. Tá no DNA como já disse.

      Gosto de polemizar não pelo fato em si, mas para chamar a uma consciência e tomada de decisão.

      MEU NOME É ENCRENCA!!! rsrsrs

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  7. O gesto de Pilatos entrou para a história como sinal de indecisão mas de fato, ao lavar as mãos, ele se posicionou contra o condenado pois ele poderia ter libertado o messias agitador.

    Existe aqueles que acham que Pilatos de fato, não lavou as mãos, e todo o episódio é uma construção da comunidade cristã de Mateus que não queria problemas com os romanos, então, procurou amenizar a sua responsabilidade na morte de Jesus, deixando a sugestão de que os verdadeiros responsáveis pela sua condenação foram os sacedortes do templo de Jerusalém.

    Acho essa tese bem coerente. A figura histórica de Pilatos não revela um homem titubeante, bem ao contrário, era um homem rígido e intolerante; foi prefeito da província romana da judeia e dirigia a província com mãos de ferro, sufocando qualquer agitação em seu território. Na verdade, Pilatos teria todas as razões para crucificar aquele agitador nazareno.

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    1. Essas informações são novas pra mim NOBRE HEREGE MOR, mas como já disse também e coaduna com o que vc escreveu, de neutralidade não existia nada no posicionamento do Pilatos, ainda que fosse por mera CONIVÊNCIA ou CONVENIÊNCIA.

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    2. Edu, pilatos temeu quando soube que Jesus era galileu.

      E, Naquele mesmo tempo, estavam presentes ali alguns que lhe falavam dos galileus, "cujo sangue Pilatos misturara com os seus sacrifícios." Lucas 13: Tem alguma coisa haver?

      Então Pilatos, querendo satisfazer a multidão, soltou-lhe Barrabás e, açoitado Jesus, o entregou para ser crucificado. Marcos 15:15

      Depois "E no mesmo dia, Pilatos e Herodes entre si se fizeram amigos; pois dantes andavam em inimizade um com o outro. Lucas 23:1.

      Pilatos que muito já vi em livros, se tornar o pobrezinho que foi pressionado era um grande ordinário.

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    3. Gui, veja que como disseram os meninos anteriormente, pilatos não estava neutro, ele fez pior: tomou uma decisão e fingiu não ser culpado. Isso ainda é pior.

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    4. Mariani

      Parabéns!

      Em poucas palavras você conseguiu, de forma magistral, captar o que deve ter acontecido no íntimo de Pilatos.

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    5. Por isso Mari, ele era um grande ordinário.

      Beijão.

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    6. Verdade, Best! Tem coisa pior que gente dissimulada? rs...

      Levi! Estou me sentindo na nuvens com seu parabéns. Veja não é qualquer parabéns, é o seu. rs... Ganhei o dia.

      Grande ordinário! rs... Mas tão importante para que tudo fosse realizado. Judas e Pilatos, ordinários e pontos chaves para o cumprimento da profecia, né? Beijins...

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    7. "Construção da Comunidade de Mateus" isso é heresia modernista já condenada! Os evangelhos não foram escritos por comunidades mas pelos próprios evangelistas!

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  8. Doni,

    Não me diga que fizeram isso?!!

    Bom, de qualquer forma, quem perdeu um grande professor foi a igreja. Você poderia seguir uma carreira acadêmcia dando aulas em seminários.

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  9. Doni


    A inquisição não acabou, nem nunca vai acabar. Ela se sofistica, se torna sutil, mas o espírito continua o mesmo.
    Leonardo Boff, foi proibido de lecionar nas Universidades católicas. Você acaba de ser escanteado da escola dominical ortodoxa.

    Você não está só, Doni.

    Todos que se arvorarem a cantar um cântico novo, vai assustar o império das palavras vazias e dos já cansados jargões conceituais da idade média. O discurso eclesiástico tradicional que faz triunfar a interdição do PENSAR, fomenta a idolatria.

    Não sabem os fundamentalistas empedernidos (a Gui, felizmente, não está aí incluída) que na língua hebraica, uma mesma raiz pode ser vocalizada de diversas maneiras e possuir um novo sentido, a cada vez que se faz uma releitura do texto. Mas o fundamentalista não suporta uma releitura das escrituras sagradas. Não entende que reler, é recriar, é colocar a alma nas letras.

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    1. NOBRE MAGO LEVI, como sempre colocando uma pitada de magia em suas palavras que enfeitiçam ainda mais essa corja de hereges!!!rsrsrs

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    2. Levi, até mesmo você "concordando" com as doutrinas da igreja, se o povo começar a amar suas aulas, gostar de ouvi-lo, logo logo você é escanteado sem aviso prévio. Já me aconteceu isto várias vezes.

      É o medo, a sede do poder, além da burrice espiritual e teológica.

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  10. Pois Edu, eu amo vocês de montão.

    Franklin, Já me chamaram de encrenqueira, não gosto que me tenham nesta conta, rsrs mas não tem sentido você ser convidado para pregar em uma igreja ou dar uma palestra e polemizar sobre as doutrinas da igreja né?

    Vocês são meus ídolos rsrs

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    1. Com toda certeza Guiomar, a encrenca que eu arrumava era no meu próprio gueto, ali eu descia a lenha sem dó pois tinha propriedade pra isso.

      Vc e a Mari são nossas "SANTAS" no altar da mais refinada e descarada heresia rsrsrs

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    2. ídolos, não, Gui, ter ídolo é pecado...kkkkkkkakakak ka

      Repito, que bom seria se os fundamentalistas fossem como você. Ah, e coma a Bella também, aquela ali é uma figuraça!!!!!!! rsssss

      beijão

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  11. “Por outro lado vejo pessoas que parecem viver sempre entre a pia e o Cristo. Sentem tanto medo da neutralidade que reagem desnecessariamente, enfrentam coisas tão simples e de fácil resolução com um ímpeto de quem precisa ter postura, precisa ser sincero, precisa decidir...
    Esse ponto de conforto que vc menciona deve ser abandonado por uns e visitado por outros!”

    Concordo com você Mari.

    Há determinados momentos em que a neutralidade ou até mesmo a abstenção de opinar se faz necessário. Como disse o mestre JL, “O fazer nada às vezes é a obra prima de alguém, seu silêncio a sua pérola”

    Tenho pena dos chamados conselheiros familiares quando se defrontam com um casal em crise. Pois, apesar de em muitos casos encontrar razão em uma das partes, terá que agir com total imparcialidade. Isso se não quiser complicar ainda mais a situação. Neste aspecto eu diria que no período de negociação a neutralidade se faz necessária.

    E aí Franklin. Você lidaria com uma situação dessa tomando partido para uma das partes, ou o "joguinho de cintura" entraria em cena???

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    1. Doni, uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa!!! rsrsrs

      No caso de aconselhamento de pessoas, a coisa fica delicada pois não se sabe com profundidade quais foram os mecanismos que geraram o cisma. Cada qual tem sua versão e o conselheiro se baseia em uma visão rasa do que está se passando.

      O conselho por nós ofertado a qualquer das partes carrega consigo a responsabilidade de interferir na vida de alguém, sendo que nós estamos ilesos das consequências, então... em boca fechada não entra mosquito. rsrsrs

      Como diz o ditado: Em briga de marido e mulher não meta a colher...

      Mas no caso do Pilatos... Ele era "RESPONSÁVEL" pelo posicionamento político que possuía, e como isso significava interferências indesejáveis em sua carreira, ele preferiu dissimular para manter os benefícios, e não meramente tomar partido como no caso de aconselhamento de famílias.

      No caso de aconselhamento de famílias entra o joguinho de cintura sim, mas no caso do Pilatos entra a vergonha na cara e o posicionamento como "cabra macho" que "honra suas calças".

      Por esses dias fui obrigado a tomar posição na empresa onde trabalho. Ou eu concordava com o chefe, abaixava a orelhimha e mantinha minha função, ou eu entrava de sola, defendia minhas convicções profissionais e continuava leve com a consciência tranquila sabendo que estava seguindo a ética e me posicionando ao lado de outras pessoas igualmente "inocentes" na situação.

      Não deu outra! ENTREI DE SOLA, PERDI MINHA CÔMODA POSIÇÃO PROFISSIONAL E FUI REBAIXADO DE CARGO!

      Nesses casos não tem conversa, PAU NELES!!! rsrsrs

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  12. Doni, Uma boa dose de neutralidade cai bem e saber tomar essa decisão nem é fácil. Há momentos que trata-se até de uma grande ousadia manter-se neutro rs...
    Mudando de assunto, concordo com o Edu, sua igreja perdeu um grande professor. Quem sabe esse não é o espinho no ninho necessário? Assim vc poderá alçar voo e quem sabe lecionar em outros lugares.
    Nada é por acaso!
    Abraços.

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  13. Ótima abordagem, Franklin! Parabéns!

    Tenho pra mim que Pilatos xpressa muito bem o comportamento dos nossos políticos e magistrados que, decididamente, optam por posições omissas.

    No entanto, quer agente queira ou não, qualquer atitude, mesmo o silêncio, é uma manifestação e que permite uma leitura, ainda que esta venha a se tornar obscura pelo comportamento dúbio.

    No caso das narrativas sobre Pilatos, ele não quiz decidir e muito menos decidir com justiça. Ainda assim, ele decidiu algo - transferir para as pessoas ali presentes o poder de soltarem Jesus ou Barrabás, bem como de aplicarem a pena máxima. Logo, ele decidiu pelo comodismo e por manter as suas posições políticas e sociais.

    Pensando sobre o nome do personagem, penso que, se alguém se arma de lanças é porque prefere depender das armas e não de sua força. E assim o ser humano se comporta por inúmeras vezes. Se o colocam nu, dentro de uma arena, ele foge.

    Quanto à entrega de Jesus a Herodes por Pilatos, vejo também naquela passagem uma maneira que o político tem de se conciliar com o outro através do declínio de competência, visto que todos eles gostam de ampliar a esfera de atuação, mesmo que não consigam dar conta do trabalho.

    Abraços.

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    1. Rodrigão, é típico do ser humano transferir a batata quente pro colo de alguém quando não se quer arriscar a "ilha da segurança".

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    2. Concordo! Taí a representação da "queda do homem" do livro de Gênesis que não nos deixa mentir, em que Adão tenta transferir a sua responsabilidade pra Eva e esta pra "serpente". E assim vem caminhando a humanidade...

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  14. Bem-vindo, Rodrigo!

    Como é bom ver várias cabeças comentando sobre um assunto e ver as múltiplas possibilidades de análise. Ótima a sua visão mais política e jurídica do caso.

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    1. Fala, Edu!

      Eis-me aqui novamente nesta confraria virtual sobre teologia.

      Com certeza que a pluralidade será sempre bem vinda. Aliás, como diz o livro de Provérbios, "na multidão de conselhos há sabedoria" (Pv 11.24).

      Valeu!

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